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A sinuca de bico da indústria de laticínios no Brasil

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

E FILIPE SCIGLIANO SILVA PINTO

PANORAMA DE MERCADO

EM 11/06/2019

7 MIN DE LEITURA

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Recentemente, o setor lácteo em Minas Gerais anunciou a divulgação do primeiro preço de referência apontado pelo Conseleite/MG, uma bandeira de longa data das entidades de representação dos produtores do principal estado produtor de leite. 

O Conseleite, iniciado no Paraná e que depois foi ampliado para o RS, SC, RO e MS, procura criar uma referência lógica para a precificação do leite ao produtor, a partir dos preços de venda de uma série de derivados; do mix de venda dos derivados; do rendimento industrial e da participação do custo da matéria-prima no custo total de produção dos derivados (quem quiser saber mais, pode consultar este .

O preço de referência não é um preço mínimo, tampouco o custo de produção de leite, mas sim um indicador de qual deveria ser o preço para remunerar produtores a partir da situação de mercado dos derivados. Como curiosidade, é válido informar que o sistema que efetivamente define os preços dos produtores norte-americanos – as Federal Milk Orders – guarda semelhanças com esta metodologia. 

Pois bem. Para o leite padrão (3,3% de gordura; 3,1% de proteína; 400 mil células somáticas por ml; 100 mil ufc/ml; produção diária de até 160 litros/dia) de abril, o Conseleite MG apontou o valor de R$ 1,277/litro. Este, portanto, seria o preço “correto” a partir das condições de mercado em Minas Gerais. 

Ocorre que o preço praticado no mercado no mesmo mês, de acordo com o Cepea, foi de R$ 1,5175/litro – 19% maior do que o apontado pelo Conseleite, portanto. Pode-se questionar que a produção de até 160 litros acaba por puxar o índice para baixo, dados os prêmios por volume, um exemplo de jabuticaba do setor (só tem no Brasil). 

Isso pode fazer sentido, mas o fato é que, pelos dados do IBGE, o volume médio por produtor de leite hoje não é muito maior do que 160 litros, de modo a tornar esse possível erro insignificante, até porque a diferença de 17% é bastante grande: caso a média fosse 300 litros/dia e não 160, o preço certamente não seria tão maior. Com efeito, os dados do MilkPoint Radar apontam 6% de aumento entre 250 e 500 litros/dia, em comparação a menos de 250 litros.

Analisando o Paraná, estado com o maior histórico de preços de referência, percebe-se que o padrão via de regra se confirma (gráfico 1). Entre janeiro de 2016 e abril de 2019, o preço médio do mercado ficou 35,8% acima dos valores apontados pelo Conseleite. É interessante notar que, em setembro de 2016, essa diferença chegou a ser de 54% ou 60 centavos. Já em junho de 2018, essa diferença foi de 10% ou 12 centavos. Um dos fatores que determina a diferença, sem dúvida, é a assimetria temporal entre o que os produtores estão recebendo e os movimentos no atacado. Em outras palavras, dado o atraso nos repasses das condições de mercado para o produtor, é possível que a fotografia de mercado que a indústria está vendo é diferente daquela que o produtor está recebendo.

Gráfico 1. Preços líquidos pagos aos produtores de leite Cepea PR versus Padrão Conseleite PR - ambos deflacionados pelo IGP-DI.(Fontes: Cepea e Conseleite).

Mas isso não altera o ponto principal, já que os efeitos são pontuais. Os dados nos permitem fazer a seguinte inferência: a indústria de lácteos no Brasil está pagando valores acima do que poderia/deveria pagar.

A conclusão sobre essa discrepância nos faz aventar primeiramente que os cálculos não estariam corretos, já que os valores dos inputs (as variáveis do modelo) irão determinar o preço de referência. Assim, por exemplo, se o rendimento industrial (ou os preços de derivados vendidos pela indústria) forem muito maiores do que os utilizados na metodologia, a indústria poderia ter uma folga na remuneração, de forma que o índice não refletiria o real poder de pagamento da indústria (obs: com efeito, indústrias que têm leite de melhor qualidade; melhor rendimento industrial; mix mais favorável, etc têm melhores condições competitivas). 

