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Boletim Técnico: Doença Respiratória Bovina

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 30/07/2021

9 MIN DE LEITURA

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Introdução

A Doença Respiratória Bovina (DRB) é uma das enfermidades com maior frequência e impacto econômico na pecuária mundial. Encontra-se em situação de destaque, principalmente, pelo alto índice de morbidade e mortalidade entre os animais (SNOWDER et al., 2006).

A constante exposição do sistema respiratório a microrganismos potencialmente patogênicos e a existência de particularidades anatômicas no trato respiratório dos bovinos predispõem essa espécie às doenças pulmonares (Adaptado de MOSIER, 1997; RADOSTITS et al., 2002).

A DRB é considerada uma doença multifatorial associada a um desequilíbrio na tríade de interação entre agentes patogênicos, sistema de defesa do hospedeiro e fatores ligados ao ambiente. Destaca-se que fatores estressantes são de grande relevância na predisposição às infecções respiratórias.

Fatores Predisponentes

Entre os fatores predisponentes podemos destacar: imunidade, idade, estado nutricional, desidratação, parasitoses, estresse (transporte, desmame, alterações de dieta) e conforto/ambiência animal. Fatores ambientais como condições climáticas adversas, com aumento de amplitude térmica, umidade, chuva e vento, também predispõem à doença respiratória bovina.

Em bovinos leiteiros a maior incidência de DRB ocorre nos animais com 2-3 semanas de vida ou após o desmame. As doenças respiratórias são responsáveis por 32,7% das perdas de bezerros, além de 16% da morte dos animais em uma fazenda leiteira (PEEL, D. S., 2020). 

Dentre os impactos da DRB na produção leiteira, podemos citar a mortalidade de vacas e bezerros, a queda do peso ao desmame, custos para tratamento dos animais, produção de leite reduzida, taxa de prenhez reduzida por falha na reprodução ou morte embrionária precoce, além de casos de aborto, natimortos ou mortes perinatais (PEEL, D. D., 2020).

A anatomia pulmonar dos bovinos apresenta características que aumentam a predisposição desta espécie às DRB’s. A ausência de ventilação colateral interalveolar e interbronquiolar, a alta taxa de ventilação e a forte resistência ao fluxo de ar no interior das vias aéreas inferiores tornam os bovinos mais suscetíveis as doenças respiratórias (LEKEUX, 1994).

Abaixo segue uma simulação gráfica que compara a capacidade respiratória do bovino com o equino e o homem, cada um com peso vivo equivalente a 500 Kg. Fisiologicamente, os bovinos possuem um baixo volume pulmonar quando comparado ao equino e ao homem, portanto, para compensar esta falha de eficácia na reoxigenação sanguínea, eles possuem uma taxa de ventilação maior. Esse fato explica, mecanicamente, o maior risco de infecções (GUEZ, V., 2017).

Capacidade respiratória
(Fonte: Guez, 2017)

Classificação das DRB’s

Entre as Doenças Respiratórias dos Bovinos, as pneumonias são as mais frequentes e de maior gravidade clínica, principalmente em animais jovens (Adaptado de AMES, 1997). Em animais jovens ou em início de confinamento, a doença pode se apresentar com quadros clínicos variando de crônicos até agudos e fatais. Um desequilíbrio da tríade associado a fatores predisponentes em situações de estresse aumenta a vulnerabilidade dos animais aos micro-organismos causadores da DRB, como vírus, bactérias e parasitas.

As pneumonias de maior importância são as pneumonias intersticiais e as broncopneumonias, sendo esta última responsável pela maioria dos casos das doenças.

A pneumonia intersticial é caracterizada por inflamação difusa do parênquima pulmonar geralmente ocasionada por afecções de natureza não infecciosas causadas pela inalação de toxinas, alérgenos ou infecções virais isoladas (COTRAN et al., 1999).

Já as broncopneumonias são caracterizadas por alteração inflamatória de brônquios, bronquíolos, parênquima pulmonar e pleura, em decorrência da invasão pulmonar por agentes infecciosos, bacterianos ou virais transportados pelo ar (Adaptado de RADOSTITS et al., 2002; GONÇALVES et al., 2001).

De maneira geral, quando avaliamos a textura, distribuição e o tipo de exsudato podemos classificar as pneumonias em cinco tipos: Broncopneumonia Supurativa, Broncopneumonia Fibrinosa, Pneumonia Intersticial, Pneumonia Embólica e Pneumonia Granulomatosa, conforme ilustrado abaixo (LÓPEZ, A., 2014).

Pneumonias

         (Fonte: López, 2014)

Os agentes

Os agentes etiológicos causadores das DRB são os mais variados possíveis. De maneira geral pode-se dizer que, na maioria das vezes, os agentes infecciosos primários são virais e os secundários são bacterianos.

