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European Milk Board pede ajuda para crise no setor leiteiro

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 21/01/2016

6 MIN DE LEITURA

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O European Milk Board (EMB) está solicitando que a União Europeia (UE) adote seu Programa de Responsabilidade de Mercado (MRP) para lidar com a crise no preço do leite. De acordo com o EMB, dados atuais sobre os custos de produção de leite na Alemanha publicados pelo BAL (Serviço Alemão para Agricultura e Sociologia Agrícola) mostram que há uma crise aguda no mercado leiteiro. Em outubro de 2015, os custos de produção de um quilo de leite ficou em média em US$ 0,48. Ao mesmo tempo, o preço do leite na Alemanha era de apenas US$ 0,32.

O estudo de custos publicado pelo BAL em conjunto com o MEG Milch Board e o EMB mostram custos médios de produção na Alemanha como um todo e traz informações sobre as regiões leste, norte e sul da Alemanha. Os custos em todas as três regiões foram levemente menores do que no trimestre anterior. Os dados de outubro para a razão entre preço/custo, que medem custos de produção comparado com o preço do leite, é de 0,65, ou seja, 65% dos custos são cobertos pelo preço do leite. O EMB disse que, nessas condições, é cada vez mais difícil para os produtores fazer reparos ou investimentos urgentemente necessários, além do fato de que os salários não podem ser suficientemente gerados.

A diretora do EMB, Silvia Däberitz, disse que os custos de produção em outros países são similares. “Na Bélgica, os custos estão em cerca de 46 centavos por quilo de leite – enquanto os preços estão em cerca de 25 centavos. Na Holanda, cerca de 45 centavos por quilo de leite, enquanto os preços estão entre 27,5 e 29 centavos e na Dinamarca, os custos são de cerca de 39 centavos por quilo, enquanto os preços estão em cerca de 29,2 centavos”. Na Lituânia, o preço do leite foi de apenas US$ 0,22 no final de 2015, com alguns produtores recebendo apenas US$ 0,11 por quilo. Como há uma tendência do volume de leite no mercado exceder a demanda em médio prazo e muito provavelmente em longo prazo, o EMB acredita que os preços do leite não se recuperarão tão cedo.

O presidente do EMB, Romuald Schaber, não vê chances de qualquer melhora, devido à atual política leiteira da União Europeia (UE). “A situação de déficit continuará, com somente aumentos nas dívidas e no número de fazendas fechando as portas, mas não nos investimentos urgentemente necessários nas fazendas”. O EMB disse que muitos produtores de leite europeus objetivam cortar o volume que está sendo produzido. Entretanto, o EMB afirma que devido às situações de preços críticas, os produtores individuais tendem a ser forçados a produzir mais para reduzir os custos unitários, de forma que é necessário um sistema aplicável na UE para todos os produtores de leite.

Esse sistema geral, de acordo com o EMB, poderia ser baseado na restrição voluntária na oferta, relacionada a incentivos positivos. Os produtores de leite na UE receberiam um bônus para cortar a produção, reduzindo a pressão dos volumes no mercado. A Friesland Campina, uma das maiores companhias de lácteos da Europa está implementando um sistema de bônus para a redução nos volumes. O documento MRP afirma que financiaria os produtores através de um mix de fundos para a crise, multas para produtores que aumentem seus volumes e um imposto ao produtor quando requerido, limitado ao ano de crise.

Quando questionada sobre como o corte na produção poderia ser implementado e coordenado em diferentes países da UE, Däberitz disse: “Primeiro, teria que haver uma chamada para a apresentação de propostas referentes aos cortes voluntários na produção pela Comissão Europeia. Essas chamadas seriam feitas em todos os países da UE. Todo produtor que estivesse interessado em produzir menos (e obter um bônus por isso) poderia participar. Primeiro, seriam os produtores de países/regiões com o menor preço do leite (uma vez que isso seria mais atrativo para eles). “Se a situação estiver muito instável, de forma que o corte voluntário na produção possa não ser suficiente – então, o próximo passo – um corte obrigatório na produção seria aplicado. Somente 1-2% do volume da fazenda teria que ser reduzido”. Däberitz disse que isso se aplicaria a todos os produtores da UE, independentemente de qual país ou região eles estão.

O MRP do EMB foi projetado para o setor leiteiro, que inclui uma restrição voluntária na oferta em resposta à crise. O EMB está pedindo aos políticos da UE que apliquem esse conceito e pelo menos introduzam um processo para a estabilização do mercado de leite. O MRP afirma que uma crise é definida com a ajuda de um índice de mercado, levando em consideração os preços do leite e os custos de produção. Se esse índice de preços com relação à produção cair para menos de 100 (isto é, os custos de produção excedem o preço do leite), então o MRP seria ativado. De acordo com o MRP, uma redução de 7,5% desencadearia incentivos para aumentar as vendas e o consumo e uma queda de mais de 15% significaria uma crise.

Isso criaria uma restrição na oferta, voluntária ou obrigatória, incluindo bônus para a redução na produção. Um período de referência também seria definido. Em 25%, esse corte na produção se tornaria obrigatório para um período a ser determinado. O EMB disse que o uso desse MRP preveniria um colapso de preços devido ao excesso de produção. Com relação à recuperação, se a tendência do índice continuar em 100 pontos e as previsões para o desenvolvimento do mercado forem positivas, a crise pode ser declarada como terminada. Nessa data, todas as medidas restringindo a produção terminam.

Quando questionada o quão rapidamente o MRP entraria em efeito e o tempo que levaria para começar a ajudar os produtores, Däberitz respondeu que “esse seria implementado agora, o volume começaria a ser reduzido ao invés de aumentar. Dentro de poucos meses, a situação já deveria melhorar”. “No geral, pode- se imaginar períodos de crise de três a seis meses, onde o MRP poderia ser usado (primeiro, com cortes voluntários, que em muitos casos estabilizaria o mercado. Em uma crise muito profunda, o corte obrigatório na produção poderia garantir que o mercado volte a um nível estável). “Vimos no passado que somente um pequeno volume precisa ser reduzido para que os preços aumentem de forma significativa. Esse é o motivo pelo qual uma pequena porcentagem de mudança no volume já seria suficiente”.

Os menores preços atualmente forçam os produtores a produzir mais, disse ela. “Com o MRP instalado, os baixos preços sinalizariam o começo de um sistema de bônus, motivando os produtores a produzir menos (e ainda permitindo que eles sobrevivam). Os menores preços, dessa forma, desencadeariam uma reação correta – uma redução na produção”.

Nem todos, entretanto, concordam que o MRP é uma boa maneira para a indústria como uma resposta às quedas nos preços abaixo dos custos. A conselheira do setor de lácteos no Reino Unido da União Nacional de Produtores Rurais (NFU), Sian Davies, disse em novembro de 2015 que “os produtores de leite no Reino Unido e na UE agora competem em um mercado global de leite e um mecanismo não somente na UE pode ajudar os produtores europeus durante períodos de baixa no mercado”. “Se os produtores da UE forem forçados a reduzir a produção, isso somente deixaria os portões abertos para mais importações de fora da UE e permitiria que esses produtores ficassem melhor preparados para aumentar a produção quando o mercado melhorasse”. Davies disse que “essas visões não mudaram” e que o mercado precisa agora de um “controle de volumes, não de uma política na UE”.

Davies disse que apoiaria um melhor monitoramento do mercado de lácteos e que vem pedindo por melhores coletas de dados. Ela comentou que o embargo russo é algo que não poderia ter sido previsto.

Davies também questionou como o esquema de MRP funcionaria com diferentes contratos de leite na UE, à medida que alguns produtores são contratados para fornecer um volume, outros são contratados para fornecer a varejistas e outros têm contratos que afirmam que “todo o leite produzido será coletado”.

As informações são do Dairy Reporter.


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