O MilkPoint irá produzir resumos das entrevistas realizadas no Programa Conexão Leite e Derivados, Canal Agromais, por Paulo Martins, pesquisador da Embrapa Gado de Leite e Professor da Facc/UFJF. E, para iniciar esse projeto traremos a entrevista que trata sobre o nascimento da Alvoar Lácteos.
“No início da minha carreira queria trabalhar em banco realizando empréstimos para países em desenvolvimento, mas descobri que nada desenvolve mais uma região do que o leite.” – É com esse mindset que Bruno Girão, membro da segunda geração da família de empresários à frente da Betânia Lácteos, apresentou ao mercado a Alvoar Lácteos, a nova empresa do setor de laticínios resultado da fusão da Embaré e da Betânia.
Em conversa com Paulo do Carmo Martins no programa Conexão Leite & Derivados, Bruno trouxe um pouco da história das empresas e da importância dessa fusão para o setor. “São duas empresas tradicionais, que sabem da importância da gestão da cadeia, tratam o produtor com profundo respeito e sabem que para o negócio funcionar é necessário gerir essa cadeia e tratar o produtor com cuidado sabendo que esse é um relacionamento de longo prazo... E é isso o que fica, o que fortalece os negócios”, destacou o agora CEO da Alvoar Lácteos, Bruno Girão.
Competências complementares
A Betânia Lácteos possui como característica a proximidade com o cliente e um profundo conhecimento sobre distribuição e logística na região Nordeste do país, tendo construído durante os seus últimos 20 anos de atuação no mercado uma rede de distribuição própria e independente. A Embaré possui um conhecimento industrial vasto e realiza exportações desde seus primórdios, atuando hoje em mais de 64 países. “Temos muito a agregar uma à outra, são competências complementares que vão fortalecer a organização”, destacou Bruno, que completou dizendo que o Brasil tem espaço para empresas fortes e que esse é um dos objetivos da Alvoar.
Participação do fundo de Investimentos
A fusão conta com a participação do fundo de investimentos Arlon Latin America Partners, que já era sócio da Betânia. Arlon é um gestor de fundos de Private Equity, que tem como foco o investimento principalmente em empresas ligadas aos setores de agronegócio e alimentício. O Arlon foi fundado em 2007, pela Continental Grain Company, empresa familiar com tradição em negócios ligados ao setor agrícola. Sediado em Nova York, tem aproximadamente US$ 1 bilhão em ativos sob sua gestão - informações do site da companhia.
Bruno mencionou que o setor financeiro olha de forma negativa para a cadeia láctea devido à problemas do passado e ressalta o bom relacionamento com o atual investidor. Mas que, apesar da margem baixa, o retorno sobre o capital nas boas empresas pode ser acima de 15%, já que o investimento em indústria não é tão alto. Sobre o Arlon, Bruno relatou que “é muito fácil ter um sócio financeiro que compreende os ciclos da atividade e isso facilita a vida do gestor”.
O bate papo completo entre Paulo Martins e Bruno Girão você confere no vídeo:
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