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Promotores italianos interrogam fundador da Parmalat

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/12/2003

5 MIN DE LEITURA

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Os promotores italianos interrogaram ontem (28) Calisto Tanzi, o fundador da Parmalat, envolvido em um escândalo financeiro. O empresário foi detido pelas autoridades italianas no sábado sob suspeita de fraude. Promotores que investigam o escândalo financeiro estão atrás de 20 executivos da multinacional acusados de fraude e de falsificação de documentos, entre outros crimes.

Duas horas depois do início do interrogatório, dois promotores deixaram o presídio e informaram que pedirão uma ordem judicial para converter a prisão provisória de Tanzi em uma ordem formal de prisão. O grupo tem um rombo estimado em ? 7 bilhões em suas contas. O tribunal de Parma reconheceu o "estado de insolvência" (semelhante ao de concordata) da empresa.

Trocados

Ser preso de surpresa após sair de uma reunião no centro de Milão com o administrador que deverá remediar o desgaste da gestão da Parmalat, Enrico Bondi, não deve ter sido o máximo para Calisto Tanzi, mas ontem experimentou quase o pior: ser interrogado seis horas na prisão de San Vittore pela polícia de Parma que o acusa de falência fraudulenta e associação criminosa, e ao final ver-se acusado pelos magistrados de Milão por agiotagem e contribuição para falsas informações da empresa Grant Thornton, auditora da Parmalat.

Ao seu modo, Tanzi coleciona um outro recorde, depois da dimensão do rombo (? 7 bilhões no mínimo) e da soma que é acusado de ter desviado a seu favor, em 11 anos, do caixa do grupo de Collecchio (? 800 milhões), "mas, no máximo, posso ter ficado com alguns trocados para despesas pessoais, algo tem torno de 100 mil, 200 mil, um milhão de liras", negou ontem durante o interrogatório. O fundador e presidente da Parmalat, de fato, tornou-se a primeira pessoa presa na Itália por essas duas ações financeiras.

No cárcere, Tanzi parecia conservar um certo humor: "Queria ir a Galápagos, mas me pegaram primeiro", ironizou sobre seus dias de Natal, quando teria ido de helicóptero de Parma à Suíça, depois para Portugal, quem sabe uma passagem por países do sul da América Central, voltando a Milão, talvez ainda na tentativa de realizar o sonho do cavalheiro branco de ? 3,7 bilhões que movimentou, no início de dezembro, no banco de San Paolo, em Torino.

A despeito das seis horas, rotina para casos de tal complexidade, no interrogatório de ontem, permaneceu-se na fase de "recozimento", como disse o advogado Michele Ributti, que, na hipótese de subtração de ? 800 milhões rebateu com um suave "Não desapareceu dinheiro, eventualmente são ativos inexistentes". "Distração? É preciso definir o conceito de distração", disse outro defensor, Fabio Belloni. Algumas irregularidades não serão negadas, mas inseridas em outro contexto". Qual? "Uma concessão do grupo Parmalat em senso amplo".

O mesmo vale, segundo o advogado, para a paternidade da Parmalat na conduta do centro da questão: "É normal que todos possam compreender o modo de Tanzi interpretar os mecanismos de formação de processos decisórios, que funcionavam sob a forma de delegação. Depois, pode ser que ele sabia de algumas coisas, ou ter ascendido ao máximo, mas será preciso enxergar o mérito e ponto a ponto", o que Tanzi deverá assumir escrevendo suas memórias.

Por enquanto, porém, Tanzi deverá enfrentar as conseqüências penais (agiotagem, isto é, alteração de valor de instrumentos financeiros) de ter continuado até o último momento a "fornecer seguro de uma reaquisição de ? 2,9 bilhões em verdade não readquiridos" e a "declarar a existência de US$ 4,6 milhões no Bank of América" nunca existentes, no entanto.

Uma acusação que cai também sobre os analistas Lorenzo Penca e Maurizio Bianchi, presidente e parceiro da Grant Thornton, sociedade que certificava o balanço do epicentro do terremoto da Parmalat, a Bonlat, nas Ilhas Cayman: pelo menos seis testemunhos à polícia declararam que os analistas "teriam aconselhado a modificar de modo sofisticado o sistema então utilizado para ocultar as perdas e as 'distrações'".

Insolvência

O Tribunal de Falências de Parma, cidade do norte da Itália, declarou o estado de insolvência do grupo alimentício Parmalat. Com isso, a empresa interrompeu os pagamentos. Vittorio Zanichelli foi nomeado juiz delegado para tramitar a suspensão de pagamentos, segundo fontes judiciais.

Os magistrados do Tribunal de Falências fixaram um prazo de 120 dias para que os credores apresentem seus pedidos de cobrança, a partir dos quais será estabelecida uma lista de prioridades.

A decisão de pagar primeiro os criadores de gado é baseada na decisão de garantir a continuidade da empresa e evitar bloqueio da produção de laticínios. Nos últimos dias, várias associações de produtores italianos haviam ameaçado cortar o abastecimento por falta de pagamento.

O anúncio do Tribunal se seguiu ao depoimento de Enrico Bondi, o novo presidente da Parmalat e recentemente nomeado comissário extraordinário pelo governo, que, na quarta-feira (24), decidiu colocar a sociedade em administração controlada para evitar a falência.

Dívidas

Dos ? 8,2 bilhões de dívida no final de 2002 - o balanço consolidado resultou em débitos totais de ? 7,2 bilhões -, a situação da Parmalat foi sensivelmente agravada no último ano, afirmou Enrico Bondi reagindo ao estado de insolvência.

Das dívidas, ? 5,6 bilhões são provenientes da garantia prestada à sociedade do grupo a 31 de dezembro do ano passado. Em 2003, declarou Bondi, a situação se agravou.

Depois da deliberação do estado de insolvência da Parmalat, o tribunal falimentar de Parma fixou para 20 de abril a data de apresentação dos pedidos de crédito, para 19 de maio a primeira audiência para verificar as prioridades e até o final de 2004 - uma previsão otimista segundo disse o juiz delegado de falência Vittorio Zanichelli - a definição do passivo total com indicação de prioridades.

Depois da Parmalat S.p.A., também a Parmalat Finanziaria terá seu pedido de admissão no estado de insolvência. A Parmalat poderá fazer valer os créditos próprios perante o tribunal falimentar. A eventualidade aventada pelos magistrados de Parma seria concretizada quando os títulos fossem emitidos diretamente da Parmalat S.p.A. ou da Parmalat Finanziaria como garantia da S.p.A..

A procuradoria de Milão ativará, a partir de 7 de janeiro, uma "janela" informativa útil a todos os acionistas da Parmalat, comunicaram os magistrados empenhados na investigação sobre a caso Parmalat.

Risco

A agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor''s (S&P) reafirmou o rating AAAf atribuído ao fundo de recebíveis de crédito Parmalat FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).

A 19 de dezembro, a S&P rebaixou de CC para D os ratings de crédito corporativo da Parmalat Finanziaria SpA e da Parmalat SpA, em função do default que se seguiu ao não-pagamento de uma opção de venda vencida dois dias antes. Segundo a agência, o não-pagamento pela controladora não causa nenhum impacto na qualidade de crédito do Parmalat FIDC, já que há uma quantidade suficiente de recebíveis isolados e detidos pelo Fundo.

Além disso, a S&P aponta que a administração do fundo é feita por uma entidade não-afiliada aos originadores e os recebíveis correspondem à venda de produtos que já foram entregues. Por fim, a S&P observa que o fundo parou de adquirir recebíveis na sexta-feira (26) e os papéis em circulação são de curto prazo e vencem em até um mês.

As cotas seniores do fundo atingiram R$ 110,5 milhões e foram vendidas a investidores no sábado (27). As subordinadas somaram R$ 19,5 milhões e foram retidas pelos originadores.

Fonte: Gazeta Mercantil, O Estado de S. Paulo e Corriere della Sera, adaptado por Equipe MilkPoint

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