Alguém pode discordar de um ponto ou outro da metodologia, mas o fato é que o Conseleite tem uma metodologia embasada e gera uma boa aproximação. Resta então explorar o fato de a indústria estar efetivamente pagando mais do que poderia. 

O gráfico 2, produzido por nossa equipe do MilkPoint Mercado, como todos os demais, traz as margens médias aparentes do leite UHT. As margens aparentes consideram os preços de venda da indústria (como no Conseleite), menos os custos de produção (matéria-prima, embalagem, frete, custos de usinagem). 

Os dados não são nada animadores. Além das margens (que estão deflacionadas, permitindo comparação no tempo) apresentarem uma tendência declinante, os valores caíram muito nos últimos anos, em especial em 2019, que aponta prejuízo.

Gráfico 2. Margens aparentes médias para o leite UHT, em R$/litro (Fonte: MilkPoint Mercado).

Tal situação pode ser apenas uma particularidade do leite UHT, que representa hoje cerca de 19% do leite inspecionado. Vamos ver então a muçarela, que representa outros 13% do leite brasileiro aproximadamente. Os dados estão no gráfico 3. 

Gráfico 3. Margens aparentes médias para a muçarela, em R$/kg de queijo (Fonte: MilkPoint Mercado).

Conforme se pode ver, os dados também não sugerem uma situação muito melhor. Assim, já sabemos que o destino de 32% do leite nacional apresentou margens negativas que, evidentemente, não suportariam os preços verificados a campo. Olhemos ainda o leite em pó industrial, que representa mais 8% do leite (gráfico 4). 

Gráfico 4. Margens aparentes médias para o leite em pó industrial, em R$/kg (Fonte: MilkPoint Mercado).

Mais do mesmo, com o agravante de se constatar que os anos de margens negativas são muito mais frequentes do que nos dois produtos anteriores.  Por fim, o leite em pó fracionado, que vai para o consumidor diretamente e representa por volta de 12% do leite inspecionado. Aqui, como se pode ver no gráfico 5, a história é diferente – as margens tem sido positivas. Empresas que têm em seu mix esse produto em porcentagem significativa, poderão em tese ser mais agressivas na compra de leite, em que pese o fato de que, nele também, as margens apresentarem queda praticamente desde 2014. 

Gráfico 5. Margens aparentes médias para o leite em pó fracionado, em R$/kg (Fonte: MilkPoint Mercado). 

Pode-se argumentar que os derivados acima contam apenas uma parte da história. Afinal, representam apenas 52% do total. Não estão nessa conta o leite pasteurizado (hoje representa muito pouco do total), outros tipos de queijo, incluindo os de maior valor agregado, requeijões, leite condensado, bebidas lácteas e iogurtes entre outros. 

É difícil, porém, aceitar que a rentabilidade desses produtos puxaria os preços ao produtor tão mais para cima, até porque quem tem acesso às margens da indústria sabe que o mar não está para peixe. Claro que teremos as empresas de nicho, ou com marcas muito fortes, ou com outras vantagens competitivas, que navegarão em um oceano mais azul. Mas não são elas que determinam o rumo da maior parte do leite, pelo menos não ainda.

A conclusão que se tem é: a indústria paga mais do que poderia pagar. Sem dúvida, podemos descartar o fato dessa prática ser feita por benevolência ou por pura negligência, a única inferência passível de ser feita é: a indústria paga o que precisa pagar, senão perde mercado. Fábricas ociosas, muitos concorrentes, escassez de leite (o Brasil ainda é importador líquido) e sobrevalorização de produtores com volume elevado, fazem com que o mercado aja desta forma. Sabe-se que uma correção drástica de preços para baixo irá resultar em perda imediata de leite – o que custará mercado no curto prazo. 

Está aí, portanto, a sinuca de bico da indústria. De um lado, tem dificuldade de repassar preços ao varejo e vem perdendo sistematicamente participação no preço final para o próprio varejo (gráfico 6); de outro, lida com uma matéria-prima cara para as condições de mercado. A vida de quem industrializa leite não tem sido fácil. 

O desafio da cadeia do leite é encontrar um equilíbrio. Equilíbrio este que não é fácil, já que a produção já demonstrou (vide 2015) que não aceita desaforos sem uma forte retração na produção (como resultado, a elevação de preços, redução no consumo e importações). 

Os caminhos são a agregação de valor (muitas empresas estão buscando isso), o desenvolvimento de novos canais de venda e novos mercados e – ainda em prazo mais longo – um custo médio de produção significativamente menor do que o atual. Baita desafio! 

Gráfico 6. Como o preço do leite é distribuído entre produtor, indústria e varejo (%) - Dados calculados a partir de um mix de produtos: leite UHT, pasteurizado, pó e queijos (Fonte: MilkPoint Mercado).

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

FILIPE SCIGLIANO SILVA PINTO

Analista do MilkPoint Mercado

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DIONE MARCIO CAMPOS

PASSA VINTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/11/2019

As industrias (todas) querem leite de boa qualidade, mas não querem pagar por isso. Utilizam a normativa que não reflete a realidade de nosso Brasil. Descapitaliza mais e mais o produtor que a cada dia tem que investir mais em sua propriedade e o valor agregado da MP(leite) não sai do buraco. enquanto isso insumos, asolina e maquinários disparam seus preços fazendo com que o negocio(leite) só fique viável para quem tem o poder de industrializa-lo. os produtores ficam na mão de laticínios que ditam regras e fazem preços da forma que querem. sem nenhum escrúpulo baixam o preço do leite depois que ja captaram o produto a 40 dias antes. anunciam a baixa na semana do pagamento. Vale lembrar que as industrias não andam sem os produtores. Será que isso não esta invertido, quem produz tinha que ter um pouco mais de respeito.
PLINIO SOUSA CANDIDO

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 25/09/2019

Entendo que já está mais do que na hora de mudar a forma de se negociar leite. Tanto pela indústria quanto pelo produtor.
precificat o produto com base em custos de produção estimados, e após produto já recebido e processado na indústria não faz sentido algum.
Sabemos que existe uma base de custos formada pelos indicadores de mercado, porém o custo final e particular a cada produtor. Isso tem que mudar
FERNANDO CERÊSA NETO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/07/2019

Sempre batendo na mesma tecla. A indústria só poderá ter dificuldades se administrada de forma amadora.
É impossível sofrer dificuldades se obtém matéria prima para pagar em média com 45 dias de prazo e, ela mesma, a indústria, quem apura o valor a pagar.
No cálculo acima, não se computou os juros ganhos em função do longo prazo para pagamento da matéria prima. Se as indústrias se unissem para formar seu preço de venda, como fazem para pagamento ao produtor, a história seria bem diferente.
Seria interessante, e este é o momento oportuno Marcelo, que parte do seu tempo fosse dedicada a orientar o produtor a sobreviver com uma queda de R$ 0,30 centavos no preço do seu produto, sem que essa queda fosse prevista com no mínimo 90 dias de antecedência.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 17/07/2019

Fernando, concordo com você principalmente no ponto que se refere à má comunicação da indústria em geral junto ao produtor, embora é preciso reconhecer que existem empresas procurando mudar isso. Os sinais de mercado já estavam evidentes há pelo menos 2 meses, mas os preços ao produtor se mantiveram estáveis ou mesmo em alta. A conta não iria fechar. Mas de fato um tombo de 30 centavos sobre aviso prévio é um exemplo claro de uma cadeia que não está organizada.
RAIMUNDO MARTINS DE ASSUNÇÃO RAIMUNDO

POMPÉU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2019

SE
Os representantes dos produtores no conseleite forem honestos,
O articulista for honesto,
os dados coletados forem honestos,
Podemos todos abandonar nossa atividade IMEDIATAMENTE
LUIZ BARROS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/06/2019

Marcelo penso que seria interessante para a análise ter uma visão mais abrangente dos valores pagos por extrato de produção e o que cada extrato representa dentro da produção total. Fico com a impressão que alguns produtores (provavelmente os pequenos) recebem muito menos que os valores definidos pela Conseleite, enquanto outros produtores estão recebendo acima conforme indica seus dados.


Essa impressão se baseia na minha própria experiência, pois desenvolvo a atividade em Minas Gerais e não me lembro da ultima vez que recebi o leite acima de R$ 1,50... acredito que somente em meados de 2016. De lá pra cá, os valores foram bem inferiores... não me surpreenderia se o pequeno estiver financiando a atividade do grande em função desse adicional por volume.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 17/06/2019

Luiz, com certeza isso ocorre. Os dados do aplicativo MilkPoint Radar (gratuito para participar) mostram um diferencial de preços de 30% ou mais entre produtores acima de 6000 litros e abaixo de 500 litros/dia.
PAULO TADATOSHI HIROKI

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/06/2019

Então Marcelo, não parece a metodologia usada na apuração de preços pode ter deixado passar algum item que a indústria teria maior retribuição? Um dos pontos que observei desde o início, é a defasagem de tempo, ocasionando diferença importante na alta (demora muito a compor o valor). Na baixa o indicador e o repasse para o produtor é quase imediato...O aspecto ociosidade das plantas é de grande importância, por aqui, as que conheço estão operando com 25 a 30% da capacidade...e as que estão conseguindo mais leite, este vêm de longe.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 17/06/2019

Olá Paulo, é possível que tenha algum produto que não esteja contabilizado, mas não tenho as informações detalhadas para argumentar. Teoricamente a metodologia deve englobar todos os produtos, mas na página do Conseleite não há esse detalhamento.
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 17/06/2019

Paulo, nossa equipe conversou com o Conseleite e consta que todos os lácteos são incluídos.
RUBENS TRISTÃO JUNIOR

MUNIZ FREIRE - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

Me desculpem mais não concordo que nossos laticínios estão em sinuca de bico. Muito tendenciosa essa matéria, pois no momento que o Conseleite solta que estão pagando muito além do que podem pagar, mas isso não vem de agora, mostrando que quem está errado é o Conseleite. Os produtores são muito desorganizados, se fosse diferente não teríamos matéria tendenciosa assim. É o que eu percebo.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 12/06/2019

Olá Rubens, obrigado pelo comentário. Embora o Conseleite seja muito bem embasado, entendo fazer parte do processo que existam dúvidas sobre a eficácia da metodologia. Mas de qualquer forma, veja que as margens estão ruins (os dados são irrefutáveis, pelo menos para esses produtos). Mas é válida sua participação, sem dúvida.
WOLMAR FERREIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

Ótimo artigo! E nos leva à reflexão quanto à viabilidade do nosso futuro!! Porém no artigo não foi falado de impostos! Por favor, qual o percentual médio da cadeia produtiva do leite fica com o nosso maior sócio, o governo? Em todos os elos da cadeia, no produtor, na indústria e no varejo? Fico vendo as pessoas pedindo maior interferência do governo, será que o caminho não é o contrário? Menor interferência do governo e menos carga tributária sobre a produção!!
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/06/2019

Wolmar
O próprio fato do governo ser "sócio", não só do negócio da cadeia produtiva do leite, mas de todos os negócios do País, inclusive da "renda" das pessoas físicas, através de uma carga tributária pesada, é um motivo que ele deve participar da solução dessa sinuca de bico. Não se trata de interferência na atividade privada, mas que ele cumpra o seu papel de estabelecer as políticas públicas que permitam a sustentabilidade da atividade econômica e o bem estar de nosso povo.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 14/06/2019

Olá Wolmar, obrigado pelo comentário. De fato, faltou o governo nessa história. Creio que um ponto muito relevante que precisamos fazer é analisar a competitividade do produtor sob a ótica dos custos de produção, incluindo insumos, em comparação a outros países. E isso passa certamente por tributação. Mas veja que esse é um problema geral do país e não só do leite. Mas vejo pouca gente olhando para essa questão.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

Marcelo, o diagnóstico é perfeito.

Desemprego e baixos salários limitam o poder de compre de uma população onde 97% vive em áreas urbanas. Quem produz leite não tem domingo, feriados ou férias: no Brasil tem que produzir todos os dias, faça sol ou chuva. A grande rede de varejo força um preço muito baixo para o UHT, o que desistimula a indústria e produtores que não tem margem para investir e produzir de forma sustentável. O baixo consumo de leite pela população prejudica o desenvolvimento físico e neurológico do jovem e favorece a osteoporose nos idosos, com um custo brutal para o País, e o Governo não toma conhecimento disso.

