ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Manejo reprodutivo em rebanhos leiteiros

POR BRENO DALLA MAESTRI

E THIAGO FIGUEIREDO BIANCARDI

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 27/09/2007

3 MIN DE LEITURA

5
1
Quando se propõe fazer manejo reprodutivo em fêmeas bovinas, invariavelmente surgem inúmeras informações técnicas. Estas são aplicadas em muitos rebanhos e em qualquer nível de produtividade e resultados reprodutivos satisfatórios só serão colhidos se detalhes produtivos estiverem muito bem equacionados. Quanto a esses detalhes, alguns devem ser lembrados como potenciais ameaças ao bom desempenho reprodutivo, tais como: nutrição, ambiência, genética, mastite, doenças do casco, endo e ectoparasitas, calendário de vacinações e, sintetizando, manejo, palavra abrangente que deve ser encarada como somatório de detalhes a serem acompanhados em uma visão abrangente de um sistema de produção.

Ainda é muito comum, a campo, produtores de leite fazerem listas de fêmeas que devem ser "tocadas" pelo médico veterinário e, quando depara-se com esta condição, insistentemente, pergunta-se: "Quais critérios foram utilizados para estar ou não presente nesta lista?". Curioso é que, de forma esmagadora, ela está ocupada por fêmeas para diagnóstico de gestação, que potencialmente estão gestantes e, deixam, quando confirmadas gestantes, um histórico de longo período de serviço (intervalo do parto ao estabelecimento de uma nova gestação), exatamente como suas companheiras que não serão examinadas em mais uma visita técnica de caráter curativo e passivo à condutas amadoras de um produtor, digamos, desassistido tecnicamente.

Os médicos veterinários que trabalham prestando serviços em reprodução conhecem as doenças e tratamentos reprodutivos mais comuns em rebanhos leiteiros, tais como: anestro, retenção de placenta, infecções uterinas, cisto ovarianos e etc. O que se deseja contemplar é como fazer com que as fêmeas bovinas em idade reprodutiva sejam acompanhadas, preferencialmente, preventivamente para que tenham um bom desempenho reprodutivo?

Alguns rebanhos leiteiros são assistidos por médicos veterinários através de visitas técnicas regulares e sugere-se, na tabela 1 a formação dos "lotes" para exame ginecológico.

Tabela 1. Fêmeas que obrigatoriamente devem ser submetidas a exame ginecológico em visitas técnicas.


Uma breve justificativa de cada lote a ser formado é necessária:

Lote 01 - Fazer exame ginecológico por palpação retal e vaginoscopia ou ultrasonografia, antecipando, ao primeiro serviço, o diagnóstico de doenças hereditárias, congênitas ou adquiridas e também diagnosticando a atividade reprodutiva;

Lote 02 - Fazer exame ginecológico por palpação retal e vaginoscopia ou ultrasonografia. Partos eutócicos ou distócicos garantem a contaminação menor ou maior do aparelho reprodutor, respectivamente, desta forma, acompanhar as fêmeas após cada parto com o útero involuído ou em involução auxilia o diagnóstico de doenças sub-clínicas ou de discreta manifestação clínica;

Lote 03 - Fazer exame ginecológico por palpação retal e vaginoscopia ou ultrasonografia. Acompanhar os resultados de tratamentos executados na visita anterior;

Lote 04 - Fazer exame ginecológico por palpação retal ou ultrasonografia, com acompanhamento da qualidade da observação do estro / atividade reprodutiva e escore de condição corporal, caracterizando de quem é a "culpa de um possível anestro - do produtor ou da vaca?" para a tomada de decisões;

Lote 05 - Fazer exame ginecológico por palpação retal ou ultrasonografia para instituir algum tratamento reprodutivo objetivando intervalo de partos próximo de 12 - 13 meses;

Lote 06 - fazer uso de diagnóstico de gestação o mais preciso e precoce possível, contemplando recursos diagnósticos como o ultrassom ou mesmo a palpação retal.

Ressalta-se que o uso do vaginoscópio é uma opção que aumenta a acurácia no diagnóstico de problemas reprodutivos, porém, torna o exame ginecológico mais demorado, devendo ser considerado o seu uso ou não. Sabe-se que em casos de infecções uterinas onde a musculatura do órgão está acometida, é mais fácil o diagnóstico deste quadro por palpação retal, em contrapartida, quando somente a mucosa do útero está acometida (endometrite), à palpação retal, tem-se uma menor acurácia no diagnóstico, sendo então recomendado o uso da vaginoscopia.

