Com direito a homenagens e a uma ampla defesa do agronegócio sustentável no Brasil, foi realizado nesta segunda-feira (02/08) o 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma parceria entre a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a B3. O tema do evento virtual é “Nosso Carbono é Verde”.
Durante a abertura do Congresso, Marcello Brito, presidente da Abag, reforçou que, no novo mundo ESG, vencerá quem tiver o melhor ativo com boas práticas ambientais, sociais e de governança para negociar.
Brito ressaltou que o país conta com legislações firmes no campo ambiental, mas que é preciso acelerar a implementação de ferramentas como o Cadastro Ambiental Rural (CRA), fundamental para a fiscalização das propriedades produtivas. Ele acredita que, com o recente lançamento, pelo Ministério da Agricultura, de uma nova ferramenta digital, as validações dos CRAs pelos governos estaduais finalmente ganharão celeridade.
“O agronegócio está mostrando ser possível conciliar produção e princípios ESG, e tem levado essa estratégia ao mercado”, disse, na sequência, Gilson Finkelsztain, CEO da B3. Entre outras novidades recentes que estão avançando, o executivo destacou os créditos de descarbonização (CBios) criados pela política RenovaBio e negociados na bolsa.
Também durante a abertura do congresso, o deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), disse que, nos fóruns nacionais e internacionais, é preciso demonstrar que, embora existam problemas, a produção brasileira do agro é sustentável e correta.
“Temos 66% do território ainda coberto por florestas nativas, uma legislação ambiental que obriga o produtor a conservar suas propriedades e o menor uso de agroquímicos por tonelada produzida. Já alimentamos 1 bilhão de pessoas no mundo e, nos próximos anos, vamos alimentar mais 1 bilhão. Há problemas, mas mais soluções”, pontuou Souza.
Homenageada com o “Prêmio Ney Bittencourt de Araújo - Personalidade do Agronegócio”, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, bateu na mesma tecla, e reiterou que a agricultura tropical brasileira pode ser neutra em emissões de gases de efeito estufa.
“A sustentabilidade tem guiado a agenda e as ações do Ministério da Agricultura. Com o Programa ABC [agricultura de baixo carbono], por exemplo, intensificamos 50 milhões de hectares de áreas degradadas nos últimos dez anos”, afirmou.
No evento, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, recebeu o “Prêmio Norman Borlaug - Sustentabilidade”, pelo papel das inovações da estatal de pesquisas nessa frente, e o ex-ministro Alysson Paolinelli, principal apoiador da criação da Embrapa no início da década de 1970, recebeu uma homenagem especial por sua indicação ao Nobel da Paz deste ano.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint.