EUA: consumidores questionam prática de separar bezerros das mães

“As pessoas estão insatisfeitas com essa ideia de que estamos fazendo algo que parece não natural – tirando o bebê de sua mãe nas primeiras horas de sua vida e que precisamos ter boas razões para fazer isso”. “Estamos convencidos de que nossas razões são boas, mas quando nos voltamos e detalhamos, descobrimos que, em alguns casos, está faltando pesquisa”.

Weary disse que pesquisas que apoiam a separação muitas vezes não são encontradas e colocar os bezerros em um regime de colostro artificial é um exemplo de prática que não é apoiada pela ciência. “Nós frequentemente fazemos um trabalho pior do que a vaca faria”.

Outra grande questão na Austrália e na Nova Zelândia é o destino dos bezerros machos do sistema de produção leiteira, sendo muitas vezes abatidos ou vendidos a processadores de carne. Weary disse que esse é um exemplo de assunto que a indústria precisa focar, porque é difícil para o público entender o que está acontecendo. “Temos esse sistema de produção que é dependente do abate de metade dos bezerros que nascem?”, disse ele. “É muito difícil para as pessoas entenderem e acho que precisamos levar isso mais a sério, em termos de apresentar sistemas que possam evitar isso”.

Ele disse que o uso de sêmen sexado para ter uma safra altamente direcionada de novilhas pode ser uma forma de minimizar o problema, enquanto outros bezerros podem ser cruzados para produzir animais de maior valor para produção de carne. As leis agrícolas também podem ser outro problema. Em outro estudo, Weary informou as pessoas sobre as leis e perguntou o que achavam sobre os produtores e o bem-estar animal na indústria de lácteos.

Dezesseis estados dos Estados Unidos permitiram ou consideraram leis que tornam ilegal filmar atividades nas fazendas sem o consentimento do proprietário. Em New South Wales, na Austrália, há leis semelhantes e existem medidas para estabelecer leis nacionalmente.

O pesquisador disse que as leis estão fazendo mais danos do que as campanhas que foram designadas a inibi-la. “Só de saber dessa política faz as pessoas pensarem mais negativamente sobre nós e os padrões de cuidados dos animais nessas fazendas. Por isso, é importante termos paredes de vidros, que possamos convidar as pessoas para ver nossas fazendas, mostrar a distinção entre o que são práticas comumente aceitas e os eventos ruins que vemos em vídeos”.

As informações são do ABC, traduzidas pela Equipe MilkPoint.