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Argentina tem queda de produção e consumo de leite, mas exportações crescem

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 08/08/2002

4 MIN DE LEITURA

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Durante o naufrágio econômico pelo qual a Argentina está passando, o setor de lácteos está, como muitos outros, utilizando as exportações como tábua de salvação. O câmbio favorável, somado à retração do consumo (17% até agora, neste ano), tem feito com que o foco do negócio lácteo esteja no faturamento com o comércio exterior.

Segundo estimativas da Secretaria da Agricultura da Argentina, apesar dos direitos de exportação (taxa de 5%) e da queda da produção de 16% em maio último, as exportações de lácteos argentinas alcançaram, de janeiro a maio deste ano, 100,476 mil toneladas, no valor de mais de US$ 155 milhões. Isto significa um crescimento de quase 39% no volume e de 13% no valor em dólar dos produtos exportados.

Gôndolas

A quem interessa as gôndolas de um mercado deprimido? As exportações são a válvula de escape que fortalece a indústria ao negociar frente aos supermercados. "A luta por um centímetro de gôndola mudou completamente. Hoje, posso agüentar a pressão do setor varejista, já que conto com outras alternativas", disse um membro da indústria argentina. A via exportadora favoreceu o aumento dos preços dos produtos lácteos nas gôndolas e a nível atacadista. A partir de janeiro, os índices de preços atacadistas e ao consumidor mostraram uma tendência de alta até acumular, em maio, aumentos de 42% e 40%, respectivamente, sobre os níveis de 2001.

Os aumentos dos preços provocaram uma redução no consumo deste ano, que deve chegar a seis bilhões de litros de leite na Argentina, representando um consumo de cerca de 165 litros por habitante, bem menor do que os 225 litros ostentados quando havia excesso de leite no mercado local. Se isto realmente ocorrer, sobrariam cerca de 1,8 bilhão de litros para exportar em 2002, volume maior do que os 1,3 bilhão de litros exportados em 2001.

Porém, o verdadeiro tendão de Aquiles do setor é sua rentabilidade. Apesar dos aumentos de preços que os produtores de leite argentinos obtiveram neste ano - de 14-15 centavos (3,85 a 4,13 centavos de dólar) no verão para 28-30 centavos (7,71 a 8,26 centavos de dólar) em junho -, a produção não para de cair. Uma tendência bastante lógica frente ao custo dos suplementos, que levou a uma maior dependência do pasto nos modelos de produção, e ao custo de oportunidade da terra, que incentivou a redução da área da propriedade leiteira ou ao abandono da atividade.

Esta última razão é o que está servindo de base para a estratégia industrial, consciente do risco que correm as diversas empresas de ficar sem leite frente à competição com a agricultura. Atualmente, luta-se para obter ou manter as propriedades leiteiras, seja pelos preços ou serviços, seja pelo financiamento.

Com relação aos preços, entre o pedido do setor produtivo argentino, de elevar o preço do litro do leite para 10 centavos de dólar - a fim de evitar a perda de competitividade - e o que a indústria quer e pode dar, estima-se que o preço para julho-agosto subirá um pouco mais, alcançando os valores máximos de 30 a 32 centavos de pesos (8,26 a 8,81 centavos de dólar), caso não haja maiores sobressaltos do dólar.

A vida do setor leiteiro argentino depende mais do que nunca do preço que a indústria possa pagar pelo leite, para que possa compensar o aumento das margens das alternativas agrícolas.

Milagre

Frente a este panorama, o setor leiteiro da Argentina está torcendo bastante para que haja uma recuperação nos baixos preços internacionais, única via rápida para poder aumentar o rendimento por litro.

Paradoxalmente, diante da oportunidade que o câmbio do país está oferecendo e o reconhecimento, a nível mundial, da qualidade dos produtos lácteos argentinos, o comércio internacional se encontra em um nível de preços sem precedente nos últimos 15 anos. Enquanto no ano passado se pagava US$ 1850 por tonelada de leite em pó integral, hoje este produto está sendo vendido por US$ 1100 a US$ 1200, devido ao excesso de oferta dos países tradicionalmente exportadores, como Nova Zelândia e Austrália, e dos novos, como Colômbia e Brasil. Analisando o ocorrido até agora, em 2002, exportou-se a uma média de US$ 1518 por tonelada, bem menor do que os US$ 1856 do ano passado.

Diversidade de destinos

Apesar do Brasil continuar sendo o principal mercado dos produtos lácteos argentinos, em 2001 este mercado representou 43% do total exportado - participação bem menor do que os 80% históricos que detinha -, e provavelmente neste ano alcance somente 33%. Vale destacar que, em setembro, a forte campanha de exportação de leite ao Brasil estará quase terminada porque começa seu período de safra de leite.

Os destinos dos produtos lácteos argentinos se multiplicaram nos cinco continentes. Uma recuperação do mercado internacional, que não é impensada, geraria uma importante margem de rentabilidade na indústria exportadora que poderia ser transferida aos produtores de leite para uma melhor posição frente à agricultura.

Em 07/08/02 - 1 peso argentino = US$ 0,27548

Fonte: La Nación (por Alejandro Sammartino), adaptado por Equipe MilkPoint

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