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Maiores Avanços na Prevenção de Doenças em Gado de Leite

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 02/10/2006

2 MIN DE LEITURA

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Hoje em dia o foco está na prevenção das doenças, e não somente no tratamento; essa talvez tenha sido a maior mudança que ocorreu na saúde animal nos últimos 25 anos.

Outra mudança fundamental foi o reconhecimento de que quase todas as doenças de importância do gado de leite são multifatorias. Os avanços nos estudos da epidemiologia foram uma nova influência e ferramenta para descrever e quantificar a conexão entre os fatores de risco que resultam em determinadas doenças.

O manejo sanitário deveria ser um conjunto de ações que objetivam o aumento da produtividade e a prevenção de doenças para aumentar o retorno econômico da atividade leiteria, sempre pensando no bem estar animal, na saúde pública e no meio ambiente.

Considerando esses novos conceitos de saúde animal, a prevenção das doenças não é mais função só dos veterinários. Para a prevenção efetiva das doenças o veterinário tem que trabalhar integrado com os profissionais que estudam a nutrição, o conforto animal e com todo o sistema de manejo da fazenda. O veterinário deve fazer orientação das terapias das doenças e principalmente da prevenção.

Outro grande avanço foi a redefinição das doenças de forma mais abrangente, incluindo as condições subclínicas (por exemplo: mastite; cetose; acidose ruminal e endometrite subclínica). Esta expansão da definição das doenças resultou do desenvolvimento das técnicas de diagnóstico e da evolução do manejo sanitário que considera que todo fator limitante do desempenho do animal ou do rebanho pode ser considerado doença.

Quadro 1: Representação esquemática das praticas veterinárias nos últimos 25 anos


Há um desafio para a prevenção de muitas doenças e existe muito para ser estudado ainda, porém, o melhor entendimento da epidemiologia e da fisiopatologia das doenças não vai sozinho reduzir a incidências das doenças. A habilidade de transmitir ou traduzir o conhecimento emergente para a aplicação na fazenda requer o entendimento da fazenda como um sistema integrado com vários componentes, e que um dos componentes do sucesso da implantação de uma nova prática de manejo é o treinamento e a motivação dos funcionários. Deles depende o sucesso de todas as inovações.

Informações para substancialmente reduzir a incidência de muitas doenças já existem, o desafio é a implantação de forma efetiva e consistente das novas práticas de manejo. O entendimento e o acompanhamento da implantação das novas técnicas de prevenção das doenças é o grande desafio.

Grandes progressos também têm ocorrido no entendimento do metabolismo energético e da função imune da vaca no período de transição, fase na qual a maioria das doenças da vaca de leite ocorre.

O estudo para aumentar o bem estar animal junto com os estudos do período de transição provavelmente trarão o progresso para o aumento e a manutenção da saúde do rebanho leiteiro nos próximos 25 anos.

Este texto é parte do artigo publicado no Journal Dairy Science, v.89, p.1267-1279, com o título: Major Advances in Diseases Prevention in Dairy Cattle, pelo pesquisador LeBlanc, S.J. e colaboradores.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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RICARDO JOSÉ DA COSTA SILVA

CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/11/2006

Venho também expressar minha indignação com o órgão de fiscalização do estado do Ceará, o S.I.E., que não obriga as usinas de laticínios a só receberem leite de produtores que fazem o controle da tuberculose e brucelose, apesar de ser obrigatório por lei. É um "faz de conta".

Procuro convencer aos criadores que assisto da importância do controle de tuberculose e brucelose, mas tem criador que tem medo de fazer estes exames. O que estou encontrando me assusta.
JOSÉ BRÁULIO DE OLIVEIRA GOMES

CUNHA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/10/2006

Quantas e quantas propriedades atendo e atendi, que de repente aparecem com um caso de tuberculose ou brucelose. Eram rebanhos rigorosamente controlados, mas de onde veio esse caso novo? De alguma exposição, da cerca do vizinho, estava latente?

Nunca adiantou saber de onde veio, e sim olhar para frente e partir, literalmente, para o sacrifício. Infelizmente não vejo meus vizinhos agirem tão eficazmente no combate a essas doenças.

O programa em si é bom, mas o país é grande demais para colocá-lo 100% em prática, e falta bastante vontade governamental para ajudar na execução.
ADOLAR VICENTE BOETTCHER

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/10/2006

Nenhum produtor pode ser considerado culpado pela presença das enfermidades em sua propriedade. Primeiramente, mesmo as fêmeas vacinadas contra brucelose entre três e oito meses de idade podem adquirir futuramente a doença (não há imunidade para o resto da vida), e para tuberculose não existe imunização.

O que acontece é o seguinte: as esferas federais e estaduais criaram um programa muito bom no ponto de vista técnico, mas na prática ele é incompetente e inútil, pois nenhum dos órgãos, tanto o Serviço de Inspeção do Estado (SIE) como o SIF trabalham com o programa quanto ao item leite, manejo do rebanho e laticínio.

As doenças estão acometendo os rebanhos e produtores, e os poucos produtores que estão fazendo exames e tendo resultados positivos, tem seus animais sacrificados sem indenização. Um absurdo para um país onde se cria um programa de erradicação de duas doenças terríveis (zoonoses) muito mal controladas, sem dados e nenhum item que preconize indenização. Não 20% nem 90%, e sim 100% do valor do animal deveria ser indenizado.

A prevalência da doença não está relacionada com o grau de sangue, animais puros ou mestiços, com zebus ou gado europeu, nem com produtor bom e bem estruturado, nem com produtor pequeno e desorganizado. As doenças estão presentes nas propriedades, e nós, médicos veterinários, estamos produzindo dados para que os órgãos públicos possam ter alguma coisa para publicar. Me perguntem se eles tem algum dado para nos repassar? Eles não conseguem.

Infelizmente, tem produtores fazendo exames, e a maioria são produtores que entregam leite em laticínios controlados pelos órgãos de inspeção do Estado e os produtores do SIF (que deveria ser o modelo) nada.
CRESIO VICTOR ROMAGNOLI

OUTRO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 17/10/2006

Caro José Alberto da Silveira,

Encontrei uma lei de número 569 de 21 de dezembro de 1948, que trata de sacrifício e indenização de animais portadores de zoonoses incluindo-se a tuberculose. É uma lei antiga, mas vigente, e que fazê-la cumprir em todas as situações de ocorrência da doença talvez fará com que as autoridades competentes tome as devidas precauções com exames, controle e vacinações de animais nas propriedades de leite, principalmente aquelas com menor condição financeira e técnica.

Essa indenização para tuberculose é de somente 25% do valor do animal abatido, porém, nossos deputados poderiam sugerir alteração para 50 ou 80% e sendo o estado co-responsável num programa de controle e erradicação da doença.

Exigir o cumprimento da lei, chamando atenção das autoridades pelo alto custo de indenizações que surgiriam em todo país e propor programas integrados com a iniciativa privada, médicos veterinários e o poder público, são tarefas árduas, mas indispensáveis e que talvez comece aqui.
IREZÊ MORAES FERREIRA

SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS - MATO GROSSO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 12/10/2006

Sou Médico Veterinário e exerço minha profissão no Estado do Mato Grosso. Estamos participando do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose - PNCEBT.

Aqui os exames de brucelose e tuberculose são obrigatórios por ocasião dos financiamentos, transporte e aquisição de rebanho. Todavia, concordo que poderia ser publicado um artigo sobre tuberculose.

Em nossa região, o número de casos de tuberculose é baixo em virtude do nosso gado leiteiro não ser especializado (puro), e sim um gado mestiço, o que lhe confere uma maior resistência.
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/10/2006

Caro José Alberto,

Realmente é muito difícil ser produtor em algumas regiões do Brasil. Vivo e trabalho em uma região onde exames para detecção de brucelose e tuberculose, são rotinas de trabalho, com calendário anual, seguro para descarte de animais (via fundo mútuo da Cooperativa), limitação absoluta na compra de animais e intensa informação via Cooperativa e Estado.

Estes procedimentos foram implantados há mais de 30 anos e não é possível fornecer leite sem que os exames estejam em dia. Quanto à possível indenização, está em vigor um programa nacional de controle da tuberculose bovina, com extensa informação via site do Ministério da Agricultura.
JOSÉ ALBERTO DA SILVEIRA

MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/10/2006

Sou um médico produtor de leite. Acompanho várias publicações e estou plenamente de acordo com os conceitos emitidos neste trabalho. É o que temos procurado fazer com a nossa equipe multidisciplinar que cuida do nosso gado. Estamos produzindo hoje cerca da 2.200 litros, com média de 30 kg/vaca. Nosso gado está bonito e vivíamos felizes.

Eis que uma vaca vendida para terceiros faleceu e foi diagnosticado tuberculose. Quando fomos fazer os testes em nosso plantel, tivemos a surpresa de ter que mandar 41 cabeças para o abate sanitário. E chama-me a atenção como se fala pouco na tuberculose bovina.

Minha propriedade é em Itabirito e estou convencido de que há muitos outros casos na região. As autoridades sanitárias não tomam nenhuma providência. O criador não é obrigado a fazer os testes para diagnostico de tuberculose pulmonar. O governo não me indeniza absolutamente nada.

As publicações, que acompanho há anos, não trouxeram um artigo sobre tuberculose bovina. Por que será que não se fale nesse problema? Essas informações são ao mesmo tempo um desabafo, uma denúncia ao descaso das autoridades e um pedido para que o tema seja tratado nas publicações especializadas.

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