A cooperativa começou em Gujarat e agora se expandiu em todo o mundo, lidando com 10 trilhões de litros de leite, a maior proporção em qualquer lugar do globo.
Em um discurso de abertura na Cúpula Econômica da Índia 2023 da Republic Business, Jayen Mehta, diretor administrativo da cooperativa indiana Gujarat, dona da marca Amul, revelou o plano da cooperativa de expandir suas operações globalmente para se tornar a "companhia de lácteos do mundo".
Com mais de 70% da população da Índia residindo em vilarejos, o modelo de cooperativa da Amul, de propriedade de 3,6 milhões de produtores, tornou-se um farol de capacitação e inovação. A marca, que começou há 77 anos, ainda opera com a mentalidade de uma startup, ressaltando o poder das cooperativas na transformação da Índia em uma superpotência global.
"O alcance da Amul se estende a 18.565 vilarejos, com 98 fábricas de laticínios em toda a Índia. A empresa não é apenas a maior exportadora de produtos lácteos da Índia, mas também é reconhecida como a segunda marca de alimentos mais forte do mundo. Só no ano passado, as vendas da Amul subiram para Rs 72.000 crore (US$ 8,64 bilhões), com as sociedades cooperativas lidando com mais de 300.000 litros de leite por dia, totalizando 3 bilhões de litros por ano", compartilhou Mehta.
Falando sobre os valores de empoderamento das mulheres que impulsionam a Amul, Mehta disse: "Estamos vivendo com esse propósito - é isso que fazemos todos os dias. O sucesso da Amul se baseia em cinco pilares: capacitação dos produtores, produção, processo, tecnologia e capacitação das mulheres. Notavelmente, 70% dos ganhos são revertidos para as mulheres das áreas rurais, o que faz dela um modelo que conecta os consumidores diretamente aos produtores."
A cooperativa começou em Gujarat e agora se expandiu em todo o mundo, lidando com 10 trilhões litros de leite, a maior proporção em todo o mundo. "O benefício dos produtores está no centro de tudo o que fazemos - nos tornamos o ícone do empoderamento das mulheres", afirmou Mehta.
Mehta revela a estratégia da Amul, que envolve a compra de matérias-primas a preços altos e a venda de produtos aos preços mais baixos possíveis, operando com margens pequenas, mas em grande escala. Essa abordagem garante qualidade e acessibilidade para os consumidores, ao mesmo tempo em que mantém a lucratividade para os produtores.
A inovação continua sendo o foco principal da Amul. A cooperativa se aventurou na produção de produtos com alto teor de proteína, incluindo o primeiro conteúdo de proteína de soro de leite sem lactose da Índia. Eles conseguiram converter 3 milhões litros de Chaas em probióticos sem aumentar os custos e até ultrapassaram as vendas de chocolate com seus mithai (doces) durante o Diwali.
A estratégia de marca da Amul é única. Com menos de 1% de seu orçamento alocado para branding, em comparação com a norma de 5% a 7% do setor, eles se concentram na criação de conteúdo que repercute nos clientes. Isso inclui a produção de "Manthan", uma história da Amul, financiada por produtores que doaram Rs 2 (US$ 0,024) cada.
Mehta também delineou os esforços da Amul em direção à sustentabilidade, com sistemas de coleta de esterco para produzir metano para uso doméstico e enriquecer o solo com chorume.
Mehta concluiu: "A Amul não é apenas uma empresa de laticínios; é uma empresa de energia". Com seu modelo robusto de capacitação, inovação e sustentabilidade, a Amul está pronta para continuar sua jornada como líder global no setor de laticínios.
As informações são do Republic, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.