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Inseminação Artificial vem impulsionando o crescimento da pecuária

POR DONARIO LOPES DE ALMEIDA

ESPAÇO ABERTO

EM 13/02/2003

4 MIN DE LEITURA

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Ao longo da última década o setor Agropecuário vem acumulando um crescimento anual médio ao redor de 5%. O uso de novas tecnologias, a consolidação de práticas já comprovadas e a disseminação da informação provocaram um aumento significativo de produtividade. Estes ganhos vem representando um grande avanço em termos de qualidade do produto final, o leite e a carne que nossos produtores oferecem hoje ao mercado.

No passado convivíamos com a incômoda situação de dependência de carne e lácteos importados. Revertemos este quadro e há alguns anos nos tornamos exportadores de carne, galgamos posições e já somos o terceiro maior fornecedor do mercado mundial, com grandes chances de chegarmos à liderança nos próximos anos. No caso do leite ainda não fomos tão longe, mas neste ano que passou tivemos volumes interessantes de exportação de produtos lácteos.

Além do trabalho duro de nossos empresários rurais, um conjunto de mudanças alavancaram nossos indices de produtividade na pecuária. O tripé: nutrição, sanidade e genética tiveram papel preponderante neste caminho de sucesso. O uso de pastagens melhoradas e suplementação mineral adequada; o correto controle sanitário dos rebanhos; e, a utilização de animais geneticamente superiores aumentaram nossos índices de eficiência.

Em termos de melhoramento genético, a Inseminação Artificial (IA) tem sido a grande ferramenta de disseminação massal de genética adequada aos sistemas produtivos mais intensificados. Tendo sido implementada comercialmente na década de sessenta, ao longo dos últimos anos a IA chegou nas mais distantes fronteiras pecuárias do Brasil, aumentando a oferta de melhores touros para monta natural e, diretamente, gerando animais com maior potencial de produção de carne e leite. Nos últimos dez anos a IA cresceu a uma taxa anual média superior a 10%, tornando o Brasil um dos maiores utilizadores desta técnica em números absolutos, mas ainda limitado apenas 6% do total de fêmeas.

Ainda temos um longo caminho a percorrer para que o melhoramento esteja disponível a um número relevante de rebanhos. Hoje utilizamos a técnica em aproximadamente 9% das fêmeas de leite, comparado aos 80% nos países do hemisfério norte, e 40% nos visinhos do Mercosul. No gado de corte a participação da IA também é baixa, apenas 4% das fêmeas, ou seja, as restantes 96% não tem acesso as vantagens da IA. Alguns gargalos entravam o caminho e vem dificultando a expansão da técnica. A falta de conhecimento das vantagens econômicas da IA por parte dos pecuaristas; infra-estrutura deficiente nas fazendas - gestão, nutrição, sanidade - ou na região - transportes, nitrogênio, serviços; e, por fim, a falta de mão de obra capacitada para executar a técnica.

Apesar disso o melhoramento genético do rebanho brasileiro de gado de corte vem acontecendo. Além da IA que cresce regularmente, nos últimos anos a trasferência de embriões e a fertilização in vitro (FIV) contribuiram muito para a multiplicação de gens mais produtivos. Os programas de melhoramento genético e sumários vem aumentando o número de animais avaliados em várias raças, com importante avanço na identificação de animais melhoradores. Não apenas no sêmen, também na monta natural a venda de touros oriundos de programas de melhoramento tem sido valorizada, apresentando franco crescimento. A seleção genética tradicional, pelo visual, tende a incluir os números como fator decisório e, eventualmente, predominante. Isso já é realidade no gado de leite e em outras espécies (suínos e aves). Sobre isso, é importante lembrar que estamos no meio do processo de unificação dos sumários da Raça Nelore, que a partir das bases de dados de programas distintos estabelecerá uma base única. Em poucos anos teremos o maior programa de seleção em gado de corte do mundo. Isso será primordial para indicar a genética mais apropriada para atender aos desejos do consumidor, cada vez mais exigente.

Os resultados oficiais da ASBIA para o ano de 2002 ainda não foram apresentados, mas não é esperado grande crescimento. No segmento de leite está havendo uma grande redução no número de rebanhos, e migração de vacas de sistema intensivo para extensivo, com menor uso de tecnologias, dentre elas a IA. Aliado a este movimento acontece uma substituição da genética de gado europeu especializado por animais mais adaptados. Apesar do entusiasmo com o futuro do gado de corte no pais, com perspectivas de aumento de exportações e fortalecimento do consumo interno, a IA no setor não apresentou grandes incrementos em termos de percentual sobre o rebanho. Houve também uma mudança no perfil de compra, onde vendas de raças zebuínas substituíram em grande parte o volume de sêmen para cruzamento industrial.

Apesar das incertezas com a política do novo Governo, as perspectivas para o gado de corte são muito positivas. Os aumentos de produtividade vão continuar acontecendo e a qualidade de nossos produtos seguindo o mesmo caminho. As exportações de carne devem manter a tendência de alta, drenando uma parcela cada vez maior da produção e garantindo uma base de preços. Como o grande volume ainda é para consumo interno e altamente influenciável pela situação sócio econômica do país, poderemos ter um quadro favorável se as promessas de melhoria das condições para a população de baixa renda acontecerem, e parecem ser uma prioridade do novo Governo. É o que esperamos.

DONARIO LOPES DE ALMEIDA

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