ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Deflagrado o processo de integração de Lala e Vigor

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 18/05/2018

7 MIN DE LEITURA

1
5

O espanhol com sotaque português, e mesmo o "portunhol", começam a ser ouvidos com mais frequência nos corredores das unidades da Lala no México. Passados sete meses da conclusão da compra da brasileira Vigor pela maior empresa mexicana de lácteos, o processo de integração entre as duas companhias dá os passos iniciais, mas as linhas que vão norteá-lo já estão bem definidas. E também é possível vislumbrar os desafios no caminho.

Uma das primeiras mudanças foi a criação pela Lala de uma diretoria global de inovação, pesquisa e desenvolvimento, cujo objetivo principal é acelerar as sinergias e as trocas de tecnologia entre as unidades do grupo. E um brasileiro foi escolhido para comandar a nova diretoria: o engenheiro de alimentos João Nery, que era gerente de Inovação e Pesquisa & Desenvolvimento da Vigor e trabalhou no lançamento da linha de iogurte grego da empresa brasileira, em 2012, acaba de chegar ao complexo industrial de Torreón, a cerca de mil km da Cidade do México, onde está o centro de pesquisa e desenvolvimento da Lala. No centro são desenvolvidos produtos para todas as unidades da Lala no México, EUA e América Central - e agora também no Brasil.

"Por que gostamos da Vigor? Porque vimos muita inovação na empresa", afirma Scot Rank, CEO da Lala, em encontro com jornalistas brasileiros na sede administrativa da companhia na Cidade do México, ao lado de Eduardo Tricio Haro, chairman e principal acionista da companhia. Segundo Rank, "durante cinco ou seis anos" a Lala avaliou empresas no Brasil e decidiu comprar a Vigor pela característica da companhia de apostar em inovação e agregação de valor. "Somos uma empresa que busca inovação e criar produtos que levem a mudanças de hábitos pelos consumidores".

A troca de tecnologias entre Lala e Vigor dará frutos em breve. Segundo Rank, até o fim do ano a Lala vai fabricar um produto brasileiro no México. Ele não revela qual será o item, apenas que terá a marca Lala e que houve um "pequeno ajuste" em relação à versão brasileira para adequá-lo ao gosto mexicano. E também haverá produto mexicano no Brasil, fabricado pela Vigor. O lançamento pode ocorrer no quarto trimestre deste ano ou no primeiro trimestre de 2019, de acordo com ele. "A oportunidade de intercambiar inovação é fantástica. Por isso trouxemos o João, que vai nos ajudar a facilitar esse intercâmbio", afirmou, em referência ao executivo brasileiro.

Em seu novo posto em Torreón, Nery afirmou que o objetivo "é fazer inovação com rapidez" e "aumentar a capacidade de troca entre as áreas", com investimento cada vez maior em pesquisa em desenvolvimento. Embora os executivos não revelem quais os primeiros produtos resultantes dessa troca de tecnologias, o fato é que, no México, o portfólio atual da Lala ainda é bastante focado em leites (pasteurizado, longa vida e especiais) e em sobremesas. Assim, há espaço para crescer em refrigerados e queijos, categorias em que a Vigor se destaca.

No processo de integração com a Vigor, a Lala traçou como meta melhorar a rentabilidade da operação brasileira, onde a margem Ebitda é quase a metade da registrada pela Lala. No ano passado, a Lala, que tem capital aberto na bolsa mexicana desde 2013, reportou uma margem de 12,9%, ante 7,5% da Vigor. O plano é elevar em 200 pontos-base a margem no Brasil em dois anos, segundo Rank.

Mais uma vez o intercâmbio de experiências deve ajudar nesse objetivo. "Vamos levar as melhores práticas da operação para o Brasil e também faremos investimentos na indústria", afirmou Rank. A Lala vai destinar, nos próximos dois anos, pouco mais de US$ 100 milhões para a atualização de plantas da Vigor. Além disso, disse, a empresa vai "otimizar" as forças de vendas e as compras de matérias-primas, com exceção do leite. O executivo citou como exemplo de prática utilizada no México e que pode ser transferida ao Brasil os sistemas de compras de matérias-primas por grupos, nos quais são obtidos preços mais competitivos.

Na visão de Tricio, o que permite à Lala obter margens mais altas são os "investimentos consistentes em qualidade, em marketing, em inovação e desenvolvimento". A distribuição própria dos produtos também é uma vantagem. "Acredito que a Vigor pode ir no mesmo caminho de melhorar margens. Nós tínhamos esses números de dez a vinte anos atrás".

