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Coração do Leite: ''com o surto de febre aftosa na minha região, se iniciou um filme de terror''

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 27/07/2020

3 MIN DE LEITURA

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Momentos difíceis: quem nunca passou por eles? Nas propriedades leiteiras, isso não é diferente. Às vezes o bolso aperta, o pasto não vai bem, alguma doença acomete o rebanho ou perdemos algum funcionário que sempre foi nosso braço direito. Em outras, o planejado não sai como o esperado e aquela velha frase 'épocas de vacas magras' passa a fazer um baita sentido.

Mas...de repente, depois da tempestade aparece um arco-íris e a 'roda volta a girar' com fluidez e eficiência. É assim que se desenrolam as histórias de superação, cujas cicatrizes ficam marcadas em nós e são revertidas em amadurecimento e resiliência.

Na 3ª edição do Especial Coração do Leite, a Equipe MilkPoint conversou com Fabricio Nascimento, que nos contou com detalhes sobre uma das histórias de superação vivenciadas pela sua propriedade.

23 de agosto de 2000 foi uma data histórica e que ficará para sempre na memória dos moradores de Jóia, Rio Grande do Sul. Nesta data foi decretada emergência sanitária, que perdurou por 5 meses, devido a um foco de febre aftosa em uma propriedade do município.

“Foi o início de um filme de terror, com 72 barreiras sanitárias e propriedades vizinhas afetadas e interditadas. O caso envolveu mais de 900 pessoas entre médicos veterinários, agrônomos, técnicos, peritos, fiscais, exército e outros. O que mais traumatizou foi que para atender as determinações de organização internacional de epizootia e do programa nacional de erradicação de febre aftosa, foram sacrificados todos os animais situados num raio de 3 quilômetros das propriedades afetadas”, comentou Fabrício Nascimento, produtor de leite de Jóia/RS.

Segundo ele, os animais eram jogados em valas e mortos por rifle sanitário, e na sequência, eram soterrados. No total, foram 22 focos que atingiram 597 pequenas propriedades da região, obrigando os produtores a sacrificarem 11.087 mil animais.

“Nossa propriedade ficou fora do raio de 3 quilômetros das afetadas, então não tivemos animais sacrificados, porém não podíamos vender o leite. Por 5 meses o caminhão ficou sem ir à propriedade. Após isso, a coleta voltou gradativamente, mas era preciso levar o leite na estrada e passar pela barreira sanitária. O caminhão não podia chegar nas propriedades. Não era muito leite, mas era nosso ganha pão. Tínhamos 12 vacas com média diária de 7 litros”, completou.

Fabricio comentou que pensou várias vezes em parar com a produção, pois o custo permanecia e era preciso ordenhar as vacas para não prejudicar o úbere, porém, o leite era jogado fora e não gerava receita nenhuma para a propriedade.

“Eu trabalhava de diarista meio turno em uma plantação de fumo, pois tinha aula de tarde e por isso, conseguia me manter ao menos. Meu pai trabalhava para um produtor de soja e esses eram os meios encontrados para conseguir por comida dentro de casa. A paixão pela atividade, a vontade de ter um negócio próprio, independência financeira e principalmente a fé, nos mantiveram neste período e não desistimos da atividade”.

O produtor destacou que na época, eventos de conscientização, explicações e a ajuda para a retomada da atividade contribuíram muito. Atividades de educação sanitária foram realizadas em 26 cidades, com 186 palestras e 69 reuniões, perfazendo um total de 24.662 participantes.

“Saímos fortalecidos, aprendemos a nos reinventar nas crises, entendemos que elas são passageiras e que devemos nos preparar para a retomada. Baseado neste doloroso aprendizado, hoje faço palestras para colegas produtores, ajudando-os a superar as crises, a ver a atividade com outros olhos e obtendo lucro e satisfação no que fazem. Resumindo? Sendo felizes produzindo leite”.

Hoje Fabrício trabalha com 36 vacas em lactação com uma média diária de 28 litros, tendo picos de 32 litros.

“Para ajudar na recuperação do período pós corona, adquirimos mais 14 novilhas de excelente genética, para trabalharmos com 50 vacas em lactação, lembrando que foi feito planejamento forrageiro e temos estoque de comida para todas. O atual momento é difícil, mas logo ali na frente a covid vai ser só uma lembrança, vamos tirar dela um aprendizado para que possamos evoluir como produtores e seres humanos, entendendo a dor do próximo e ajudarmos quando pudermos”, finalizou.

Também tem uma história de superação para contar para a gente? Clique aqui ou envie um e-mail para contato@milkpoint.com.br! Muito obrigada, Equipe MilkPoint

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MARCO ANTÔNIO MALBURG

ÁGUA BOA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/07/2020

Muito interessante a série.
Poderiam mandar fazer adesivos para colocarmos nos carros !!!!!
ROGERIO FUKUDA

BIRIGUI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/07/2020

Qual a eficácia dessa vacina ,se um não vacinar os vizinhos que vacinaram tem seu gado sacrificado mesmo vacinados,para que serve essa vacina então ? se vc vacina seu gado ele está protegido ou não ? Será que essa vacina não proteje nada ?
FABRÍCIO NASCIMENTO

JÓIA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/07/2020

Rogerio obrigado por comentar, suas dúvidas estão corretas, esqueci de passar para a Raquel por no artigo que na época éramos zona livre de aftosa sem vacinação, e no caso de um foco, o manejo para a erradicação é este, abater os animais em um raio de 3 km.
Espero ter esclarecido, um baita abraço e viva o leite!

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