Os vírus geralmente são introduzidos por inalação e causam bronquiolite primária, disseminação para os alvéolos, hipertrofia, proliferação do epitélio alveolar e edema, culminando em espessamento do tecido intersticial e agregados linfocíticos ao redor de alvéolos, vasos sanguíneos e bronquíolos (RADOSTITS et al., 2002; VALARCHER e HÄGGLUND, 2006).

Quando bactérias são introduzidas por via aerógena, elas provocam uma bronquite primária aguda que se dissemina até envolver o parênquima pulmonar circundante. A disseminação da lesão inflamatória pelos pulmões ocorre por continuidade, mas também pela passagem de material infecioso ao longo dos bronquíolos e vasos linfáticos. A propagação ao longo das vias aéreas, por sua vez, é favorecida pela tosse. O resultado de todo esse processo é a ocorrência de lesões pulmonares que variam de fibrinosas, necrosantes, caseosas a granulomatosas, em função dos agentes envolvidos na doença. Quando a infecção bacteriana ocorre por via hematógena resulta em vários focos sépticos que podem evoluir para abcessos pulmonares. A pneumonia ocorre quando os abcessos se rompem no interior das vias aéreas, disseminando-se como broncopneumonia secundária (RADOSTITS et al., 2002).

Várias espécies de bactérias, vírus e micoplasmas, sozinhos ou em sinergismo, além de parasitas, são importantes agentes da pneumonia nos bovinos. Na tabela abaixo estão os principais agentes associados à pneumonia em bovinos (Adaptado de FRASER, 1991; CARDOSO et al., 2002; RADOSTITS et al., 2002; MAILLARD et al., 2006).

Microorganismos associados a pneumonias em bovinos

Os sintomas

Os sintomas clínicos das pneumonias, basicamente, são provocados pela reação inflamatória decorrente da penetração de um agente infeccioso no trato respiratório posterior. O processo pelo qual a doença se desenvolve varia dependendo do agente e sua virulência, bem como a porta de entrada da infeção (RADOSTITS et al., 2002). Os sinais clínicos observados podem incluir tosse úmida ou seca, taquipnea, dispneia mista, sons submaciços ou maciços à percussão, indícios de comprometimento do parênquima pulmonar através de áreas aumentadas de ruído traqueobrônquico/broncobronquiolar na auscultação e identificação da presença de exsudado nas vias aéreas através de sons crepitantes e ásperos (Adaptado de RADOSTITS et al., 2002). Secreção nasal pode ou não estar presente conforme a quantidade de exsudato nos bronquíolos e a existência ou não de inflamação do trato respiratório anterior (Adaptado de WILSON e LOFSTEDT, 1990; GONÇALVES et al., 2001; RADOSTITS et al., 2002).

O odor da respiração pode ser fétido devido ao cheiro de pus em decomposição em grandes quantidades nas vias aéreas (RADOSTITS et al., 2002).

Para a identificação correta e precoce da DRB em animais de leite, a utilização do Score Card se torna uma ferramenta de grande valia. A seguir um modelo de Score Card adaptado de ALY et al. (2014) que permite a sugestão de um diagnóstico de DRB, baseando-se em um sistema de pontuação para observações de sinais clínicos (temperatura, frequência respiratória, tosse, secreções oculares, secreções nasais e posição de orelha) para animais com 5 ou mais pontos nesta escala de avaliação.

Sintomas DRB's

(Adaptado de Aly et al., 2014)

Controle e Tratamento

O diagnóstico correto e precoce dos animais com DRB são fatores chaves no sucesso do controle e tratamento.

Existem três aspectos importantes a serem considerados para o sucesso no controle da doença respiratória bovina, são eles: manejo dos animais, vacinações e tratamentos.

Referente ao manejo dos animais, atenção deve ser dada a todas as ações com o objetivo de minimizar os fatores de risco que possam aumentar a possibilidade de os animais apresentarem DRB, como por exemplo: transporte, superlotação, ambiência, adaptação etc.

A prática de vacinação antes da entrada dos animais no confinamento ou de movimentações importantes auxilia na redução dos casos e/ou severidade dos sinais clínicos. Muitas vezes realiza-se a vacinação dos animais na entrada do confinamento ou desmama, porém, o sucesso dessa prática pode ser variável, uma vez que os animais durante esse período de adaptação poderão apresentar alterações na resposta imunológica em função do estresse do transporte ou pelo manejo.