Acho que nem o Carne Frita, o maior jogador de snooker que conheci sairia dessa sinuca de bico, e por isso acho que sem envolvimento do Governo na construção de uma política pública decente para o leite a cadeia produtiva não sairá desse impasse, e continuaremos, como já somos a décadas, importadores de leite, um País não competitivo por causa do baixo potencial dos jovens prejudicados por consumo abaixo do preconizado pelas organizações internacionais de saúde, e com grandes gastos com saúde de idosos.

Abraço
Marcello de Moura Campos Filho
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 14/06/2019

Obrigado Marcello, realmente nem o Carne Frita resolve :)
CESAR DE CASTRO ALVES

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/06/2019

Marcelo e Filipe,
Achei muito boa a reflexão. É impressionante!
Saudações
CARLOS GOMES DE OLIVEIRA

PIRACICABA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

Ótimo texto . Tenho a impressão que as margens do varejo ajudam a destruir as tentativas de boa relação Industria/Produtor ... Gostaria de ter mais acesso a estes dados . Mas é fato que vender para grandes redes de supermercados, sem um diferencial muito claro, é um verdadeiro suicídio para qualquer tipo de produto, ainda mais de vida curta como os lácteos !!!
ELDER MARCELO DUARTE

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/06/2019

Parabéns pela análise !
A sinuca de bico é para todos os elos da cadeia, produtores, indústria, e varejo lutando por uma fatia do bolo que sabemos que ficou muito menor nos últimos anos, e enquanto o país continuar sem crescimento, esse bolo também não cresce, e todos continuaremos sofrendo...
JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

É muita coincidência.
O artigo do CEO do Milk Point vem para esfriar nossa indignação, no exato momento em que a indústria cartelizsda decreta a baixa?
Pavimento para a recomposição arbitrária de margens?
Uma crítica à análise e aos gráficos: eles comparam as margens entre produtos do mix das indústrias, isoladamente, com a matéria prima. Como se houvesse hipótese de um litro de leite da minha fazenda virar *apenas* e tão somente 1 litro de leite UHT ou 100 g de muçarela ou 1 litro de iogurte. "Esquece" que 90% da MP que vai para queijos, por exemplo, vira MP de novo e é industrializada e vendida como bebidas lácteas e iogurtes, pelo mesmo preço do leite UHT ou até mais. Sem falar em creme de leite e manteiga.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 12/06/2019

Juliano, obrigado pelo comentário. Nós acompanhamos muitas variáveis de mercado e, creio, temos uma visão mais ampla do que está ocorrendo. O consumo da cesta de lácteos no primeiro trimestre caiu 5%. os preços no varejo e atacado estão andando de lado, em patamares baixos. Essa é a realidade. Em relação à indústria cartelizada, o histórico de dificuldades mostra que, se há cartel, ele é bastante incompetente. Há sem dúvida outros produtos que não analisei, mas vale lembrar que o Conseleite analisa esses produtos e aponta que os preços de referência são seguidamente mais baixos do que o que o mercado pratica. Também, basta analisar o cenário histórico dos produtos que analisamos para concluir que a situação hoje é bem mais complicada do que no passado.
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
ELVIO LAUTERT

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/06/2019

Resposta real e pertinente. Parabéns!
É preciso dar um basta nessa conversa de cartelização, há muito ultrapassada (se já houve um dia).
Em tempos de redes sociais à toda, só não participa da realidade (triste) quem não o deseja...
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
CARLOS OTÁVIO LACERDA

SÃO LUIZ DO PARAITINGA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/01/2020

Marcelo, uma parte do questionamento do Juliano é sobre o fato de um kilo de leite ser mais do que um kilo de produto lácteo.
Pode-se por exemplo adicionando os insumos não lácteos adequados, produzir bebida láctea do soro, manteiga da gordura e leite desnatado, que somados darão bem mais do que um kilo de derivados de leite. Esse rendimento do kilo de leite é levado em consideração no estudo?
EM RESPOSTA A CARLOS OTÁVIO LACERDA
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 06/01/2020

