Resumo apresentado na XXVI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, realizado em Foz do Iguaçu-PR.
Estudos indicam que as mastites, clínica e subclínica, impactam negativamente no desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. Baseado nisso, foi realizado um estudo para avaliar o efeito da mastite subclínica na manutenção da gestação em vacas leiteiras em lactação.
Foram utilizadas 634 receptoras de embrião - produzidos in vitro - em lactação com 122 ± 89 dias pós-parto e produção de leite de 17 ± 7,5 kg/dia. Antes da transferência de embrião em tempo fixo, amostras de leite foram colhidas durante a ordenha para cultura microbiológica. As amostras de leite foram coletadas, congeladas e enviadas para um laboratório comercial (Vidavet, Botucatu-SP) para o diagnóstico microbiológico.
As bactérias foram classificadas em Gram-positivas ambientais (Bacillus spp., Enterococcus spp., Streptococcus spp.), Gram-negativas ambientais (Coliformes, Enterobacter spp., Klebsiella spp., Proteus spp., Pseudomonas spp.), Gram-positivas contagiosas (Corynebacteriumbovis, Staphlylococcus aureus, Streptococcusagalactiae) e não isolamento bacteriano.
Verificou-se que vacas com crescimento de bactérias ambientais Gram-negativas apresentaram menor manutenção da gestação em relação aos outros grupos. Os resultados podem ser visualizados na tabela 1.
Tabela 1. Taxa de manutenção da gestação de acordo com o tipo de crescimento bacteriano
A menor manutenção da gestação nas vacas com crescimento de bactérias ambientais Gram-negativas pode ser devido à produção de endotoxinas que levam a perda de gestação. Conclui-se que infecções subclínicas por bactérias ambientais Gram-negativas podem diminuir os índices reprodutivos de vacas em lactação.