Quais os cenários para o mercado lácteo em 2024?

Durante a 16ª edição do Fórum MilkPoint Mercado, que está sendo realizada hoje, 20/03 em Campinas-SP, foram abordados os principais fatores que podem guiar a recuperação do mercado de lácteos em 2024. O evento contou com mais de 240 participantes de forma presencial, discutindo os temais mais importantes para o mercado lácteo nos próximos anos.

O primeiro bloco contou com o tema “Os cenários de mercado” e iniciou trazendo as perspectivas de mercado internacional, com o palestrante Andres Padilla, Industry Specialist na Rabobank Brasil.

Andres iniciou sua apresentação pontuando que em 2024 tende a ter menos leite produzido no mundo. O palestrante destacou a produção da China, que estava crescendo nos últimos anos, através de um estímulo para diminuir a dependência externa, deve ficar estável em termos de produção. Enquanto os outros 7 grandes exportadores (EUA, EU, Nova Zelândia, Argentina, Uruguai e Brasil) devem continuar com produção sem recuperação.

Do lado da demanda, Andres pontuou que há um certo aumento em alguns países, mas outros com uma demanda menor, como a União Europeia, o que significa uma demanda estável para este ano.

Por fim, o palestrante pontuou que a demanda industrial tende a diminuir neste ano, isso porque o setor lácteo não está mudando rápido suficiente no quesito emissão de carbono, portanto as grandes empresas multinacionais estão começando a reformular seus produtos para diminuir lácteos em função de exigências sustentáveis.

Na segunda palestra do bloco, André Viana, Gerente de Inteligência de Mercado e Consumer Insights na Scanntech, abordou “Como começa o consumo de lácteos em 2024?”. André pontuou que foi possível observar, para final de 2023 e início de 2024, uma mudança de comportamento do consumidor: ele está indo mais vezes ao supermercado, porém, comprando menos produtos.

Dentro dos lácteos, o palestrante pontuou sobre a venda dos queijos com peso fixo, que em 2023 (e início de 2024) foi bem positiva tanto em volume quanto em preço.

André também mostrou as vendas em preços e volumes para os iogurtes, e mostrou como os produtos proteicos estão puxando a categoria de iogurtes. Sendo que há, além de um espaço maior nas gôndolas, uma maior diversidade destes produtos no varejo.

Na última palestra do bloco, onde foi abordado os “Cenários para o mercado brasileiro de leite e derivados”, Matheus Napolitano, Analista de Inteligência de Mercado na MilkPoint Ventures, abordou os principais aspectos para produção, demanda, importações e disponibilidade de leite para este ano de 2024.

Quando a oferta, Matheus pontuou que a produção de leite deve cair no primeiro semestre, como efeito da menor rentabilidade do produtor no segundo semestre de 2023, com atenção para os possíveis efeitos da La Niña, que pode afetar a produção no segundo semestre deste ano.

Do lado das importações, o palestrante mostrou que as importações brasileiras de lácteos devem seguir competitivas ao longo do ano, o que tende a manter o volume importado em níveis elevados. Sendo que as medidas atuais do governo e a possibilidade de novas medidas serem implementadas podem alterar este cenário.

Quanto ao consumo, Matheus mostrou que deve ser mais positivo neste ano, aumentando os preços, principalmente no primeiro semestre, e apresentando também as projeções para o preço pago ao produtor para este ano.

Por fim, o bloco encerrou com um período para tirar dúvidas e discussões entre os palestrantes e participantes do evento.

O 16º Fórum MilkPoint Mercado continuará acontecendo hoje, dia 20 de março, em Campinas-SP, e ainda abordará temas como competitividade na produção de leite, novidades na relação entre indústria e produtores, consolidação do setor e investimentos nas indústrias lácteas.