Carlos, de fato o questionamento procede. Eu considerei só as commodities, que representam a maior parte do uso de leite pelas empresas. Certamente há outros produtos que levam algo de leite e que podem ter uma situação melhor. De qualquer forma, são as commodities que, no mundo todo (ainda) definem o preço do leite, já que são estas que respondem pela maior parte do uso do produto.
EVERTON DANIEL GOELZER

QUINZE DE NOVEMBRO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

O problema é a alta carga tributária para um país em desenvolvimento, péssima gestão dos recursos públicos! Aperta para todo mundo, o consumidor não tem dinheiro para consumir, consome mais produtos de baixo valor agregado, a indústria e o produtor ficam sem margem, é "desanimador", infelizmente não está fácil para ninguém! Os altos custos de produção, falta de assistência técnica, entre outros problemas vão acabar tirando muitos produtores da atividade!
EDUARDO CÔRTES

CARATINGA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2019

Também não sou economista, mas seu artigo mostra dados negativos para a indústria de leite UHT, mussarela e leite em pó industrial, mas tais produtos representam, ´pelo seu artigo, 40% do mercado. E os outros 60%? Estão dando lucro? Quando é mostrado o leite em pó não industrial, os dados não são negativos. Então, baseado nos dados mostrados no artigo, a conclusão de que "... a indústria paga mais do que poderia pagar" não encontra sustentação no próprio artigo. Outro ponto que não me pareceu bem claro é o de usar a venda de indústrias de leite como exemplo de preços pagos acima do que se poderia pagar. O Mercado está cheio de compras e vendas de indústrias de vários setores sem que isso represente evidência de que se estava pagando matéria prima acima do que poderiam pagar. Há problemas de má administração, custos elevados de produção, estratégias erradas, etc. As indústrias citadas foram compradas por grandes empresas que não parecem tomar suas decisões de compras sem profundo e detalhado planejamento. Se tomarmos venda ou fechamento de indústrias como a evidência de que estavam pagando preços acima do que poderiam, temos mencionar também as milhares de fazendas de leite sendo fechadas semanalmente no Brasil porque recebem preços abaixo do que precisariam. Aos produtores é sempre dito que fazendas fecham por má administração e pouco profissionalismo, o que é verdade na maioria dos casos. Mas isto é válido para a indústria também. Como disse, não sou economista, e gostaria de saber um pouco mais da evolução dos preços dos produtos dos 60% que não foram aqui analisados. Obrigado.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 12/06/2019

Olá Eduardo, obrigado pelos seus comentários, que são válidos sem dúvida. Há outros tipos de queijos, certamente alguns deles com margens melhores, mas individualmente representando pouco do total. Iogurtes também tem tido um desempenho ruim. Para você ter uma ideia, em 2018 os volumes de venda retraíram para os mesmos de 2009. Concordo com você que há empresas mal administradas, etc. Eu coloco no artigo que há saídas, como a agregação de valor. Porém, minha visão é que se o grosso dos produtos vendidos apresentam margem negativa, o sinal de alerta é grande.
MATIAS BONIATTI

ILÓPOLIS - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/06/2019

O adicional por volume deveria ser padrão, daria mais clareza se o produtor pode ou não investir em aumentar o volume ou continuar como esta.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 14/06/2019

Olá Matias, hoje o diferencial por volume é a principal origem dos preços diferenciados para os produtores de leite que tem escala. Eu diria que ele é padrão no mercado hoje.
BRUNO VICENTINI