Em todos os lotes formados para exame ginecológico, é imperativo à avaliação do escore de condição corporal, pois consiste em uma ferramenta de manejo extremamente simples e mostra, adequadamente, a condição nutricional do plantel em diferentes momentos produtivos e/ou reprodutivos, permitindo possíveis ajustes no manejo nutricional.

Finalmente, as datas citadas na tabela 1 podem ser modificadas em função de particularidades de cada rebanho, mas o importante é fazer com que todas as fêmeas sejam trabalhadas para reduzirem o número de serviços por gestação, período de serviços e o intervalo de partos.

Muitas vezes, há falhas nas anotações de exames reprodutivos, onde muitos profissionais se limitam a anotar se a fêmea esta gestante ou não, ou utilizam siglas e medidas que não fazem parte da rotina diária, extremamente subjetivas. A tabela 2 mostra algumas siglas que podem auxiliar a escrituração zootécnica de achados reprodutivos por médicos veterinários, reduzindo a subjetividade e criando histórico em exames sucessivos para a maximização da reprodutividade.

Figura 1. Vaginoscopia.


Figura 2. Dupla cervix diagnosticada a vaginoscopia.


Tabela 2. Codificação de achados ou protocolos reprodutivos em fêmeas bovinas de rebanhos comercias.

THIAGO FIGUEIREDO BIANCARDI

5

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

FELIPE

BARRA DO PIRAÍ - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/09/2009

Professor, por acaso o senhor teria um bom curso de reproduçao basica a indicar, nada voltado a Fiv ou Te, mas sim ao basico, palpaçao e alternativas para o manejo reprodutivo?

Desde ja agradeço, Felipe Ferreira Rabelo.

Prezado Felipe,

Uma empresa que conheço é a Biotran (www.biotran.com.br<https://www.biotran.com.br>;), lembrando que como exigência básica para participar de um desses cursos é ser estudante de Medicina Veterinária ou já ser formado no referido curso.

Boa sorte,

Breno
RICARDO JOSÉ DA COSTA SILVA

CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/11/2007

Boa Noite, Professor.

Parabéns pelo trabalho; encontrei recentemente em vacas de sangue Holandês, um endurecimento na musculatura de um dos cornos uterinos e de formação arredondada, onde não distinguia-se o ovário e a porção final do corno; em um dos casos aconteceu em torno de 45 dias pós-parto. Pergunto: deverei tentar a fecundação no outro corno? Ou será descarte?

Boa noite e obrigado.

<b>Resposta do autor:</b>

Boa tarde Ricardo,

Tente fazer novo exame ginecológico com acurado levantamento do histórico reprodutivo destas fêmeas, principalmente, do último parto. Não posso sugerir um diagnóstico mas, pense em abscesso uterino (houve abortamento, distocia, retenção de placenta, infecção puerperal e pós-puerperal?); foi feito vaginoscopia e/ou ultrasonografia (há corrimento vaginal/vulvar?); feto mumificado ou macerado (?); cistos ovarianos (?). Pense também em LEUCOSE e até mesmo tuberculose.

Att,

Breno
GUSTAVO FRANCISCO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2007

Parabéns pelo trabalho, professor Maestri. Gostaria de saber se através de ultrassonografia há uma maior eficácia no exame para identificação de endometrites quando comparado ao exame de vaginoscopia? Grato.

<b>Resposta do autor:</b>

Boa tarde, Gustavo,

Há trabalhos que mostram que 20% das infecções uterinas não são diagnosticadas pela vaginoscopia, podendo, desta forma, haver grande importância no uso do US.

Att,

Breno
RAFAEL CANTADORI

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 07/10/2007

Muito bom seu trabalho, Prof. Maestri, o senhor está de parabéns.

MATEUS MOREIRA DA SILVA

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 28/09/2007

Parabenizo o Prof. Maestri.

Ótima análise da necessidade que há em promover uma maior eficiência reprodutiva nas propriedades através de medidas simples no manejo e na forma de pensar em relação aos trabalhos que devem ser realizados.

Atenciosamente.
Mateus Moreira.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures