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Vitamina C: a síntese endógena é suficiente ?

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 17/10/2022

6 MIN DE LEITURA

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Nos ruminantes, a vitamina C alimentar é fortemente degradada (±60%) pela microflora do rúmen. Porém, esses animais produzem essa vitamina no fígado através da via metabólica do ácido glicurônico, a partir de precursores, como a glicose e a galactose.

A vitamina C (ácido ascórbico) possui uma série de funções essenciais para a manutenção da fisiologia animal, entre as quais se destacam (Matsui et al., 2012; Ranjan et al., 2012):

· É um dos agentes antioxidantes mais importantes: esta vitamina hidrossolúvel é um poderoso agente redutor, prevenindo danos celulares e teciduais causados por radicais livres em todos os tecidos, incluindo o cérebro e o sistema reprodutivo.

· Está envolvida na regeneração da vitamina E: a vitamina E reage com os radicais livres, formando α-tocoferil, que retorna a α-tocoferol, graças à vitamina C.

· Está envolvida na biossíntese cerebral de catecolaminas e é um cofator da enzima dopamina 
β-hidroxilase.

· Transforma o ferro circulante em formas altamente biodisponíveis.

· Estimula a diferenciação dos osteoblastos, promovendo a correta ossificação do esqueleto.

· Tem parte ativa na biossíntese da norepinefrina a partir da dopamina nas células da granulosa. A vitamina C também interage com as catecolaminas e ajuda a regular a produção de oxitocina.

· A glândula adrenal bovina precisa de vitamina C para produzir aldosterona; o ácido ascórbico desempenha um papel fundamental na produção e liberação de corticosteroides adrenais.

· A vitamina C está envolvida na síntese de colágeno, necessária para a correta manutenção do tom e elasticidade dos tecidos.

· Os neutrófilos contêm concentrações significativamente maiores (40-60X) de ácido ascórbico que o sangue: a vitamina C permite que essas células mantenham a correta motilidade e a atividade fagocítica, bem como a eliminação de patógenos, através da explosão respiratória.

· Os leucócitos usam a vitamina C para proliferar e para a produção de interferon.

Apesar dos bovinos sintetizarem a vitamina C, é possível que essa síntese endógena seja reduzida e/ou inferior às necessidades durante determinados períodos, tão pouco existe grande acúmulo de reservas no organismo, eliminando os excedentes do ácido ascórbico pela urina, sendo necessária sua reposição diária.

Diferentes estudos comparativos demonstraram que a concentração de vitamina C no plasma é altamente variável durante diferentes fases de vida produtiva dos bovinos. O estresse térmico, as condições precárias no barracão e a mastite (processos inflamatórios), podem reduzir a concentração plasmática da vitamina (Weiss et al., 2004; NASEM, 2021). No pré-parto, a vaca tem uma concentração sanguínea reduzida desta vitamina. Após o nascimento, os níveis hepáticos de ácido ascórbico nos bezerros são geralmente altos e diminuem nos dias seguintes. Nesta primeira fase da vida, o animal depende totalmente da vitamina C presente no colostro e no leite. A síntese endógena de vitamina C se inicia a partir das 3 semanas de vida nos bovinos. Em geral, os níveis de ácido ascórbico no sangue apresentam alta variabilidade individual, associada a um forte componente genético. Não foi demonstrada ainda correlação entre a suplementação de vitamina C e o aumento da função imunológica. De qualquer forma, a vitamina fornecida pelo leite e pela suplementação dos concentrados e sucedâneos leva os bezerros a apresentarem uma menor incidência de doenças oculares e respiratórias. A demanda metabólica do bezerro por vitamina C está intimamente ligada a inúmeros fatores ambientais e sua suplementação pode ser útil para atender às necessidades dos animais (Ranjan et al., 2012).

Em vacas de elevado desempenho produtivo, desde o parto até o pico da lactação, há uma alta demanda por energia e glicose, principalmente para a síntese de lactose. Portanto, esses animais têm um balanço energético negativo, especialmente durante o período de transição. Há uma redução na disponibilidade de precursores para a síntese de vitamina C hepática, com consequente/possível deficiência. Em vacas e ovelhas, o aumento da mastite tem sido associado à baixa concentração de ácido ascórbico no sangue, bem como há uma correlação entre suplementação de vitamina C e a redução na incidência da mastite e do número de células somáticas (Ranjan et al., 2012; Matsui et al., 2012). O mecanismo de ação ainda não está compreendido totalmente. Por outro lado, todas as vacas recém paridas têm concentrações baixas de vitamina C, sem correlação com os corpos cetônicos circulantes (Matsui et al., 2012). As patologias hepáticas e os traumas reduzem tanto a função hepática, quanto a síntese endógena da vitamina C. Sob esteatose hepática, a vitamina B e os doadores de grupos metil ajudam no metabolismo energético, enquanto a suplementação alimentar de vitamina C melhora a saúde geral do animal: o efeito antioxidante encara o estresse oxidativo e a esteatose hepática.

O estresse térmico afeta negativamente a concentração sanguínea de ácido ascórbico nas vacas: a gliconeogênese é reduzida e há uma deficiência dos precursores da síntese de vitaminas. Ao mesmo tempo, as altas temperaturas causam estresse oxidativo, aumentando as necessidades de antioxidantes dos animais. Sob estresse térmico, a vitamina C circulante diminui até 50% em relação ao outono (Padilla et al., 2006; Kumar et al., 2010). Durante o verão, a suplementação alimentar de vitamina C, protegida da ação ruminal e altamente biodisponível, sustenta as funções fisiológicas, nas quais a molécula está envolvida. Em vacas sob estresse térmico a suplementação de vitamina C (injeção IM) durante o período de inseminação teve efeitos positivos na prenhez e redução do estresse oxidativo (Kirdeci et al., 2021). A fertilidade está fortemente relacionada à suplementação de vitamina C durante os períodos de estresse térmico: no verão se alonga o período parto-concepção e aumenta-se a incidência de patologias reprodutivas.

O ácido ascórbico desempenha um papel crucial no desenvolvimento e maturação correta do folículo ovariano, bem como na manutenção do corpo lúteo. Além disso, a suplementação implica na síntese de esteroides e ocitocina. A suplementação de vitamina C, especialmente durante o periparto, melhora a fertilidade e reduz a incidência de retenção placentária em vacas e búfalos (Hussein  et al., 2012). Durante a transição, a suplementação de vitamina C melhorou o estado oxidativo das vacas (capacidade antioxidante total e na concentração de biomarcadores oxidativos), promovendo também o desempenho e o estado de saúde dos bezerros nascidos delas (Seifzadeh et al., 2022).

A Patagônia Chilena é um ambiente hostil, de grandes altitudes, de baixa disponibilidade de alimento, de condições frias e ventosas durante os períodos de gestação e parto das ovelhas. Sob essas condições, as gestações ovinas são caracterizadas por hipóxia materna e, portanto, fetal, elevando o risco de retardo de crescimento intrauterino. A gestação gemelar complica mais o problema, elevando a mortalidade durante os primeiros dias de vida a 40%. Das alternativas testadas, a suplementação simultânea das vitaminas C e E tem mostrado resultados satisfatórios, prevenindo o estresse oxidativo e o retardo de crescimento intrauterino, com melhora dos resultados de prenhez (Parraguez et al., 2011; Parraguez et al., 2015; Sales et al., 2018).

Não há diretrizes, nem uma faixa definida para a suplementação da vitamina C nas dietas dos ruminantes, ainda que seus níveis plasmáticos sejam extremamente variáveis e o ácido ascórbico esteja envolvido em numerosos processos metabólicos e fisiológicos. Por essas razões, a suplementação de vitamina C, especialmente em períodos de estresse, pode ser útil. Neste caso, deve-se considerar a alta degradação ruminal da vitamina livre. Portanto, é importante que se considere uma forma de vitamina C protegida da ação ruminal para que se otimize tanto a dieta, quanto o ácido ascórbico biodisponível para o ruminante.

Dentro de seu portfólio, a Vetagro possui o Microtinic ® C, uma fonte microencapsulada de vitamina C, testada para bypass ruminal e altamente disponível no intestino.

Quer saber mais? Fale conosco!

 

Artigo original de Sara Flisi disponível na língua italiana aqui

Este é um conteúdo da Vetagro

Referências disponíveis mediante solicitação

 

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