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 11/06/2019

O artigo é muito bom! Relata uma realidade.
Minha formação é em Medicina Veterinária, não em economia. No entanto, participando de um curso do SEBRAE, certa vez, ficou muito clara para mim, a importância do fornecedor (produtor de leite, no caso em questão). Ele não pode ser "esmagado", uma vez que é uma parte cadeia de produção, onde a indústria depende dele e, ele da indústria. E, ambos de mercado consumidor...
O Brasil precisa de leite, tanto que não produzimos o suficiente e, somos obrigados a importar.
Não existe saída fácil, ainda mais em se tratando de Brasil, onde infelizmente não possuímos nem "projeto de país" de longo prazo.
Acredito que, o fortalecimento da cadeia produtiva, começando pelos produtores (visão profissional do negócio, qualidade de produto, racionalização de custos, etc) e pela indústria (gestão eficiente, valorização e fidelização de seus fornecedores, etc), poderiam fazer com que o cenário se tornasse menos nebuloso à frente.
As margens do varejo, de fato são as maiores. Depois vem os atravessadores e, por último a indústria e produtor, com as menores margens de lucro. Não podemos esquecer do "sócio" presente em toda a cadeia, o governo, com seus impostos e quase nenhuma contribuição.
Não se pode falar em importância maior, uma vez que em uma cadeia produtiva, todos os elos são importantes. No entanto, vemos os elos produtivos (produtor e indústria), com as atividades "mais difíceis" e menos lucrativas.
O que as partes responsáveis pela produção (indústria e produtor) podem fazer juntos, para mudar a realidade em questão?
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 11/06/2019

Olá Bruno, obrigado pelo seu comentário, que agregou bastante à minha análise. Acho que falta sim a criação de uma visão em conjunto entre produtores e indústrias. Em 2017, coordenei um workshop com essa finalidade na CNA, com participação da indústria e de especialistas, no intuito de criarmos uma visão de futuro. Esse documento apontava os gargalos do setor e uma possível agenda. É difícil no Brasil criarmos uma agenda de longo prazo, que seja seguida independentemente da situação do momento. Mas continuamos à disposição do setor para coordenar esse projeto.
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2019

Já passou da hora da indústria assumir uma parte da responsabilidade pela eficiência produtiva da cadeia, porque até agora a tática é simplesmente arrumar a casa nas costas do produtor! É fácil para indústria que paga o leite com até 60 dias após a primeira captação fazer o balanço no fim do mês, ainda trabalhar com o nosso dinheiro mais uns dias, e fechar o preço de acordo com a sua necessidade, não se preocupando com melhorar em nada suas práticas! Na verdade essa prática nefasta é componente determinante nessas oscilações absurdas de preço ao produtor, que trás insegurança e agrava ainda mais a situação da própria indústria!! E enquanto isso o varejo nada de braçada e faz o que quer com os preços ao consumidor , tornando um produto básico, como por exemplo a mussarela , um item de luxo!!
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 11/06/2019

Olá Roney, concordo com você que a principal responsabilidade de mudar o quadro é da indústria. Não é fácil, por outro lado, lidar com os canais de distribuição, mais concentrados e com mais poder. Após a crise de 2014, houve por exemplo o crescimento do canal Atacarejo (Cash & Carry), que oferece menor variedade de itens e preços ainda mais baixos. Ainda, a indústria também recebe a prazo. Mas você tem razão, o produtor não tem a quem recorrer para passar a situação para frente. A saída, difícil, está na agregação de valor, busca de canais alternativos de venda, desenvolvimento de marcas, etc.
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/06/2019

Professor, a situação da indústria é muito cômoda no Brasil, não acredito nem por um segundo que estejam pagando acima do que podem pela matéria prima, como afirmei em meu comentário anterior, eles arrumam a casa nas costas do produtor com uma facilidade imensa. E o prazo a que o Sr. Se refere da venda das indústrias é em média 14 dias. Não sou contra a indústria, muito pelo contrário, uma indústria forte pode trazer consigo as condições de fomento necessárias para o produtor evoluir, o problema é que a grande e esmagadora maioria delas não enxergam isso, tratando os produtores como massa a ser explorada! Sem falar na porcaria que vendem como sendo leite (UHT). Analisando a questão conseleite, lembro que em 2014 salvo engano , houve de uma canetada só a depreciação de quase 20% do valor do leite padrão, em uma reforma da metodologia..kkkk .. sem falar que quem manda nos conseleites são as indústrias, então está claro que não somos representados (produtores) nesse colegiado, portanto não reconheço como verdade as informações por ele calculadas e repassadas ! Bom, a estrada será longa e tortuosa, mas quem sabe um dia teremos uma cadeia organizada e produtiva, com margens igualitárias, onde todos consigam ganhar e entregar ao consumidor um produto excelente a um preço justo!!
FERNANDO CERÊSA NETO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2019

