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A raça da vaca altera a qualidade do leite?

EDUCAPOINT

EM 26/03/2020

5 MIN DE LEITURA

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Um assunto bastante discutido e buscado é como aumentar a qualidade nutricional do leite, visando principalmente aumentar a quantidade de sólidos totais. Isso aumenta o valor industrial do produto, já que, quanto maior o teor de proteína e gordura do leite, maior é o rendimento em derivados dentro da indústria. Mas, será que a raça da vaca altera a qualidade do leite?
 
Diversos fatores que podem interferir na produção e composição do leite, como dieta, raça, herança genética de cada animal, estágio da lactação, ambiente de produção, intervalos entre as ordenhas e a saúde do animal.
 
A nutrição tem efeito marcante principalmente no teor de gordura do leite. Além de alterar a gordura no leite, o alimento também modifica a fermentação ruminal e o metabolismo geral do animal. Sendo assim, a produção eficiente do leite com máximo de sólidos totais, dependerá da dieta oferecida, que deverá ser balanceada, não ultrapassando a utilização de 60% de concentrado, pois implicará na redução do pH ruminal e fermentação microbiana do rúmen, diminuindo a gordura no leite.
 
Entre os fatores que reduzem o teor de proteína no leite, estão relacionados o baixo consumo de matéria seca, falta de proteína degradável e falta de carboidratos não estruturais. 
 
A produção de proteína pela glândula mamária pode ser limitada pela pouca disponibilidade dos aminoácidos: metionina, lisina, fenilalanina, histidina ou treonina, ou seja, se houver o aumento do fornecimento de aminoácidos para a glândula mamária resultará em uma maior quantidade de aminoácidos disponíveis e absorvidos, que são obtidos através do aumento da quantidade de aminoácidos que chegam ao intestino delgado.
 
A dieta e o estágio de lactação podem interferir na concentração de sólidos no leite, pois dietas com níveis mais elevados de proteína podem levar a um leve aumento no teor de proteína do leite, ocorrendo uma tendência na estabilização da lactose. A fibra efetiva reflete diretamente na condição ruminal e na gordura do leite, devendo ser levada em conta, como também o uso de aditivos na dieta pode interfere na síntese de gordura.
 
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Raça
 
O potencial genético do animal pode estar correlacionado aos teores de sólidos no leite, inclusive não somente em relação às diferentes raças, mas entre diferentes linhagens dentro das raças. 
 
A composição do leite varia também dentro da espécie. As diferenças são especialmente em gordura e em proteína, sendo esses componentes as bases de pagamento diferenciado para os produtores de leite. A gordura nas raças Jersey e Guernsey é maior que na Holandesa (Tabela 1). A lactose, por outro lado, se mantém praticamente constante entre as diferentes raças. A composição do leite também pode variar entre indivíduos da mesma raça. Por exemplo, a gordura do leite em vacas Jersey, que tem médias de 5 a 5,5%, pode variar de menos de 4% a mais de 7%. 
 
Tabela 1. Composição química do leite em várias raças de vacas

*Adaptado de Jensen, R.G. Handbook of Milk Composition, Academic Press (1995)
 
Mesmo se mostrando uma raça especializada e adaptada para climas temperados, a raça Holandesa faz parte da maior parcela de material genético importado para o Brasil, melhorando os índices de produção brasileira.
 
Os animais da raça Jersey utilizam com mais eficiência as dietas com grande quantidade em fibra, quando se compara a outras raças de produção leiteira, tendo uma maior capacidade de ingestão de alimento por unidade de peso vivo, além de passarem mais tempo ruminando cada kg de fibra ingerido, onde o alimento permanece menos tempo retido no trato digestivo.
 
Vacas da raça holandesa são mais produtivas que vacas da raça Jersey, porém em relação à qualidade do leite dos animais da raça Jersey, apresentam valores superiores em gordura e proteína do leite, bem como a concentração de energia também se apresentou maior, como pode ser visto na tabela 2, onde somente o teor de lactose e o balanço energético não apresentaram diferença estatística significativa.
 
Tabela 2  - Produção e composição do leite e estimativa de balanço energético de vacas holandesas e Jersey entre 2 a 14 semana de lactação
 
Pesquisadores italianos descobriram que Jerseys (e Brown Swiss) tinham maiores concentrações no leite de todos os minerais essenciais (excluindo sódio e potássio) do que as vacas holandesas. Embora essa descoberta não seja nova, sua abordagem holística se destaca. Tanto os fatores ambientais (alimentação, manejo, instalações, nível de produção, etc.) quanto os fatores fisiológicos (estágio de lactação, paridade, raça, etc.) foram avaliados para mais de 1.500 vacas de 41 rebanhos multirraciais. 
 
Pesquisadores da Nova Zelândia usaram preços do leite e taxas de lotação de pastagens específicas da Nova Zelândia para concluir que as vacas Jerseys traziam benefícios. Enquanto Jerseys  tinham um teor mais alto em proteínas e gorduras do que as holandesas, antigamente a gordura do leite não era tão valorizada, prejudicando a vantagem econômica de Jersey. À medida que a gordura do leite se torna mais valiosa, os pesquisadores sugerem que Jerseys pode ser a melhor raça para as fazendas leiteiras da Nova Zelândia que correspondem aos parâmetros do estudo.
 
Desta forma a nutrição e a genética demonstram ter influência na produtividade e qualidade de leite dos animais. Por isso, podemos afirmar que, sim, a raça da vaca influência na qualidade do leite, mas esse não é um fator isolado, tendo forte influência da nutrição e do manejo dos animais na fazenda.
 
Mais informações:
 
contato@educapoint.com.br
Telefone: (19) 3432-2199
WhatsApp (19) 99817- 4082
 
Fontes consultadas:
 
Produtividade e qualidade do leite de vacas influenciadas pela raça e pela dieta fornecida no cocho em propriedades do Planalto Norte – SC, de Ariany do Canto Oliveira (https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/178772/ARIANY%20DO%20CANTO%20OLIVEIRA_2017.1.pdf?sequence=1&isAllowed=y)
 
GONZÁLEZ, F. H. D.; DÜRR, J. W.; FONTANELI, R. S. Uso do Leite para Monitorar a Nutrição e o Metabolismo de Vacas Leiteiras. Porto Alegre: UFGRS, 2001. p. 30-45. (https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/leite%20metabolismo.pdf)
 
Research Settles the Jersey vs. Holstein Debate, Kind of (https://www.dairyherd.com/article/research-settles-jersey-vs-holstein-debate-kind)

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