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Vigilância epidemiológica da brucelose bovina após a PNCEBT

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2007

3 MIN DE LEITURA

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A Brucelose bovina é uma doença que determina grandes perdas econômicas para a pecuária brasileira, sendo também, um potencial risco de contaminação da população humana. O controle desta zoonose provoca grande impacto nos setores produtores de leite e carne, sobretudo, nas exportações destes produtos.

De acordo com os dados oficiais relativos à freqüência da brucelose bovina, pode-se afirmar que a doença está presente em todo o território nacional. Em janeiro de 2001 foi lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). As normas contidas no PNCEBT buscam implementar uma estratégia de combate efetivo e estabelecer um conjunto de medidas padronizadas em todo o país. Este programa já foi detalhado em artigos publicados, há alguns anos, nesta seção do MilkPoint.

Com o objetivo de avaliar alguns pontos da vigilância epidemiológica da doença, pesquisadores da UNESP publicaram em abril de 2007 dados sobre a avaliação do teste do anel em leite como ferramenta para auxiliar o controle da brucelose bovina em rebanhos e laticínios. A padronização dos métodos de diagnóstico é um dos importantes pontos instituídos pelo o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). Como testes de rotina são aprovados pelo programa os testes do antígeno acidificado tamponado (AAT) e o teste do anel em leite (TAL); como testes confirmatórios são aprovados o teste do 2-mercaptoetanol (2ME) e a fixação de complemento (FC).

Os programas de controle e erradicação utilizam testes em série, buscando adequar as características do exame, praticidade, custo e o estágio do programa de controle. Os testes de triagem geralmente são testes de alta sensibilidade. A sensibilidade de um teste é a probabilidade de um animal infectado ser classificado como positivo no teste. Desta forma, é possível ter uma visão geral do estado do rebanho com o teste inicial de triagem.

Posteriormente, deve-se realizar uma prova confirmatória nos animais que apresentaram resultados positivos, evitando com isso, resultados falso-positivos do exame de triagem. Para que isso seja possível, as provas confirmatórias devem ser de alta especificidade. Especificidade é a probabilidade de um animal não infectado ser classificado como negativo no teste.

A aplicação dos testes de rotina em rebanhos e laticínios fornece o diagnóstico da situação e permite que sejam adotadas medidas de controle, o estudo da UNESP que será detalhado abaixo avaliou o teste do anel em amostras individuais de leite e amostras de latões no laticínio. Foram analisadas 464 amostras individuais de fêmeas bovinas em diferentes períodos da lactação, foram também analisadas 54 amostras de leite dos latões constituídas por leite dos respectivos animais. As 13 propriedades estudadas localizam-se no estado de São Paulo.

Foi observado que o teste do anel em leite (TAL) em amostras de latões foi capaz de detectar 75% das propriedades sorologicamente positivas, no entanto, não foi capaz de detectar 25% das propriedades infectadas, demonstrando a necessidade de testes sorológicos adicionais. Os resultados do TAL em amostras de leite de latões caracterizaram uma sensibilidade de 84,2% e uma especificidade de 97,1%. Os resultados demonstraram que o teste do anel em leite, realizado com amostras de leite de latões, é uma importante ferramenta de vigilância epidemiológica da brucelose bovina, indicada como método de diagnóstico presuntivo.

Contudo, é fundamental realizar o diagnóstico sorológico individual nos programas de erradicação ou controle da enfermidade no rebanho. O teste do anel em leite em amostras individuais não se justifica pelo elevado percentual de resultados falso-positivos observados.

O desafio do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose é cultivar a perseverança dos produtores e técnicos no combate à doença. Os resultados serão colhidos a médio e longo prazo, mas somente com a conscientização e constante estímulo das pessoas envolvidas no combate à brucelose será possível alcançar o efetivo controle desta importante doença para o futuro da pecuária no país.

Fonte:

SILVA JUNIOR, F.F.; MEGID, J.; NOZAKI, C.N.; PINTO, J.P.A.N. Avaliação do teste do anel em leite na vigilância epidemiológica da brucelose bovina em rebanhos e em laticínios. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.59, no.2, 2007.

MANUAL Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose - PNCEBT: legislação. Brasília: Secretaria de Defesa Agropecuária - MAPA, 2001. 47p.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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MÉD. VET. RODRIGO SILVA BERTINI

ITAPIRA - SÃO PAULO

EM 11/08/2007

Acredito que é preciso uma maior fiscalização quanto aos "leiteiros de rua", pois os mesmos comercializam leite "in natura", quase sempre não havendo nenhum tipo de fiscalização. Somente com trabalhos investigativos, como este que foi desenvolvido, é que poderemos mostrar para a sociedade que riscos existem e precisamos estar atentos, em um difícil trabalho de conscientização da população. Lembro que o Médico-Veterinário é considerado o "Sentinela da Saúde".

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