Um produto probiótico, que está em produção há 10 anos e agora está sendo comercializado nos EUA, é "o primeiro de seu tipo" a ter benefícios generalizados para as vacas, como reduzir a inflamação que causa claudicação e prevenir problemas de saúde reprodutiva.
Ele foi desenvolvido pela Universidade de Alberta, no Canadá e é projetado para manter o trato reprodutivo do animal saudável e protegê-lo contra infecções.
A pesquisa realizada pelo professor Burim Ametaj, da Faculdade de Ciências Agrícolas, Biológicas e Ambientais da Universidade no Canadá, mostrou que houve benefícios para as vacas leiteiras antes e depois do parto.
Por exemplo, o probiótico contribuiu para uma redução de 50% nas infecções uterinas pós-parto; reduziu a taxa de febre do leite pela metade e reduziu a inflamação que normalmente leva à claudicação. Os bezerros também apresentaram maior peso e melhor imunidade quatro semanas após o nascimento.
Além disso, as vacas que receberam o probiótico durante os ensaios aumentaram sua produção de leite em 4-6L por dia nos primeiros 50 dias após o parto.
Como o probiótico é um produto natural, pode ser usado como medicamento preventivo em vez de administrar antibióticos.
“Geralmente, os benefícios para os animais são positivos em todos os aspectos”, disse Ametaj. “Os resultados científicos são surpreendentes em termos de redução proativa de várias doenças importantes relacionadas à reprodução no gado leiteiro. A presença de mais bactérias boas ajuda a prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde reprodutiva”.
O probiótico é extraído de três cepas bacterianas encontradas no trato reprodutivo de vacas saudáveis. Ele funciona fornecendo bactérias benéficas ao microbioma. E embora os probióticos estejam prontamente disponíveis para os produtores como aditivos alimentares, os pesquisadores dizem que, devido à complexidade do rúmen da vaca, há muitas variáveis em jogo.
“Você tem mais controle ao lidar com o sistema reprodutivo, e mantê-lo equilibrado e saudável é uma abordagem muito diferente”, explicou o produtor de leite Jeff Nonay, de Alberta, cujo rebanho esteve envolvido na pesquisa. Nonay também notou uma ligação entre o probiótico e uma maior qualidade e quantidade de colostro.
O produto preventivo foi testado em campo em cerca de 4.000 vacas leiteiras nos EUA e as vendas em pequena escala já começaram lá. Planos estão em andamento para disponibilizar o produto aos produtores canadenses dentro de dois anos.
A pesquisa foi financiada pela Alberta Milk e pela antiga Alberta Livestock and Meat Agency.
“As bactérias são um dos principais contribuintes para muitas doenças animais e agora mostramos que o uso de probióticos é uma excelente maneira de tratar doenças”, concluiu Ametaj.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.