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O 'mistério' da região que cresce a taxas chinesas no leite

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

UM GRÁFICO, UMA ANÁLISE

EM 18/04/2024

2 MIN DE LEITURA

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Normalmente, não é uma boa ideia analisar a dinâmica da produção de leite através de médias, em um país continental e diverso como o Brasil, ainda mais levando em conta a heterogeneidade de sistemas, escalas de produção e da eficiência produtiva e econômica entre produtores. Quer ver?

Crescimento relativo do leite brasileiro em diversas regiões (2000 = 1)

Crescimento relativo do leite brasileiro em diversas regiões (2000 = 1)

O gráfico acima mostra o crescimento de algumas regiões leiteiras brasileiras. Chama a atenção a linha preta: é a região que representa os Campos Gerais do Paraná, onde estão as cooperativas Castrolanda, Frísia, Capal e Witmarsum. De 2000 para 2022, essa região crescendo 5,4% ao ano. O mais interessante é que, de 2015 para 2022, o crescimento subiu para 7,3% ao ano, na mesma época em que a produção brasileira estagnou, com crescimento de menos de 0,4% ao ano.

O que explica isso?

Será uma região “melhor” para se produzir leite? Talvez haja um ponto aí, sem dúvida, com as culturas de inverno e chuvas mais regulares. Mas isso tem uma consequência: a valorização as terras. Se você conseguir achar um hectare para comprar, vai pagar talvez R$ 150.000 – R$ 200.000. São terras altamente competitivas para a agricultura comercial, que lá está bem estabelecida.  Portanto, o leite cresceu em uma bacia leiteira com muitas alternativas boas para o uso da terra. Usando a lógica econômica, deve ser uma boa atividade por lá.

O que mais explica o sucesso do “cluster” de produção lá existente, além das supostas condições naturais?

Na minha visão, ao longo de décadas foi formada toda uma estrutura de suporte que moldou o ambiente de negócios na região, desde pesquisas aplicadas às condições locais, até uma estrutura cooperativista forte e que está conectada com os grandes players do mercado. Mas há algo mais “soft”: um nível de conflito e ruídos entre os agentes da cadeia muito menor do que em outras regiões. Por lá, a cadeia amadureceu. O mercado é cíclico, e terá momentos piores e melhores. Vamos focar onde podemos melhorar, criando uma agenda positiva em que o tempo gasto com “briga” e “oportunismo” é trocado pelo tempo gasto para se criar um futuro melhor para todos. Acho que o segredo do “mistério” é esse.

Portanto, o problema é do “leite”? Ou é de como estamos organizados e como vemos a atividade?

Cada vez mais, o sucesso de quem produz vai depender de onde você está. Um cluster estruturado e sólido te leva para a frente.

 

A coluna "Um gráfico, uma análise" traz aos leitores uma informação rápida e ao mesmo tempo educativa, provocando reflexões e ideias. Se você tem uma sugestão para realizarmos uma breve análise, envie pra gente através deste formulário. 

 

 

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2024

Marcelo bom dia novamente.
Posso usar a mesma resposta do artigo anterior sobre o assunto .
Concordo com você e sua analise .
Obrigado
GIVANILDO BATISTA

SÃO BORJA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 23/04/2024

Exatamente isso, onde tem chuster… não tem tempo para individualidade… não tem tempo para oportunismo… todos ganham…
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/04/2024

Parabéns Marcelo pela análise. Sua "suposição" sobre lucratividade está perfeita já que está é a principal razão para o crescimento da atividade. O demais é usar todo o entorno regional para potencializar a enorme eficiência dos produtores.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 21/04/2024

Obrigado Mário! Ótimo receber a validação de alguém que conhece profundamente a região.
SEBASTIÃO POUBEL

NATIVIDADE - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/04/2024

A diferença dos Campos Gerais para as outras regiões leiteiras do Brasil é a gestão...Simplesmente. !!!
MARCELO FERREIRA RIBEIRO

RIBEIRÃOZINHO - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2024

Concordo sim .
Mas devemos analisar resumidamente : Por serem Cooperativas , há condições favoráveis para os produtores crescerem e cresceram sim! Tem míninos produtores? Sim , estes não acompanharam e mudou de empresa (e piorou) . No resto do país , tem a MALÍCIA das indústrias que acabam por sua vez "corrompendo" as Cooperativas (algumas) . E o profissionalismo do elo seguinte ao nosso (PRIMÁRIO) é pouco profissional nesse quesito , fazendo assim com que o setor PRIMÁRIO fique mais difícil de se obter uma organização No intuito!
JOSÉ GIACOMO BACCARIN

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/04/2024

Oi Marcelo, estou esperando o segundo capítulo. O inicial foi muito interessante. O mistério ficou bem caracterizado, mas ainda não sobrou totalmente desvendado. Como os membros da cadeia colaboram mais na região apontada? Há algum vínculo formalizado entre o preço do leite in natura e os preços de seus derivados?
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 19/04/2024

Legal José, ótima ideia, vamos explorar isso!
EM RESPOSTA A MARCELO PEREIRA DE CARVALHO
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/04/2024

Marcelo vou responder no seu comentário, respondendo o Prof Baccarin
Talvez vocês estejam acostumados com comprativas, mas na cooperativa o simples fato de estar associado implica em fidelidade na compra de insumos e principalmente na venda de produtos. A única exceção no Leite é quem faz Queijo com apelo Holandês. Quanto ao valor recebido, grande parte da produção regional é vendida via contratos com a Piracanjuba e Italac, que obedecem tabela CEPEA mais bonificação. Em geral temos preços médios menores que produtores do Sudeste
EM RESPOSTA A MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 22/04/2024

Legal Mário, de fato não é preço a diferença, mas todo o restante. Vou conversar com o nosso pessoal para fazer algo nesse sentido. Obrigado!
POLYANA PIZZI ROTTA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 19/04/2024

Sua análise, Marcelo, é excelente, destacando como o "ambiente" é crucial. Um ambiente moldado por COOPERATIVAS, ressaltado em letras maiúsculas para enfatizar o respeito e a ação genuína que elas oferecem aos produtores. Nesse contexto, o preço pago pelo produto não é o único aspecto relevante, pois é criada uma estrutura saudável para os negócios, refletindo verdadeiramente o significado da palavra "cooperativa".
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 19/04/2024

Obrigado Polyana! Acho que cooperativas bem gerenciadas e integradas com o produtor realmente fazem a diferença para criar as condições para que se olhe mais o futuro e menos o oportunismo de curto prazo. Mas precisa ser bem gerenciada, caso contrário não vai funcionar. Há as questões culturais ali da região, que também fazem a diferença: há uma maior tradição na cooperação.
MARIUS CORNÉLIS BRONKHORST

ARAPOTI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2024

Marcelo boa tarde
O sucesso de qualquer empreendimento, seja ela agropecuária ou comercial ou prestação de serviço É o proprio homem .
Ele consegue construir e desmanchar também depende das suas intenções ou qualidades.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 19/04/2024

Obrigado Marius, é isso aí: as pessoas é que fazem a diferença. Parabéns pelo trabalho de vocês nos Campos Gerais do Paraná.
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/04/2024

Parabéns xará. Como sempre botando os pingos nos is. O que faz a diferença é o porteira a dentro. A organização regional vêm daí.

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