Natalia Vicentini – Gerente de Serviços Técnicos, Kemin America do Sul
O armazenamento de grãos e rações pode ser definido como um ecossistema e mudanças qualitativas e quantitativas podem ocorrer devido às interações entre os fatores físicos, químicos e biológicos¹. Dessa forma, a importância da armazenagem deve-se ao fato de que, com o armazenamento adequado dos produtos agrícolas, evitam-se perdas e preservam-se suas qualidades, além de suprir demandas e permitir aguardar variações de preços melhores².
Os tipos de armazenagens mais comuns para rações e matérias primas são: a granel em silos (metálicos, de alvenaria ou concreto) ou em armazéns convencionais (sacarias) e o aumento da temperatura e a umidade proveniente de chuvas frequentes criam condições ideais para a proliferação de fungos principalmente nos locais onde as rações são armazenadas.
Algumas espécies de fungos podem produzir micotoxinas, substâncias nocivas que contaminam a ração, causando danos à saúde dos animais. Veja abaixo algumas dicas para ajudar a evitar esse problema.
Características necessárias do armazém para produtos ensacados:
· Lugar seco e com boa ventilação;
· Separado do armazenamento de produtos tóxicos, combustíveis, desinfetantes e defensivos;
· A ração ensacada deve ficar sobre estrados, pelo menos 15 cm do chão;
· Sacos devem ficar distantes das paredes, formando um corredor por onde possa passar uma pessoa;
· Vale verificar o estado da cobertura do depósito, se não há goteiras ou calhas entupidas.
Silos metálicos também precisam de atenção às boas práticas de uso, conforme abaixo:
· Antes de reabastecer com nova remessa de ração, recomenda-se que o silo seja totalmente esvaziado e verificado: resíduos de ração nas paredes do silo, assim como manchas, são indicativos de entrada de umidade.
· Com a tampa superior do silo fechada, inspecione pela abertura de saída do silo se há entrada de luz por algum orifício, chapas tortas, ou buracos de parafusos faltantes.
· Não se esqueça de verificar também o perfeito fechamento da tampa superior do silo.
A utilização de produtos antifúngicos pela indústria de alimentação animal visa aumentar a vida útil de ração e proteger a produção de animais, controlando microrganismos que prejudicam o desempenho e diminuem a qualidade das rações e matérias primas.
Papel dos ácidos orgânicos
Ácidos orgânicos entram em contato com a célula patogênica e moléculas não dissociadas (intactas) e penetram a membrana celular. No interior da célula o ácido se dissocia e libera ions H+, baixando rapidamente o pH intracelular. A redução do pH intracelular provoca falência nas funções internas e gasto de energia para bombear o H+ para fora da célula. Esses fatores combinados levam à morte da célula patogênica.
Papel dos surfactantes
Os surfactantes possuem a função de reduzir a tensão superficial da água e melhorar a molhabilidade da matriz de alimento a ser tratada, auxiliando na gelatinização do amido durante o processo de peletização.
Os surfactantes também ajudam na superfície de contato e penetração dos ácidos orgânicos na matriz de alimento a ser tratada.
Boas práticas e cuidados na armazenagem garantem uma ração segura.
Myco CURB® - Proteção de rações e grãos
É um aditivo conservante, resultado de uma mistura de ácidos orgânicos, que possui ação inibitória sobre fungos, para uso em grãos, alimentos para animais e seus ingredientes. Pode ser usado em ingredientes com menor miscibilidade e visa aumentar a vida útil de ração e proteger a produção de animais, controlando microrganismos que prejudicam o desempenho.
Myco CURB® contém ácido propiônico misturado com outros ácidos orgânicos e tem ação surfactante, sendo uma ferramenta poderosa na manutenção da qualidade nas operações.
O papel de um surfactante é reduzir a tensão superficial de um líquido, e isso afeta diretamente o ângulo de contato. Um ângulo de contato maior permite que o líquido seja espalhado mais facilmente sobre a superfície na qual ele pode penetrar.
Sendo aplicado por um sistema desenvolvido pela Kemin, a Smart Box, Myco CURB® reveste matérias primas e rações, visando fornecer proteção confiável contra uma variedade de espécies de mofo.
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Referências:
¹ Sinha RN. Interrelations of physical, chemical, and biological variables in the deterioration of stored grains. In: Sinha RN, Muir WE. Grain storage: part of system. Westport, 1973. p. 15-47.
² Sauer DB. Storage of cereal grains and their products. 4. ed. St. Paul, MN:AACC, 1992. 615p.
Kemin Reference: GN-20-22171
Kemin Reference: REF-20-6542