A marca de iogurte Stonyfield Organic foi criticada por organizações de saúde pública como o CSPI (Centro para Ciência de Interesse Público) pelo seu recente vídeo de marketing no YouTube, com crianças tentando definir ingredientes de organismos geneticamente modificados (OGM).
No vídeo, a Stonyfield reúne suas credenciais não-OGM com o slogan: “Avoid GMOs, Eat Organic!” [Evite os OGM, Coma Orgânicos!] e apresenta uma série de crianças que tentam descrever alimentos geneticamente modificados usando o exemplo de genes de peixe sendo injetados em um tomate - uma tecnologia experimental usada há 20 anos que nunca foi comercializada, de acordo com o CSPI.
O CSPI é uma organização sem fins lucrativos que lida com questões alimentares e nutricionais em defesa dos consumidores, incluindo educação sobre alimentos geneticamente modificados (GE) e ingredientes. "Quão vergonhosa e exploradora para Stonyfield usar crianças para espalhar mensagens pouco sofisticadas e anticiência que geram medo nesse vídeo do YouTube", disse Gregory Jaffe, diretor do projeto de biotecnologia do CSPI, em um comunicado no site da organização.
"Os consumidores podem escolher comprar diferentes tipos de produtos e isso é bom, mas não devemos promover um produto [e] depreciar outro com informações falsas", disse Jaffe. "Eu acho que há muita desinformação por aí sobre alimentos e ingredientes geneticamente modificados e há muitos consumidores lá fora que não sabem muito sobre eles", disse Jaffe.
Semelhante a Stonyfield, a marca de leite TruMoo da Dean Foods produziu um vídeo com crianças também tentando entender os OGMs e a Arla Foods lançou um anúncio de televisão retratando o hormônio do crescimento rBST como um monstro de olhos múltiplos com presas no ano passado (saiba mais).
"Muitas dessas campanhas de marketing tentam sugerir aos consumidores que de alguma forma seu produto é melhor e mais seguro por não ter ingredientes que vieram dessas culturas e isso é particularmente falso".
E sobre a escolha do consumidor?
Outras empresas de lácteos, como a Dannon não promoveram explicitamente os produtos não-OGM como "melhores", mas disseram que estão atendendo às demandas atuais dos consumidores vendendo produtos fabricados sem ingredientes geneticamente modificados e usando leite de vacas que não consumiram nenhum alimento contendo OGMs.
O Projeto não-OGM verificado para a rotulagem de alimentos e bebidas representa US$ 22,3 bilhões em vendas anuais, com mais de 43 mil produtos verificados entre 3.000 marcas e é a rotulagem de crescimento mais rápida na categoria de alimentos naturais, de acordo com o Projeto Não-OGM.
"Não estou convencido de que os consumidores não confiam na nossa oferta de alimentos, nem estou convencido de que existem muitos consumidores lá fora que desejam evitar alimentos e ingredientes geneticamente modificados", disse Jaffe.
O CSPI apoia a lei federal aprovada recentemente para a divulgação obrigatória de OGMs e acredita que deve haver um padrão nacional para a rotulagem não-OGM imposta pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e não um padrão baseado em consenso - como o selo do Projeto não-OGM visto em muitos rótulos.
"Você tem certificadores privados que apresentaram sua própria definição de não-OGM e você tem empresas que apresentaram sua própria definição de não-OGM. Somos a favor de garantir que qualquer informação sobre um produto alimentar seja precisa, neutra e não enganadora. Se tivéssemos um padrão nacional esclareceria algumas dessas coisas”.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.