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Especial NE, Fazenda Carnaúba: ''nossos queijos têm o sabor da região, o sabor da terra, da raça''

POR STEPHANIE ALVES GONSALES

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 13/11/2020

4 MIN DE LEITURA

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Hoje o Especial Nordeste viaja para o Cariri Paraibano, a 260 quilômetros da capital João Pessoa. A cidade de Taperoá é a casa do nosso destino, a Fazenda Carnaúba, uma das propriedades mais antigas da região que tem em suas terras a casa mais antiga do município, que pertencera a Ariano Suassuna. Ariano Vilar Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor brasileiro. Idealizador do Movimento Armorial e autor da obra Auto da Compadecida, foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil. Inclusive, o dinheiro para iniciar a produção na fazenda veio de um prêmio de Literatura ganhado pelo Ariano.


Ariano e Sr. Dantas

A fazenda foi a primeira a ter energia elétrica e pioneira na utilização do arame farpado – isto mostra que desde seu início, a Fazenda Carnaúba sempre implementou tecnologias em suas produções.

Em conversa com Daniel Pereira Dantas, primo de Ariano Suassuna, ele nos conta que é a sétima geração a cuidar dos negócios da fazenda, e já ressalta que a próxima geração vem com presença forte para não deixar acabar a tradição na propriedade. “Meu pai é primo legítimo de Ariano, ‘Primo irmão’ como se diziam. Meus sobrinhos e filho já estão tomando as rédeas do negócio.”

A produção de leite teve início na década de 40, com seu avô Sr. Dantas, que já observava que o mercado do algodão não estava tão viável nos últimos tempos. Nesse período, ingressou no mundo da pecuária e observou no Gado Zebu as características ideais para adaptação na região. Em 1934, Sr. Dantas fez a primeira viagem para o Rio de Janeiro em busca dos animais, sendo o primeiro a levar o Zebu para o Nordeste. Em 1937, com o Guzerá, a constância e longevidade na produção se iniciava.

Hoje, na fazenda, a pecuária é praticada adaptando os animais ao clima. As raças são zebuínas de dupla aptidão, Guzerá e Sindi, animais registrados e de pura origem, e o rebanho se completa com o Curraleiro Pé Duro. Curraleiro Pé-Duro é uma raça de boi taurino surgida no Brasil, principalmente na região nordeste e nas áreas ao redor do rio São Francisco. A raça é considerada de dupla aptidão para carne e leite, destacando-se por ser muito rústica, suportando não somente a seca, o calor e a estiagem, mas também ao ataque de insetos e ingestão de plantas tóxicas ao gado.

A propriedade tem seu perfil voltado totalmente para a pecuária, com criação de gado e cabras, além do laticínio renomado. Por conta da qualidade do leite produzido em suas terras, com um teor de sólidos apreciativo, foi criado então o Laticínio Grupiara, batizado por Ariano Suassuna, que significa Veia de Diamantes, no Tupi-Guarani.

A produção de leite no Nordeste não é uma atividade fácil, porém é uma das únicas oportunidades da região devido à escassez. Uma das alternativas encontradas é agregar valor ao produto, uma vez que o queijo produzido é diferenciado. “Os queijos não são como os encontrados por aí, que imitam os queijos vindos da Europa. Nossos queijos têm o sabor da região, o sabor da terra, da raça”, afirma Daniel.

A qualidade do leite é uma das melhores da região, tornando o queijo excepcional. Premiado diversas vezes, o último título veio no ano passado, onde o queijo Serra do Pico, produzido pelo laticínio Grupiara, ganhou a medalha de bronze no Mundial Du Fromage (“Concurso Mundial de Queijos”), em Tours, na França. 

Localizada em uma região de extrema seca, a Fazenda Carnaúba produz leite a pasto, suplementado os animais somente no segundo semestre com a palma forrageira, única forragem que se estabeleceu no decorrer do tempo – já foi tentado cana de açúcar, capim elefante etc. “Meu pai já tentou utilizar de outros cultivares na propriedade, mas nada se adapta.” Daniel enfatiza a realidade da região em não fornecer o que chama de 'comida de gente' para os animais, como o milho por exemplo. “As vacas devem comer comida de vaca, milho é comida de gente”, disse.

Mesmo com as dificuldades climáticas, o padrão da fazenda é referência. Índices zootécnicos como o intervalo entre partos entre 12 a 14 meses e idade ao primeiro parto entre 34 e 40 meses – mesmo com o clima da região, mostram os bons resultados e a excelência no trabalho realizado. A produção de leite bovino no primeiro semestre fica entre 9 e 10 litros de leite/cabeça/dia, e já no segundo semestre, onde a seca é maior,  de 6 a 8 litros/cabeça/dia. A propriedade conta hoje com 25 a 30 funcionários gerais, variando conforme a época e necessidade, além de 5 pessoas trabalhando diretamente na queijaria.

Mesmo já sendo uma propriedade exemplar, a Fazenda Carnaúba apresenta metas de crescimento e desenvolvimento. Daniel ressaltou a capacidade e pretensão de chegar a uma produção de 3 mil litros de leite diária e enfatiza os benefícios desse avanço, que podem chegar a gerar 60 a 80 empregos diretos ao alcançar as metas.

Quer contar sua história ou conhece alguma propriedade de destaque no Nordeste? Clique aqui e fale com a gente!

STEPHANIE ALVES GONSALES

Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Gestão do Agronegócio. Integrante da Equipe de Conteúdo do MilkPoint.

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GERSON SILVA DA CUNHA

GAVIÃO - BAHIA - ESTUDANTE

EM 16/11/2020

A pecuária nordestina está em plena ascensão, em breve teremos muita chuva, não de água - essa é pouca, e sim, de leite.

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