Uma alternativa no controle da DRB que deve ser levada em consideração principalmente observando-se o histórico de

incidência e os fatores de risco (idade/ manejos/ estresse), é a prática da metafilaxia. Na metafilaxia todos os animais de um determinado lote devem ser medicados quando um ou alguns animais apresentarem sinais clínicos da doença. Segundo VAN DONKERSGOED (1993), o uso de metafilaxia durante o transporte de animais para o confinamento proporcionou uma redução na incidência da DRB. A metafilaxia para bezerras de leite no momento do desmame pode ser uma alternativa relevante principalmente pelos fatores de risco que envolvem esta etapa. Adaptado de Stanton et al. (2010) encontrou uma redução de 50% no risco de DRB em bezerras de leite tratadas com antibiótico a base de macrolídeos no momento de desmame quando comparado ao uso de oxitetraciclina.

A estratégia para o controle da DRB deve ser planejada em função de uma análise correta da situação, avaliando a idade, o manejo realizado, a origem dos animais, as quilometragens de transporte, a uniformidade do lote e o estado de saúde dos animais. Podemos optar pela metafilaxia ou pela identificação e tratamento dos animais que apresentarem sintomas. O uso de antibióticos específicos para pneumonia é o caminho mais recomendado na estratégia terapêutica. Dentro da estratégia de tratamentos terapêuticos a utilização de anti-inflamatórios (Metacam®) para reduzir o processo inflamatório, a dor e a febre são indicados. A associação de antibioticoterapia específica como objetivo da recuperação mais rápida é o ideal em casos de DRB (Zactran®).

Preferencialmente, os antimicrobianos devem alcançar rapidamente a corrente sanguínea e os tecidos pulmonares e manter-se elevados no local de ação por tempo satisfatório e apresentar amplo espectro de ação contra os principais agentes etiológicos da pneumonia em bovinos (Adaptado de MAZZUCCHELLI et al., 1995).

Boehringer Ingelheim

Melhorar a saúde e a qualidade de vida de pacientes é o objetivo da Boehringer Ingelheim, companhia farmacêutica voltada à pesquisa. O foco da empresa está nas doenças para as quais ainda não há opções de tratamento satisfatórias e no desenvolvimento de terapias inovadoras que trazem maior expectativa de vida aos pacientes.

Em saúde animal, a Boehringer Ingelheim investe em soluções avançadas para prevenção de doenças.

Empresa familiar desde sua fundação, em 1885, a Boehringer é uma das 20 maiores companhias farmacêuticas do mundo. Seus 50.000 funcionários criam valor pela inovação diariamente para as três unidades de negócio: saúde humana, saúde animal e biofármacos. Em 2017, a companhia atingiu faturamento líquido de aproximadamente € 18.1 bilhões do total, o investimento em P&D, que ultrapassa os € 3 bilhões, corresponde a 17% desse valor.

A Boehringer Ingelheim, por ser uma empresa familiar, planeja por gerações e prioriza o sucesso a longo-prazo em vez de lucro no curto prazo. A companhia ainda visa o crescimento orgânico de seus recursos com postura aberta a parcerias e alianças estratégicas em pesquisa. Em tudo o que faz, a Boehringer naturalmente é responsável com a humanidade e o meio ambiente.

Mais informações sobre a Boehringer Ingelheim podem ser encontradas aqui ou em nosso relatório anual (em inglês).

Boehringer Ingelheim Saúde Animal

A Boehringer Ingelheim é a segunda maior companhia de saúde animal do mundo. Somos comprometidos com o bem-estar animal por meio de nosso vasto portfólio de produtos e serviços avançados de saúde preventiva. Com faturamento líquido de €3.9 bilhões e aproximadamente 10.000 funcionários em todo o mundo, estamos presentes em mais de 150 mercados. Para mais Informações, clique aqui.

 

Este é um conteúdo de Boehringer Ingelheim.

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PIETRA CARVALHO

EM 27/03/2024

Quais as referências que você usou ?
MARIANA PAGANOTI OLIVEIRA

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 01/04/2024

Olá Pietra. As referências são os autores citados. Se quiser alguma referência em específico podemos organizar o envio
PIETRA CARVALHO

EM 21/03/2024

Quais as referências ?
JOÉLCIO MIKALISKI

EM 23/01/2023

Com que trato vaca com DRB?
Quais medicamentos?
MARCIO EMANUEL OLIVEIRA DA SILVA

REDENÇÃO - PARÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 05/04/2023

associação de borgal, aliv v e ripercol.
MARIANA PAGANOTI OLIVEIRA

PIRACICABA - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 01/04/2024

Olá Joelcio, consulte sempre um médico Veterinário. De maneira geral é indicado anti-inflamatório (Metacam), um antibiótico e uma boa hidratação.
JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/11/2021

O Zactran é espetacular, a gamitromicina é umas melhores bases que já trabalhei para casos de doenças respiratórias!!!

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