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Streptococcus uberis: a frustrante bactéria da mastite

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 07/04/2021

7 MIN DE LEITURA

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O que sabemos sobre a mastite por Streptococcus uberis e por que motivo é tão frustrante?

Streptococcus uberis é reconhecido em vários países em todo o mundo como o agente causador de mastite, a cura pode ser difícil além de ter muitos casos muito recorrentes. Isto é ilustrado pelas conversas entre produtores e seus veterinários nas quais dizem : “ Tratei a vaca e tudo parecia estar bem, mas logo depois do final da carência do tratamento a mastite voltou ”. Dificilmente surpreende o fato de ser chamado o frustrante agente da mastite. O tratamento bem-sucedido é frequentemente elusivo nestas situações e por isso a prevenção dos casos de mastite por Streptococcus uberis é mais recompensadora do que tentar solucionar o problema.

O que é o Streptococcus uberis e onde pode ser encontrado ?

O Streptococcus uberis é uma bactéria que normalmente provoca mastites clínicas e subclínicas nas vacas leiteiras. Tem a capacidade de colonizar os animais e o ambiente e é encontrado predominantemente no esterco e no material orgânico, incluindo os materiais das camas. O Streptococcus uberis foi encontrado no trato alimentar ( lábios, amígdalas, rúmen, reto e fezes ), trato respiratório, trato urogenital, abcessos e feridas infectadas, bem como no orifício do teto, canal do teto, pele do teto e glândulas mamárias infectadas de vacas.

Como é que o Streptococcus uberis se dissemina ?

A disseminação da Streptococcus uberis ocorre, sobretudo, através do trato alimentar, desde as lambidas, com cerca de 50% das amostras de pele de vacas leiteiras positivas para Streptococcus uberis, até à contaminação via fecal, com cerca de 25% das fezes de vaca positivas para Streptococcus uberis e tendo as pastagens com pastoreio níveis mais elevados de Streptococcus uberis do que as pastagens sem pastoreio. A contaminação fecal das camas em pastos livres ou das camas em Compost Barn no gado acomodado também vai resultar em elevados níveis de Streptococcus uberis com as camas de material orgânico em particular, como a palha ou serragem, a facilitarem a posterior multiplicação. A presença de Streptococcus uberis no ambiente resulta na contaminação dos tetos e das extremidades dos tetos e na subsequente infecção intramamária com contagens elevadas de bactérias, resultando no aumento das taxas de infecção.

Quando ocorrem as infecções intramamárias com Streptococcus uberis ?

As vacas leiteiras são principalmente infectadas a partir de fontes ambientais no período seco, resultando frequentemente em casos clínicos na lactação subsequente, embora a infecção também possa ter origem em vacas lactantes, constituindo os primeiros 75 dias de lactação um período de maior risco do que a restante lactação. Até 60% dos casos clínicos de mastite podem ter a sua origem no período seco, com taxas de infecção mais elevadas logo após a secagem e em torno do parto. A tipagem da cepa demonstrou que algumas infecções por Streptococcus uberis podem tornar-se persistentes e, por conseguinte, ter potencial para se comportarem de um modo contagioso. Neste caso são frequentemente encontradas apenas algumas cepas diferentes numa única fazenda, em comparação com várias cepas heterogéneas encontradas em rebanhos em que as fontes ambientais são importantes.

Quão comum é a mastite por Streptococcus uberis ?

A mastite por Streptococcus uberis é encontrada em todo o mundo e é mais comum em países com uma indústria de lacticínios desenvolvida. É designada como um agente patogênico associado ao ambiente e frequentemente é responsável por aproximadamente um terço dos casos clínicos (Figura 1).

Mastite isolada

Figura 1: Vale Laboratory UK, isolados de mastite clínica, 2016

Quando tempo duram as infecções intramamárias por Streptococcus uberis ?

A duração das infecções por Streptococcus uberis pode variar consideravelmente, com cerca de 60% das infecções durando menos de 30 dias; no entanto, aproximadamente 18% das infecções podem tornar-se crônicas e durar mais de 100 dias. Existem relatórios de infecções por Streptococcus que persistem nos períodos secos e com uma duração de até 20 meses. Embora estas infecções subclínicas sejam cada vez mais reconhecidas como um problema em vacas com infecção crônica, que podem atuar como uma fonte importante de novas infecções em rebanhos em que estejam presentes cepas adaptadas aos úberes, estas representam apenas uma pequena percentagem do rebanho em ordenha, sendo, normalmente, as fontes ambientais a principal preocupação.

Qual é o aspecto da mastite por Streptococcus uberis ?

Tal como acontece em qualquer infecção intramamária, as alterações no aspecto do leite produzido a partir de vacas infectadas com Streptococcus uberis pode variar desde alterações não visíveis nos casos subclínicos até à comum desnaturação do leite com coágulos e, por vezes, desde um úbere inchado até casos em que o leite fica aguado, com vacas doentes em casos clínicos. Os casos de mastites clínicas por Streptococcus uberis são sobretudo de grau 1 (apenas o leite é alterado) ou de grau 2 (o leite e o úbere são alterados), com alguns casos que progridem para grau 3 (o leite, o úbere e a vaca são afetados).

Como é possível controlar a Streptococcus:

1. Prevenção

1.1. Plano de 5 pontos e rotina da ordenha

Nas últimas décadas foram realizadas melhorias significativas na saúde do úbere (taxas de mastite clínica e contagens de células somáticas nos tanques de leite) na indústria dos laticínios de todo o mundo através da aplicação de medidas baseadas no controle dos agentes patogênicos da mastite contagiosa. 3 dos 5 pontos das medidas do plano de controle incluem o tratamento e ou o descarte para eliminar as infecções existentes, as quais têm um efeito reduzido nos impactos da saúde do úbere derivados de agentes patogênicos causadores de mastite, embora estas medidas sejam benéficas nos casos de prevalência de cepas adaptadas ao úbere.

1.2. Higiene do ambiente

Minimizar a exposição da extremidade do teto à Streptococcus uberis e a outros agentes patogênicos da mastite ambientais, tais como E. coli, através da otimização da gestão da higiene do ambiente da vaca, incluindo a preparação do úbere antes da ordenha, irá reduzir significativamente novas taxas de infecção intramamária.

2. Tratamento

Embora a eliminação de infecções existentes através de tratamento bem-sucedido de agentes ambientais tais como a Streptococcus uberis vá melhorar a saúde do úbere na vaca que está em tratamento, a vantagem para as outras vacas do rebanho é mínima quando comparada com os agentes contagiosos, uma vez que é mais provável que as novas infecções sejam provenientes de fontes ambientais, do que das infecções intramamárias existentes adaptadas ao úbere menos comuns.

2.1. Tratamento durante a lactação

O tratamento da mastite clínica durante a lactação é um requisito de bem-estar; no entanto, as taxas de cura são significativamente inferiores relativamente ao tratamento no período seco.

2.2. Tratamento na vaca seca

As taxas de novas infecções durante o período seco são elevadas e, deste modo, a prevenção através da gestão da higiene e a utilização de selantes internos do teto, quando permitidos, é tão importante como o tratamento com antibiótico no período seco para eliminar as infecções existentes.

E como será no futuro?

É frequente ouvir que a prevenção é melhor do que a cura, e o controle da mastite não é exceção. As melhorias na qualidade do leite e na saúde do úbere após décadas de aplicação do plano de 5 pontos talvez tenham ficado ligeiramente estagnadas após uma mudança da origem de agentes predominantes, de origem contagiosa para origem ambiental (Figura 2).

Mudanças na etiologia da mastite

Figura 2: Mudanças na etiologia da mastite

São evidentes as melhorias observadas no controle da mastite ambiental atualmente, através da gestão da higiene ambiental das vacas e da utilização de vacinação contra a E. coli e coliformes; no entanto, existe sempre lugar para novas ferramentas que ajudem a reduzir as taxas de infecção de novas mastites por Streptococcus uberis.

É sabido que o tratamento da mastite por Streptococcus uberis é difícil em termos de sucesso e recorrência, bem como que as infecções persistentes podem levar a uma utilização significativa de antibióticos na vaca e no rebanho para tentar parar este frustrante agente patogênico. No clima atual de « Uma Saúde » ( a saúde e a medicina humanas e dos animais consideradas em conjunto ) e com o objetivo de uma utilização responsável e reduzida de antibióticos na indústria dos laticínios, depender do tratamento para o controle da mastite e, em particular, do Streptococcus uberis, não será sustentável.

Vacinação

Está claro que todos os planos de controle de mastites têm de incluir o tratamento das mastites clínicas para o bem-estar das vacas leiteiras. Também está claro que, sobretudo nos casos de mastites por Streptococcus uberis, as quais podem ser difíceis de tratar com sucesso, recorrem frequentemente e podem disseminar de vaca para vaca, os planos de controle da mastite com base no tratamento poderão falhar se não contiverem medidas de controle significativas para reduzir as taxas de novas infecções de todas as fontes.

Para controlar este frustrante agente precisamos de mais ferramentas para reduzir as novas infecções por Streptococcus uberis tanto ambientais como de vacas infectadas e, consequentemente, tem sido uma aspiração, por parte de vários veterinários e criadores em todo o mundo, a existência de uma vacina bem-sucedida contra a mastite por Streptococcus uberis.

Este é um conteúdo da Hipra Saúde animal

Andrew M. Biggs

 

Para saber mais entre em contato pelo box abaixo.

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JOÃO JACOB ALVES SOBRINHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/08/2021

.Bom dia
Gostaria de saber onde encontrar a vacina Str.Uberis.
Obrigado
RAFAEL ORTEGA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL

EM 08/04/2021

Acho este artigo muito interessante sobre a situação atual da mastite por Str. uberis em vacas leiteiras em todo o mundo. Acho este artigo muito interessante sobre a situação atual da mastite por Str. uberis em vacas leiteiras em todo o mundo. Andrew M. Biggs é um renomado veterinário inglês em qualidade do leite. Como ele diz depois de muitos anos de trabalho implementando o plano de 5 pontos e adicionando pessoalmente os 10 pontos, estamos em uma situação em que precisamos de outras ferramentas para ajudar a controlar a mastite por este patógeno e a Hipra Animal Health atualmente tem a única vacina em todo o mundo com proteção heteróloga para ajudar na prevenção e controle da Str.( Ubac ). Rafael Ortega Arias de Velasco, Veterinário especializado em qualidade do leite.

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