Pena este artigo, acredito que encomendado pelas empresas transformadoras, se materializar tão inoportunamente. Os articulistas conhecem sobejamente as agruras dos produtores, mas nem uma linha esclarece este detalhe. Não reconhece que os produtores, além de receberem muito pouco pelo produto, o fazem com prazo médio posterior à entrega de 45 / 50 dias. Se fosse artigo sério, veria que o principal produto não entrou no mix. A manteiga.
Lamentável e totalmente dispensável tentar aniquilar ainda mais a classe produtora.
Fernando Ceresa Neto
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 11/06/2019

Fernando, você conhece nosso trabalho há muito tempo acredito que não pense realmente assim. Temos 19 anos de trabalho, buscando trazer dados concretos e analisá-los sob a luz da imparcialidade. Nem sempre as informações trazem boas notícias e muitas vezes somos criticados (por qualquer um dos lados que se sinta prejudicado com a verdade dos dados). O que procuramos fazer foi partir de uma análise do mercado para trás: a partir dos preços de venda, o que temos para distribuir? É exatamente esse o conceito do Conseleite, aliás uma bandeira antiga das associações e entidades de produtores. O que o Conseleite mostra é que a indústria não consegue vender bem o seu produto, a ponto de ter margens negativas (e com uma tendência que não é animadora). O artigo também sugere que precisamos ter um ganho de eficiência no campo, para que o valor distribuído, menos sendo menor do que hoje, consiga manter o setor em crescimento. O artigo não vai mudar o mercado - a indústria para o que precisa pagar para ter o seu leite, caso contrário a oferta cai. Daí a sinuca de bico: o cobertor do setor hoje é curto. Quanto à informação de que não incluímos o principal produto, na sua visão, a manteiga, informo que o mercado de manteiga representa cerca de 2-3% do total vendido pela indústria. Não é, portanto, o principal produto. Fazendo uma análise mais ampla da evolução da indústria, é interessante lembrar que, no período de maior crescimento de consumo, entre 2002 e 2014, as 4 maiores empresas tiveram problemas. A LBR quebrou, a BRF vendeu a área de lácteos por causa de baixos resultados, a DPA mudou a estrutura da joint venture (e agora será vendida) e a Itambé precisou vender 50% do seu negócio. São indicativos de que a saúde da indústria não tem sido boa. Muito obrigado de qualquer forma pela participação.
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 11/06/2019

Obs: a indústria paga o que precisa pagar (correção).
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
FERNANDO CERÊSA NETO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/06/2019

Marcelo, conheço muito bem seu trabalho e admiro seus conhecimentos, todavia difícil não reconhecer a inoportunidade do artigo, justamente em momento tão complicado para o produtor. Como sugestão, melhor seria começar seu trabalho focado nos custos do produtor. Jamais temos oportunidade de dizer aos nossos fornecedores ¨vou pagar meus débitos com 45 dias de prazo e somente pelo valor que me convier¨. As empresas lácteas não brigam pelos preços. Se valem do prazo para pagamento da matéria prima para ajustar eventuais oscilações do mercado.
Quando fiz referência à manteiga é porque sua composição utiliza matéria prima praticamente a custo zero, decorrente da padronização do leite a 3% de gordura.
Não pretendi ser desrespeitoso e nem agredir. Apenas entendo que o produtor foi esquecido em seu trabalho.
EM RESPOSTA A FERNANDO CERÊSA NETO
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 14/06/2019

Bom dia Fernando, acho que o debate de ideias (que faltam no setor) é importante. Ao longo de todos estes anos, vejo uma dificuldade de "calçar o sapato dos outros", ver as dores que cada um tem. Eu vou escrever um outro material sobre custos de produção em breve, inclusive sugerindo uma ação nesse sentido. Mas queria entender melhor a situação atual do produtor ser complicada: a Receita Menos o Custo de Ração foi a melhor para um primeiro semestre em muito tempo. A produção cresceu 2,8% no primeiro trimestre. Não sou produtor, mas os números mostram um 2019 até agora bom, não?
VALTER AP.CAMPANHOLO

ITURAMA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2019

Se está difícil para a indústria, imagina para o produtor que carrega todos os custos nas costas!!

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