A melhora da rentabilidade na Vigor também passará pela ampliação da produtividade dos fornecedores de leite da companhia. De acordo com o CEO da Lala, a empresa já iniciou os trabalhos com os produtores que vendem leite à Vigor - hoje são 1.200 - para a implementação de medidas que elevem a produtividade dos animais e a qualidade do leite, o que, na prática, também estimula a fidelização do produtor. "Melhora de produtividade se obtém com genética, manejo e alimentação do gado leiteiro", disse Tricio, cujo pai, Eduardo Tricio Gomez, um dos fundadores da Lala, começou a produzir leite na região conhecida como La Laguna, onde está Torréon, no centro do México, nos anos 1950.

De acordo com Tricio, a Vigor "já tinha uma boa assistência técnica aos produtores". "Não queremos destruir nada. Queremos construir sobre o que já existe. E claramente a Vigor tem uma boa relação com seus produtores. O que queremos é fazer mais coisas para que eles sejam mais produtivos e competitivos", disse, ponderando que nem todo o conhecimento utilizado na produção de leite no México é transferível e que é preciso "se adaptar à condição de cada lugar".

Aliás, ele tem clareza de que há grandes diferenças entre o Brasil e o México. Diante disso, uma das decisões da empresa foi manter executivos brasileiros, como Gilberto Xandó, tocando a Vigor. "Nós podemos aportar algumas coisas, mas é importante que os brasileiros estejam a cargo do negócio porque conhecem a gente, a cultura, a tecnologia", afirmou.

Múlti espera vencer disputa com mineira CCPR

Enquanto faz a integração com a Vigor, a mexicana Lala vive a expectativa da decisão da Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá sobre a disputa com a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) em torno d a venda da Itambé para a francesa Lactalis. A decisão do tribunal - que ainda em fase de instalação - deve demorar entre dois e três anos, avaliam os advogados da empresa mexicana. Mas Tricio, presidente do conselho de administração da empresa, tem uma certeza: "o parecer será favorável à Lala".

A Vigor, que era controlada pela J&F antes de ser vendida à Lala, em agosto, era sócia da CCPR na Itambé. Quando fez a oferta pela Vigor, a Lala incluiu também a participação de 50% na Itambé, atribuindo às duas empresas um valor total de R$ 5,7 bilhões. Mas a CCPR decidiu exercer o direito de recompra de sua fatia na Itambé, o que estava previsto no acordo de acionistas. Assim o fez, mas um dia depois de pagar a Lala pelos 50% anunciou a venda de 100% das ações da Itambé à Lactalis.

A Vigor, já sob o controle dos mexicanos, recorreu à Justiça e à arbitragem por considerar que a operação entre a CCPR e Lactalis feriu o acordo de acionistas que tinha com a central de cooperativas na empresa mineira de lácteos. O acordo previa que era proibida a venda da empresa para um terceiro que fosse concorrente, o que é caso da Lactalis.

Outro ponto questionado pela Vigor é o acordo de NDA (non disclosure agreement) que Lactalis e outras empresas assinaram com a J&F quando fizeram propostas de compra pela Vigor, em meados de 2017. Pelo contrato, as empresas teriam de ficar dois anos sem negociar com a Itambé. A CCPR tem afirmado que a venda à Lactalis não descumpriu o acordo de acionistas, uma vez que este teria se encerrado quando a central voltou a controlar a Itambé.

Caso a decisão do tribunal arbitral seja mesmo favorável à Vigor, a empresa voltará a ser sócia da CCPR na Itambé. Apesar dos conflitos após a venda sub judice para a Lactalis, Tricio descarta que essa seria uma situação desconfortável. E questionado se seria interesse da Lala ter o controle da Itambé, tergiversa. "Vamos ver o que acontece". E completa que a Lala ficaria "contente com uma parceria com os produtores" na Itambé.

A decisão sobre a validade da venda da Itambé à francesa Lactalis está nas mãos da Câmara de Arbitragem Brasil Canadá desde 7 de março passado, quando a Câmara de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, por dois votos a um, a suspensão da venda da empresa mineira pela CCPR à Lactalis até que o tribunal arbitral dê seu parecer. Dois desembargadores da Câmara posicionaram-se contra a transferência das ações da Itambé à Lactalis acatando o argumento da Vigor de que houve desrespeito ao acordo de acionistas.

As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

trofeu agroleite 2018

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/05/2018

Que parceria de assistência técnica tem a Vigor- Lala com os fornecedores de Lima Duarte, MG? Nenhuma. Que bom relacionamento tem a Vigor-Lala com seus fornecedores, em Lima Duarte, se não ajuda em nada, paga mal e não implementa medidas de melhoria genética e de aumento de produção, como incentivos à aquisição de novas matrizes e melhoria da alimentação dos rebanhos?

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures