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Verdades que você precisa saber sobre a suplementação de colina protegida

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 12/04/2023

9 MIN DE LEITURA

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1. Os feitos positivos persistem após o período de suplementação

A suplementação de colina protegida da ação ruminal (RPC), durante o período transição, tem resultados positivos, que se prolongam durante toda a lactação (Arshad et al., 2020). Além dos efeitos lipotrópicos que a colina exerce a nível hepático, promovendo a saúde do órgão, uma possível “preparação metabólica” (epigenética) pode acontecer no início da lactação, fato que favoreceria o consumo, imunidade e desempenho das vacas leiteiras.

Quando comparadas ao grupo não suplementado (controle), a suplementação de duas fontes de colina protegida em vacas leiteiras durante a transição (21 dias antes e 35 dias após o parto), mostrou efeitos positivos que se prolongaram até a semana 10 pós-parto. Uma interação tratamento x tempo também evidenciou que as diferenças entre tratamentos se incrementaram até a semana 6 pós-parto (Figura1, Sáinz de la Maza-Escolà et al., 2022).

CON: controle, dieta padrão (linha preta); RUP: dieta padrão + 60 g/d de Ruprocol®, fornecendo 15 g/d de colina protegida (linha verde); REA: dieta padrão + 25 g/d de Reashure®-XC, fornecendo 15 g/d de colina protegida (linha laranja) (Sáinz de la Maza-Escolà et al., 2022)

Figura 1: Desempenho produtivo de vacas suplementadas ou não com duas fontes de colina protegida antes e após o parto

A suplementação de RPC durante transição aumentou a produção durante o pico da lactação e favoreceu a produção de leite até 105 dias pós-parto (Zenobi et al. 2018; Bollatti et al. 2020), com tendência que se manteve até os 280 dias pós-parto (Bollatti et al. 2020).

Durante a transição, as vacas possuem menores concentrações circulantes de biomoléculas da colina do que vacas em lactação após transição ou vacas secas. Portanto, é possível que essas diferenças expliquem parcialmente os benefícios exclusivos da suplementação de RPC nas vacas em transição (até três semanas pós-parto) (Imhasly et al. 2015; de Veth et al. 2016; Bollatti et al. 2020).

Em consequência, na prática, não seria recomendável suplementar RPC após três semanas pós-parto, entendendo que este período  pode variar ligeiramente com o manejo particular de cada fazenda (15-30 d pós-parto).

 

2. A suplementação de colina protegida funciona exclusivamente para as vacas gordas?

A suplementação de RPC foi justificada, no passado, como um paliativo à excessiva mobilização de reservas corporais nas vacas gordas. Os mecanismos de ação seriam, principalmente, a redução dos níveis sanguíneos de corpos cetônicos e a prevenção de esteatose hepática (fígado gorduroso).

Contudo, Pesquisadores da Universidade de Florida (Bollatti et al., 2020), conjecturaram que a resposta à suplementação de RPC em vacas leiteiras em transição não é dependente do grau de adiposidade pré-parto. Para testar sua hipótese suplementaram ou não o nutriente protegido a vacas leiteiras durante a transição, com escore de condição corporal (ECC) variando de 3,25 a 3,75. Os resultados indicaram efeitos positivos da suplementação no rendimento leiteiro, leite corrigido para energia e eficiência (leite corrigido para energia/consumo de matéria seca), independentemente do ECC pré-parto, fato evidente na ausência de interação da suplementação x ECC (Tabela 1).

Tabela 1. Consumo, desempenho leiteiro e BHB plasmático de vacas de diferentes escores de condição corporal, suplementadas ou não durante o período de transição

 

Controle

 

Colina

 

Diferenças

3,25

3,75

3,25

3,75

Colina

ECC

Colina x ECC

CMS pré-parto (kg/d)

10,7

11,0

 

10,7

11,0

 

NS

NS

NS

CMS pós-parto (kg/d)

22,7

22,4

 

22,9

22,6

 

NS

NS

NS

Rendimento leiteiro (kg/d)

42,3

43,8

 

44,1

45,5

 

*

NS

NS

LCE (kg/d)

42,8

44,6

 

44,7

46,5

 

*

*

NS

LCE/CMS (kg/kg)

1,89

2,08

 

1,98

2,16

 

*

*

NS

Gordura (%)

3,76

3,82

 

3,79

3,84

 

NS

NS

NS

Proteína (%)

2,99

2,93

 

2,96

2,90

 

NS

*

NS

Lactose (%)

4,80

4,80

 

4,80

4,79

 

NS

NS

NS

BHB (mM)

0,550

0,741

 

0,640

0,831

 

NS

*

NS

ECC: escore de condição corporal, CMS: consumo de matéria seca, LCE: leite corrigido para energia, BHB: Beta-hidroxibutirato

*Diferenças significativas P<0,05

Fonte: Bollatti et al., 2020

 

Além da prevenção da esteatose hepática, na atualidade, existem evidências de que a suplementação de RPC durante a transição pode intervir em outros processos biológicos vitais das vacas leiteiras, tais como:

A. Modulação da resposta imune, diminuindo os processos inflamatórios pós-parto;

B. Aumento da proliferação de células mamárias durante a transição;

C. Controle endócrino na glândula mamária, que influencia a partição de nutrientes para a síntese do leite;

D. Manutenção da integridade das vilosidades intestinais.

O conjunto de fatos anteriores podem explicar o melhor desempenho durante a lactação das vacas leiteiras suplementadas com RPC durante a transição, independentemente de seu escore condição corporal.

 

3. Se não tenho lote de vacas pós-parto, faz sentido a suplementação de colina protegida exclusivamente no pré-parto?

Diferentes biomoléculas da colina fazem parte do colostro e das membranas celulares do feto. Sendo assim, esse nutriente é a chave durante o final da gestação e explicaria a diminuição da concentração plasmática de fosfatidilcolina nas vacas leiteiras encontradas por Imhasly et al. (2015) nesta fase e justificariam a suplementação pré-parto de colina protegida.

Idealmente, durante o pós-parto, as vacas leiteiras de elevado desempenho também deveriam ser suplementadas com RPC. Além da saúde hepática, esse nutriente tem um papel importante na integridade dos tecidos e, consequentemente, na função da barreira intestinal, beneficiando as vacas na absorção de nutrientes e na prevenção da entrada de patógenos, bem como na diminuição dos índices de retenção de placenta e de mastites (Arshad et al. 2020).

Embora não tenha sido encontrada evidência cientifica que sustente esta prática, faz sentido um possível arranjo no manejo em caso de não haver um lote de manejo pós-parto na fazenda. Durante o pré-parto, as vacas deveriam ser suplementadas com RPC e, após o parto, elas precisariam receber uma dieta que tenha adequada metionina metabolizável, sendo a suplementação com metionina protegida uma alternativa para cobrir parcialmente a necessidade de colina. Esta proposta de manejo é baseada na formação de biomoléculas que interrelacionam a colina e a metionina.

 

4. Faz sentido suplementar colina protegida durante a transição enquanto já se suplementa metionina protegida da ação ruminal?

Uma dúvida frequente que pode aparecer na hora de alimentar vacas leiteiras em transição é a suplementação de colina, metionina ou ambas. O questionamento surge porque ambos os nutrientes protegidos mostraram respostas positivas no desempenho após o parto, uma vez que a metionina e a colina possuem rotas metabólicas comuns.

A resposta a esta indagação pode ser encontrada em uma meta-análise publicada recentemente, a qual utilizou dados de 1313 vacas leiteiras em transição, suplementadas ou não com RPC e que fizeram parte de 21 experimentos com dietas basais diferentes (Arshad et al. 2020). Os resultados da pesquisa indicam uma interação entre a suplementação de RPC durante a transição e o nível de metionina metabolizável pós-parto. Para as variáveis produção de leite e leite corrigido para energia (LCE) a resposta, embora positiva à suplementação de RPC, diminui na medida que aumenta a metionina metabolizável.

Em uma dieta com 1,80% de metionina metabolizável, a suplementação de 12,9 g/d de íon colina resultou em incrementos de 2,00 kg/d de leite quando se comparado as vacas não suplementadas; entretanto, com 2,30% de metionina metabolizável, a mesma quantidade de colina incrementou 1,02 kg/d de leite. Para o LCE, os incrementos devidos à suplementação de 12,9 g/d de íon colina foram 2,13 e 1,2 kg/d quando o nível de metionina metabolizável atingiu 1,80 e 2,30%, respectivamente. Cabe indicar que o termo íon colina considera o fornecimento via oral do nutriente puro, não sendo a dose comercial do produto protegido.

Embora a colina e a metionina possuam ações sinérgicas no metabolismo animal, parece que as vacas leiteiras em transição se beneficiam de sua suplementação, por vias diferentes. Os efeitos principais da suplementação de metionina protegida da ação ruminal estão voltados às reduções do estresse oxidativo e dos processos inflamatórios pós-parto. Por sua vez, a suplementação de RPC diminui principalmente a infiltração de gordura no fígado e melhora o metabolismo energético do órgão (Overton, 2019, Coleman et al., 2021). Portanto, a decisão de suplementar ambos nutrientes protegidos da ação ruminal ficará baseada no desafio que as vacas apresentem, na factibilidade econômica e nas informações subministradas aqui.

 

5. Suplementar colina protegida às vacas durante a transição afeta também as bezerras que se gestam?

Recentemente se evidencia que suplementar RPC às vacas leiteiras durante a transição também pode afetar positivamente o desempenho das crias após o nascimento. A informação gerada por Swartz et al. (2022a) indica que a fisiologia neonatal está estreitamente associada ao estado da vaca durante o final da gestação e, até certo ponto, pode ser modificada pela suplementação pré-natal de RPC, reduzindo os marcadores de estresse oxidativo e alterando a mobilização lipídica nos bezerros.

Sem afetar sua composição, a suplementação de RPC a vacas leiteiras em transição incrementou a produção de colostro durante as primeiras seis horas pós-parto (6,1 vs 3,4 kg/vaca) (Swartz et al., 2022b). O fornecimento de colostro proveniente de vacas suplementadas com RPC melhorou a eficiência de absorção de IgG e diminuiu a incidência de febre na prole até 21 d de idade. Já a descendência de vacas suplementadas mostrou maior consumo total (sucedâneo e concentrado), peso corporal e atenuação do desafio inflamatório induzido até as 5 semanas de idade (Zenobi et al., 2022).

Em relação aos neonatos, os mecanismos de ação da suplementação pré-natal de RPC não estão plenamente identificados, podendo acontecer na vaca e/ou sua descendência. Mudanças na quantidade e qualidade do colostro produzido pelas vacas suplementadas, bem como melhoras na absorção de imunoglobulinas, expressão gênica e saúde das crias podem ser as causas do incremento de seu desempenho.

Ruprocol® e Timet® são fontes protegidas de colina e metionina, respectivamente. Foram cuidadosamente desenvolvidas pela Vetagro, equilibrando a concentração inicial, a proteção da ação ruminal e a digestibilidade intestinal para entregar efetivamente o nutriente à vaca. A parceria entre a Vetagro e a Nutrivital -distribuidora exclusiva dos produtos Vetagro no Brasil - apresenta essas soluções nutricionais microencapsuladas para apoiar o setor leiteiro nacional.

Quer saber mais? Fale conosco!

Artigo original de Luis Depablos (luis.depablos@vetagro.com)

Este é um conteúdo da Vetagro

Referências disponíveis mediante solicitação

 

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