A participação do setor privado no desenvolvimento da indústria de lácteos das Filipinas está aumentando, com alguns dos maiores nomes do agribusiness recentemente fazendo consideráveis investimentos na produção de leite no país asiático.

O secretário da Agricultura do país, Leonardo Montemayor, disse que Eduardo Soriano, empresário filho de Andres Soriano, é um dos notáveis homens de negócios que está investindo na construção de seu rebanho leiteiro, com o objetivo de aumentar a produção de sua fazenda, localizada na Hacienda Macalauan, em Calauan, Laguna.

"Nós dissemos a Soriano para importar os animais da Austrália. Do ponto de vista do negócio, isso simplesmente indica que há dinheiro para o leite", disse Montemayor. Ele disse que Soriano, que também tem negócios no setor da aqüicultura e outros projetos de agribusiness, vem discretamente promovendo seu leite fresco da linha "Gatas Tisoy" há quase dois anos, agora com um modesto sucesso.

O interesse no setor de lácteos teve início após o fechamento da fábrica de processamento de leite fresco de Magnólia, em Alfonso, em 1998, e a subseqüente venda da companhia para a Nestlé, que, por sua vez, focalizou novamente seus negócios de leite na importação, reformulação e reexportação.

Neste cenário, para não ficar ultrapassada, a cooperativa de lácteos de Calabarzon, Katipunan ng mga Kooperatiba ng Manggagatas Inc (KKMI), também resolveu se arriscar na produção, processamento e comercialização de leite fresco, sob as marcas "Gatas Pinoy" e "Country Fresh".



A administradora da Autoridade Nacional de Lácteos das Filipinas (NDA), que pertence à Secretaria da Agricultura do país, Sally Bulatao, cuja agência fornece assistência técnica à KKMI, disse que a cooperativa de lácteos tem tido bastante sucesso desde o início dos anos noventa, em grande parte devido ao aumento da demanda por leite fresco pelos moradores ao sul de Luzon e dos estabelecimentos de negócios, como os Supermercados Rustan.

Bulatao disse que outro grupo de produtores, o Batangas Dairy Cooperative (Badaco), vem produzindo leite fresco a partir de vacas leiteiras adquiridas da Austrália através da NDA. A cooperativa vende o produto para compradores institucionais de alta escala, como o Starbucks, Manila, Península, Mandarin Hotel, entre outros.

Mais para o sul do país, outros empreendimentos privados do setor de lácteos, como a Garing Dairy Producers Cooperative, em Consolacion, e a Federation of Davao Dairy Farmers Cooperative, também estão neste setor de negócios, obtendo sucesso em seus resultados. Estas cooperativas conseguem seu faturamento através da venda de leite para clientes regulares, bem como para os programas do governo de alimentação de crianças carentes das escolas, segundo disse Bulatao.

A produção de leite nas Filipinas é da ordem de 100 milhões de litros por ano, com importações de 2 bilhões de litros, uma das maiores de todo o mundo. O consumo per capita de lácteos é de apenas 26 kg/habitante/ano, sendo 16 kg de leite fluido. As importações são basicamente de commodities (leite em pó para reidratação, leite condensado, soro de leite) e o predomínio do mercado é de empresas da Austrália e Nova Zelândia.

Fonte: Asia Pulse e MilkPoint