ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Empresa paulista dobra prazo de validade de leite fresco pasteurizado

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 15/06/2015

4 MIN DE LEITURA

7
0


A Agrindus – empresa agropecuária situada em São Carlos, no interior de São Paulo, 3ª colocada no Top 100 MilkPoint 2015 –conseguiu aumentar de 7 para 15 dias o prazo de validade do leite fresco pasteurizado tipo A que comercializa com a marca Letti em 45 cidades do Estado de São Paulo.

A façanha foi alcançada por meio da incorporação de micropartículas à base de prata, com propriedades bactericida, antimicrobiana e autoesterilizante, no plástico rígido das garrafas usadas para envasar o leite produzido pela empresa.

A tecnologia foi desenvolvida pela Nanox – uma empresa de nanotecnologia também sediada em São Carlos, apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e uma spin off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.

“Já sabíamos que a aplicação do material antimicrobiano e bactericida que desenvolvemos em plásticos rígidos ou flexíveis usados para embalar alimentos melhora a conservação e aumenta o shelf life [vida útil] dos produtos”, disse Luiz Pagotto Simões, diretor da Nanox, ao portal Agência FAPESP.

“Por isso, decidimos fazer um teste com o plástico das garrafas de polietileno usadas para envasar leite fresco tipo A e conseguimos mais que dobrar o prazo de validade do produto somente pela adição do material na embalagem, sem usar nenhum aditivo no alimento”, afirmou.

De acordo com Simões, as micropartículas são misturadas na forma de um pó na matriz de polietileno utilizada para moldar as garrafas plásticas por injeção ou sopro e são inertes, ou seja, não apresentam o risco de se desprenderem da embalagem e entrarem em contato com o leite.

Para testar a eficácia do material em aumentar o prazo de validade do leite fresco foram realizados testes durante um ano, tanto pela agroindústria fabricante do produto como pela empresa e por laboratórios terceirizados. “Só depois de obter a certificação de que o material estendia o shelf life do produto a empresa decidiu colocá-lo no mercado”, disse Simões.

Além da empresa, o material também está sendo testado por outras duas indústrias de laticínios distribuidoras de leite fresco em garrafas de plástico, em São Paulo e em Minas Gerais, e por empresas na região Sul do país que comercializam leite in natura em embalagens plásticas flexíveis (saquinhos).

“No caso dessas embalagens, conhecidas popularmente como ‘barriga mole’, o material é capaz de aumentar de 4 para 10 dias o shelf life do leite fresco”, afirmou Simões.

A empresa quer comercializar o produto na Europa e nos Estados Unidos, onde se consomem volumes muito maiores de leite in natura em comparação com o Brasil.

No Brasil, o tipo de leite mais consumido é o longa vida, que passa por um processo de esterilização a temperaturas ultra-altas – de 130 ºC a 150 ºC, durante 2 a 4 segundos –, com o intuito de diminuir significativamente o número de esporos bacterianos do leite e permitir que o produto seja comercializado pelo prazo de até quatro meses, em temperatura ambiente.

Já o leite fresco tipo A é submetido a um processo de pasteurização a temperaturas brandas dentro da própria fazenda e necessita de refrigeração, comparou Simões.

“Ao dobrar o shelf life desse tipo de leite é possível obter ganhos na logística, armazenamento, qualidade e na segurança do produto”, avaliou.

Inúmeras aplicações

Além das embalagens plásticas de leite fresco, as micropartículas à base de prata desenvolvidas pela empresa são aplicadas hoje em uma série de produtos. Entre eles, utensílios plásticos e filmes de PVC para embalar alimentos, assentos sanitários, palmilhas de sapatos, secadores e chapinhas de cabelo, tintas, resinas e cerâmicas e na superfície de instrumentos médicos e odontológicos, como pinças, brocas e bisturis.

Os maiores mercados da empresa hoje, contudo, são os de tapetes e carpetes e de eletrodomésticos de linha branca, como refrigeradores, além de bebedouros de água e aparelhos de ar condicionado.

“Atuamos no mercado de linha branca, com diferentes produtos, desde 2007 e fornecemos o material para as principais fabricantes do setor”, disse Simões. O produto é exportado atualmente para 12 países, como México, Colômbia, Chile, Itália, China e Japão, por meio de distribuidores locais.

A meta da empresa, agora, é aumentar a participação no mercado norte-americano, onde obteve, em 2013, o registro da Food and Drug Administration (FDA) – a agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos – para comercializar o material bactericida aplicado em embalagens plásticas de alimentos.

“Estamos dando entrada no registro do produto na EPA [Environmental Protection Agency, a agência de proteção ambiental norte-americana] para conseguir abranger uma parte maior do mercado norte-americano”, afirmou Simões.

Segundo ele, como ainda não há uma legislação clara tanto nos EUA como no Brasil sobre a aplicação de partículas em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro) em produtos em contato com alimentos, a empresa adota processos de nanotecnologia que resultam em partículas à base de prata em escala micrométrica.

A tecnologia consiste na deposição de partículas de prata em escala nanométrica na superfície de partículas de cerâmica (sílica).

A adesão das nanopartículas de prata à matriz cerâmica resulta em um compósito (formado por dois tipos diferentes de materiais) em escala micrométrica e com propriedade bacterida, explicou Simões.

“O efeito da combinação das partículas de prata com a matriz de cerâmica é sinérgico”, afirmou. “A prata tem propriedade bactericida e a sílica não, mas potencializa essa ação e ajuda no controle da liberação das partículas de prata para matar as bactérias”, detalhou.

As informações são da Agência FAPESP.

7

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

HELENA FAGUNDES KARSBURG

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/06/2015

Caro Fernando,



As bacterias se reproduzem usando a superficie da embalagem, quando adicionamos o nanoxclean essas bacterias que ficariam alojadas na parede da embalagem nao conseguem se reproduzir. Desta forma conseguimos reduzir a cinetica de reproducao dos microrganismos e aumentar a vida de prateleira do produto.

A prata possui acao natural contra os germes. Esta acao pode ser inibindo a divisão celular (reprodução); rompendo a parede celular (stress oxidativo) ou impedindo a troca de gases pela parede celular (respiração).
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 23/06/2015

Obrigado, Sra. Helena, pela resposta.

Gostaria de saber, no entanto, como as nanopartículas de prata vão agir sobre as bactérias e outros microrganismos do leite se elas estão fixadas na embalagem.

Por radioatividade parece não ser o caso, pois esta parece não existir na prata.

Atenciosamente,

Fernando Melgaço,

Fiscal Federal Agropecuário, aposentado, Especialista em Microbiologia pela UFG.
HELENA FAGUNDES KARSBURG

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/06/2015

Julio as nano partículas não agem sobre a matéria orgânica ou sobre a gordura somente age na microbiota. Para o barriga mole seria a mesma formatacao da garrafa ou seja, o produto seria incorporado no filme de polietileno de baixa densidade.
JULIO PACHECO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/06/2015

Noticia auspiciosa,  parabéns pela pesquisa. No caso do barriga mole a presença de matéria orgânica e gordura parece ser maior, é sabida qual a interação de nano partículas com material orgânico?
HELENA FAGUNDES KARSBURG

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/06/2015

Prezado Fernando, o material e inerte e inorgânico e não se desprende da embalagem pois é incorporado durante a fase de produção da embalagem, muito antes da etapa de envase do leite. Quando iniciamos os testes com a tecnologia também tínhamos está preocupação e exigimos da empresa certificações e comprovações de que o produto era seguro. O nanoxclean é   certificado pela Anvisa e pelo FDA duas instituições isentas de interesse e que somente após vários testes de laboratório emitiram os documentos de autorização de uso para alimentos.

Obrigada por seu interesse e a disposição.



Helena Fagundes karsburg - Gerente Laticinio Agrindus.
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 17/06/2015

Gostaria de saber se já existem estudos científicos, especialmente pesquisas, sobre a toxicidade das nanopartículas de prata para os animais, em especial para o ser humano.

Como podem  estas nanopartículas terem ações bactericidas sem  se desprenderem da embalagem.

Atenciosamente,

Fernando Melgaço.
ALCIDES JORGE MONTAGNA

JAGUARIÚNA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/06/2015

PARABENS dr. Luiz Pagotto Simões.  Nanox de São Carlos para o mundo. Tchau e tudo de bom. AJMontagna

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures