Controle de mastite: Como as teteiras podem influenciar?

O momento da ordenha pode influenciar na saúde do animal?

O equipamento de ordenha não imita com perfeição a mamada do bezerro. Temos que aplicar forças diferentes a da natureza do teto. É um equilíbrio sensível para que uma ordenha seja gentil, rápida e completa, mas é plenamente possível.

Temos que aplicar um vácuo adequado para que o esfíncter abra o suficiente para que a ordenha tenha boa velocidade, mas sem agressões, buscando uma boa esgota. 

Vácuo muito alto causa muita congestão dos tetos que em poucos minutos limita o fluxo do leite antes de esgotar a vaca. Além disso, faz com que a teteira suba muito e limite a passagem do leite entre a cisterna da glândula mamária a cisterna do teto, aumentando o tempo de ordenha. O excesso de congestão também provoca dor, gerando estresse e adrenalina, que por fim limita a ação da ocitocina, o hormônio que estimula a liberação do leite. 

O vácuo muito baixo por sua vez diminuirá a ação descongestionante das teteiras e também levará a um excesso de congestão e stress, limitando a esgota da vaca. Como ação direta também diminuirá a abertura do esfíncter, alongamento do tempo de ordenha e levando a uma esgota incompleta. 

A dor e o estresse da vaca provocarão mais coices nos conjuntos de ordenha e assim a quedas dos mesmos, atrasando a ordenha e provocando refluxo de leite nos tetos. Quanto mais refluxo de leite nos tetos, mais incidência de novos casos de mastite por infecção cruzada.

As teteiras com sobre uso, mais de 2500 ordenhas no caso de teteiras de borracha, não conseguem realizar uma boa descongestão dos tetos, resultando em animais estressados, mais quedas de teteiras, muito tempo de teteira na vaca e menos esgota do úbere. 

A maneira como as teteiras fecham ao redor do teto da vaca provoca a hiperqueratose. A teteira se fecha para descongestionar o teto que se congestionou quando a teteira estava aberta com o teto sendo submetido ao vácuo. Infelizmente isso provoca uma sobre-pressão sobre o esfíncter a cada ciclo de pulsação.  Isso acontece em maior ou menor grau em diferentes teteiras dependendo do seu formato, espessura de parede, tensão na capa de teteira, dureza da borracha, desgaste, nível de vácuo e tempo de teteira na vaca. Quanto mais tempo uma teteira fica na vaca, mais hiperqueratose ela provocará.  

Como a utilização errada das teteiras pode ocasionar mastite no animal?

Todos os fatores apontados anteriormente e que causam chiados, deslizamentos ou quedas das teteiras, aumentarão o risco de novos casos de mastite por infecção cruzada.

O aumento da hiperqueratose em um rebanho tem correlação direta com maiores taxas de novas infecções de mastite.

Quais são as teteiras mais seguras? 

As teteiras mais seguras são aquelas que tem menos OP (Sobre-Pressão) sobre os tetos. Segundo Reinemann e Mein el al. (2011) trabalhos com testes em teteiras comerciais evidenciaram que o modelo com mais OP teve um valor 6 vezes maior do que o modelo com menos OP. Em uma pesquisa feita em fazendas comerciais no Wisconsin, teteiras com OP mais alta produziram mais de 80% de tetos que eram ásperos e rachados enquanto que as teteiras com OP mais baixa produziram menos de 20% de tetos ásperos e rachados. A menor OP resulta em menor hiperqueratose ou pontas de tetos ásperas.

A teteiras triangulares tem comprovadamente menor OP do que demais modelos.

As teteiras ventiladas na cabeça promovem um gradiente de pressão positivo que conduz o leite sempre para longe do teto e assim minimizam os refluxos. As vacas terminam de ser ordenhadas com a pele do teto seco, é notório. Isso minimiza o carregamento de agentes infecciosos e caso haja uma queda de teteira, a quantidade de agentes infecciosos presentes nas gotículas será muito menor.

As teteiras que não caem, ou caem pouco, são as mais seguras por não provocarem os refluxos de leite em alta velocidade que aumentam as taxas de novas infecções. Uma boa adequação do tamanho das teteiras para um determinado rebanho é uma forma de reduzir as quedas, mas isso é uma tarefa muito difícil, principalmente nos nossos rebanhos com raças, genéticas e vacas de idades variadas e assim, tamanhos de tetos pouco uniformes. A teteira triangular tem mais contato com o barril dos tetos do que outros modelos, principalmente as redondas, e salta aos olhos a diminuição de quedas que elas promovem. Além do melhor agarre aos tetos, elas fazem um excelente trabalho de descongestão do tecido dos tetos, desde a ponta até o barril dos tetos, e isso promove um conforto a vaca que é inigualável.

Outro fator de conforto à vaca é a ventilação na cabeça da teteira. A cabeça da teteira é uma parte que recebe vácuo, mas não massagem, isso promove uma congestão do tecido. Este inchaço é dolorido e provoca agitação da vaca, coices e quedas de conjuntos. Isso também provoca um estrangulamento na passagem do leite entre a cisterna da glândula mamária e a cisterna do teto e assim uma esgota lenta e com muito leite residual. Além do inchaço, o vácuo excessivo na cabeça da teteira provoca a subida da boca da teteira que vai ajudar a comprimir esta passagem e piorar ainda mais a esgota.  A ventilação na cabeça da teteira diminui o vácuo ali e reduz estes efeitos negativos do excesso de vácuo. É bem percebível a diminuição na formação de anel na base do teto.

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