O mais novo 11º pacote de sanções russas adotado pelo Conselho Europeu em 23/06 pode ter um grande impacto na indústria de lácteos russa, disse Roman Chuybak, gerente de contato com as autoridades da associação russa de produtores de lácteos, Soyuzmoloko, à agência de notícias local, Milk News.
O objetivo é fechar brechas para que bens e tecnologia proibidos pelas sanções anteriores não cheguem à Rússia por meio de nações que comercializam com a UE. O Conselho Europeu disse que, graças às medidas adicionais, garantiria que as restrições “sejam ainda mais bem aplicadas e implementadas, com base nas lições aprendidas com a implementação ao longo do ano passado”.
“Os números disparados do comércio para alguns produtos muito específicos e para alguns países indicam que a Rússia está tentando ativamente contornar as sanções. Isso exige que redobremos nossos esforços para combater a evasão e peçamos aos nossos vizinhos uma cooperação ainda mais estreita”, afirmou o Conselho Europeu.
Reprimindo as evasões
“O novo pacote de sanções pode afetar negativamente a Rússia devido a vários fatores”, disse Chuybak. “A UE intensificará o envolvimento diplomático bilateral e multilateral com países cujos negócios podem contornar as restrições impostas pela UE à exportação de mercadorias proibidas para a Rússia. Se essas medidas falharem, a UE pode impor restrições a empresas individuais cuja atividade esteja relacionada a contornar sanções”.
Além disso, com os países permitindo sistematicamente a reexportação de mercadorias proibidas para a Rússia, a UE pode considerar medidas extremas envolvendo a instalação de várias barreiras comerciais, disse Chuybak.
“A possibilidade de introduzir tais restrições em terceiros países pode afetar adversamente o fornecimento de bens em demanda na indústria de lácteos russa da UE, inclusive sob esquemas de importação paralela”, afirmou Chuybak.
Importações paralelas
Não há informações relativas à escala de importações paralelas na indústria de lácteos russa. Antes de 2022, quase todas as empresas de laticínios russas dependiam fortemente das tecnologias e embalagens ocidentais.
Alguns segmentos, como a produção de sour cream, também contavam com matérias-primas importadas da UE. Desde o segundo trimestre de 2022, as empresas de lácteos russas têm explorado ativamente oportunidades comerciais com outros países como Turquia, China e Índia, mas não está claro o sucesso desses esforços.
Além disso, disse Chuybak, o mais novo pacote de sanções ampliou a lista de mercadorias proibidas de serem vendidas à Rússia, incluindo máquinas, polímeros e outras matérias-primas para a produção de embalagens. Essas restrições devem entrar em vigor em 25 de setembro de 2023.
As informações são do Dairy Global, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.