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Sêmen sexado

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 24/05/2006

3 MIN DE LEITURA

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Alterar a proporção de nascimento de novilhas promete ser uma grande vantagem para as fazendas de leite para a produção de animais de reposição. Até pouco tempo atrás a única alternativa era a sexagem de embriões antes da transferência por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) ou a sexagem fetal entre os dias 55 e 60 após a IA.

Em 1987, Dr. Larry Johnson, do USDA (United States Department of Agriculture) desenvolveu um método de sexagem de espermatozóides baseado na diferença da quantidade de DNA entre os espermatozóides X e Y. O USDA é proprietário da patente principal desta técnica, pela da empresa XY Inc.

A técnica se baseia no fato de que os espermatozóides bovinos têm, em média, 3,8% de diferença no peso do DNA total entre o cromossomo X e Y, permitindo a separação por sexo em populações com cromossomos X (fêmea) e Y (macho).

O DNA dos espermatozóides é marcado com corantes fluorescentes e, num aparelho denominado Citômetro de Fluxo, um raio laser ilumina as células individualmente, numa corrente líquida ultrafina. Os espermatozóides X fluorescem com intensidade 4% maior do que os Y. Detectores analisam a luz emitida pelos corantes fluorescentes aderidos ao DNA das células, as quais são reconhecidas e selecionadas.

Um citômetro de fluxo pode produzir de 4 a 10 doses por hora. Depende de vários fatores, como:

• O touro (o sêmen de 80% a 90% dos touros está apto para separação). Um dos problemas da sexagem dos espermatozóides pelo citômetro de fluxo é a que alguns ejaculados são muito lesados durante o processo reduzindo a eficiência do processo.

• A qualidade do ejaculado influencia a velocidade e a pureza do processo.

Rotineiramente, a pureza é de 92%, sendo que o mínimo aceitável é de 85%. Entretanto, isso depende da qualidade do ejaculado.

A sexagem pode reduzir a taxa de concepção, mas é importante lembrar que isso sempre depende do touro (indivíduo). Nos EUA, trabalhos citam que a concepção de novilhas com sêmen sexado é de 35% vs. 55% com sêmen não sexado (revisão publicada por MOORE &THATCHER, 2006).

No Brasil, existem relatos da redução de 15% na concepção na inseminação artificial, e os resultados na FIV (Fecundação in vitro) e na TE (transferência de embrião) - partidas com concentração de 5 milhões espermatozóides por palheta - são próximos aos obtidos com sêmen convencional (dados da Lagoa da Serra).

Taxa de concepção à inseminação artificial em tempo fixo com uma única dose de sêmen convencional ou sexado (dados da ABS Pecplan).
 


O sêmen sexado deve receber a mesma atenção dedicada ao sêmen convencional quanto ao armazenamento, manuseio e utlilização.

Estratégias para a utilização do sêmen sexado com eficiência estão sendo desenvolvidas. Uma delas é a utilização de sêmen sexado na primeira cobertura e a utilização de sêmen convencional nas demais inseminações. Esta estratégia, quando aplicada em novilhas, resultou em mais de 62% de nascimento de fêmeas no primeiro parto (revisão publicada por MOORE &THATCHER, 2006).

Outra alternativa é a utilização de sêmen sexado na produção de embriões in vitro (FIV). Na média, o recomendado é 2 milhões de espermatozóide sexado para inseminar uma novilha, na FIV, menos de 100 mil espermatozóides podem fertilizar 100 oócitos, reduzindo o problema de baixa obtenção de espermatozóides sexados.

Vantagens da utilização de sêmen sexado:

• Liberdade para escolher o sexo da cria e definir os rumos do seu negócio;
• Maior intensidade de seleção, acelerando o melhoramento genético do rebanho;
• Reposição interna do rebanho com qualidade genética e sanitária;
• Reduzir a incidência de partos distócicos em novilhas de primeira cria, com o uso de sêmen sexado de fêmea, que normalmente nascem mais leves (principalmente em rebanhos de leite).

Futuras melhorias ainda serão necessárias para a difusão dessa tecnologia. Mas quando isto acontecer, o uso de sêmen sexado resultará em melhorias para o sistema de produção de leite que ainda nem podemos prever.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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RAFAEL ALBERTON MARTINS

PALMEIRA DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/08/2006

Eu acho que essa tecnolgia ainda tem muito o que desenvolver, pois no caso de iseminação, as taxas de fertilidade dos sêmens ainda são muito baixas se comparadas ao sêmem convencional.
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 01/06/2006

Tudo o que for feito para trazer novas tecnologias, facilitar a vida do produtor e garantir a ele melhores condições de vida futuramente é bem-vindo.



Entretanto, é sabido que sexagem de sêmen requer altíssima tecnologia e competência para garantir o melhor resultado na fazenda. Portanto, é um processo caro, e o sêmen sexado deveria ser proveniente de touros com altos índices e com alto grau de confiança nas provas.



Isso elevaria o preço do sêmen às alturas, porém, para ganhar o mercado de especulação, utiliza-se, em alguns casos, touros de baixos índices e baixos graus de confiança, enganando assim o produtor.



Clemente da Silva













































































































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