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Setor lácteo da Argentina busca saída exportadora

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 05/08/2004

4 MIN DE LEITURA

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Estima-se que neste ano a Argentina exportará 22% de sua produção de lácteos, por um valor de mais de US$ 500 milhões. O setor leiteiro do país está se recuperando da desvalorização que o país sofreu há dois anos e meio. Durante este tempo, o setor tem passado por vaivéns que levaram à pior crise já enfrentada, expressa no fechamento de estabelecimentos, liquidação de rebanhos de excelência genética, indústrias à beira de quebra após terem realizados fortes investimentos nos anos noventa, o desmoronamento de uma cadeia de fornecedores de insumos e serviços, que era exemplo no setor agropecuário por sua inovação e nível tecnológico, e o pior, o forte desestímulo do produtor de leite, agravada pela atração exercida pela soja.

Pouco a pouco, a partir da melhora nos preços internacionais e da recuperação do mercado interno, os preços pagos ao produtor foram subindo e a rentabilidade do negócio leiteiro foi recuperando terreno frente à soja, passando a competir em alguns modelos e em algumas regiões de igual para igual.

Desde novembro passado e após mais de dois anos de queda contínua, a produção de leite na Argentina começou um caminho de recuperação. O bom estado corporal das vacas que ficaram, a excelente relação de leite com os concentrados e a volta dos modelos mais intensivos, produto do custo de oportunidade da terra, fez com que no primeiro semestre de 2004, o envio de leite às fábricas superasse em 20% à do ano passado. Estima-se que até o final do ano o crescimento da produção alcance 15%. Isto representa um volume de pouco mais de 9 milhões de litros, ou seja, um nível próximo ao atingido em 2001.

Esta tendência tem sido tomada por alguns integrantes do setor como uma má notícia, uma vez que em outros anos, o excesso de produção terminou com quedas nos preços do leite. No entanto, o marco econômico tem mudado e hoje existe uma grande oportunidade no mercado internacional. O setor leiteiro argentino não conseguiu escapar das contínuas mudanças de cenários vividas nos últimos anos e este tem sido seu pior inimigo para chegar a se consolidar e aproveitar as oportunidades que o mercado mundial deu a outros países como Austrália e Nova Zelândia.

A Nova Zelândia, por exemplo, em 1999 contava com uma produção anual de leite de pouco mais de 10,329 milhões de litros, similar à da Argentina na época. Hoje, graças a uma política de Estado coerente, sem subsídios e apoiando a estratégia do setor privado, a produção de leite no país superou 13,8 milhões de litros anuais e substituiu a União Européia (UE) como principal exportador de lácteos, ficando com 34,6% do mercado mundial.

Preços em alta

A Argentina hoje voltou a ter oportunidades. Longe da "Brasil-dependência" no setor de lácteos dos anos noventa, o grupo de países para os quais está exportando é grande, destacando-se Argélia (23%), Brasil (12%), México (11,4%) e Venezuela (10,6%). No mercado internacional, os preços dos produtos lácteos têm aumentado de forma ininterrupta desde setembro último. As cotações dos dois produtos mais significantes - leite em pó integral e desnatado - apresentaram em maio passado aumentos de 8% e 6%, respectivamente, alcançando valores de US$ 2017 por tonelada para o leite integral e US$ 1757 por tonelada para o desnatado.

No mundo falta leite e os estoques são limitados. Considerando o ritmo de exportação de lácteos destes primeiros meses do ano, estima-se que, terminado o ano, terão sido vendidos cerca de 250 mil toneladas, que podem equivaler a mais de US$ 500 milhões, caso os preços se mantenham, o que representariam 22% da produção nacional de 2004. Porém, este novo cenário para a primavera fará com que o setor continue se reacomodando. É provável que o processo de desfragmentação industrial se detenha. Aqueles que têm uma porta ao mercado externo (as empresas maiores) poderão administrar as entregas da primavera sem inundar o mercado interno. Porém, muitas das pequenas e médias empresas de queijos que surgiram ou aproveitaram o momento pós-desvalorização, ficarão em dificuldades para colocar seus produtos no mercado local.

Atualmente, apesar de haver certo crescimento nos queijos, o produto líder para exportação continua sendo o leite em pó e nem todos estão preparados para produzi-lo, seja por qualidade, seja por não ter equipamentos. Os investimentos que estão sendo feitos nesta área são promissores. Nos últimos meses já se ampliou a capacidade de secagem em indústrias como Manfrey (250 mil litros/dia) e La Sibila (250 mil litros/dia), e foi inaugurada uma nova fábrica da Verónica (450 mil litros/dia) e a Williner anunciou que construirá outra no próximo ano.

Estes investimentos elevam a capacidade nacional de secagem de leite a quase 12 milhões de litros diários (Nota MilkPoint: estima-se que a capacidade brasileira para secagem esteja em torno de 10 milhões de litros diários). Considerando que no pico da produção estacional (outubro) chegue a uma entrega diária de cerca de 25 milhões, boa parte da produção poderá ser secada. A este panorama deve-se somar a entrada no negócio de empresas como Dreyfus (que está secando meio milhão de litros diários nas plantas da Manfrey e da La Sibila) e iniciativas de empresas como a La Sereníssima, que oferece o serviço de secagem e a operação de exportação a terceiros que detêm certa qualidade.

Fonte: La Nación (por Alejandro Sammartino), adaptada por Equipe MilkPoint

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