ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Embargo russo põe europeus contra o Brasil

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 05/11/2014

3 MIN DE LEITURA

0
0
Produtores europeus de carne bovina começam a se desesperar com o embargo russo às suas exportações, que derrubou o preço da mercadoria nos 28 países-membros da União Europeia, e pedem com urgência subsídios para buscar novos mercados. Querem, ainda, barreiras contra importações para evitar o aprofundamento da crise causada pelo embargo da Rússia ao bloco, uma retaliação de Moscou diante das sanções decorrentes do conflito na Ucrânia.

O Brasil é um dos alvos da irritação europeia tanto por ser o primeiro beneficiário do embargo russo contra a Europa como porque, até agora, conseguiu manter estável sua participação de 42,7% nas importações europeias de carne bovina.

O sinal de alerta sobre a "situação crítica do mercado europeu" foi dado ontem por Jean-Pierre Fleury, que assumiu o cargo de presidente do grupo de carne bovina da Copa-Cogeca, confederação que representa milhares de pecuaristas dos países da UE. "Os membros do grupo foram unânimes em sublinhar o estado de crise do mercado de carne bovina", disse Fleury em nota. "Os preços caíram em toda a UE. O embargo imposto pela Rússia contra as exportações agrícolas, um peso forte para o setor, ocorre por razões políticas".

O Valor apurou que, entre janeiro e agosto, as exportações europeias de carne bovina e derivados para a Rússia aumentaram 80,4%, depois de terem declinado no ano passado. A expectativa dos exportadores europeus era elevar as vendas no quarto trimestre, quando a demanda cresce com as festas de fim de ano.

Em vez disso, as exportações europeias devem ser nulas, como impacto direto do embargo. E há outros reflexos. O preço das vacas caiu 7% na Europa, e o do leite também recuou. Para tentar ajustar a situação, pecuaristas europeus passaram a abater mais vacas leiteiras, o que acelerou a queda de preços. A expectativa entre produtores é que essa situação vai piorar nas próximas semanas. Cálculos indicam que os pecuaristas europeus estão perdendo € 300 por vaca abatida, em média.

Ao mesmo tempo, o Brasil manteve suas exportações de carne bovina para a UE, com 93 mil toneladas entre janeiro e agosto, do total de 217 mil importadas pelos europeus. Já o Uruguai, segundo maior fornecedor da UE, viu suas vendas caírem 9,6%, enquanto no caso da Argentina a retração foi de 15,7%. As exportações da Austrália para o mercado europeu cresceram 29% e as dos EUA, 5%. Esses dois países também retaliaram Moscou e não estão exportando carne bovina para o mercado russo.

Conforme pecuaristas europeus, o principal beneficiário do embargo russo é o Brasil - que, entretanto, tampouco pode fornecer toda a carne desejada por Moscou. Assim, o governo de Vladimir Putin procura diversificar as origens e habilitou para exportação frigoríficos de Paraguai, Índia, Mongólia e países africanos como Zimbábue e Botsuana.

A expectativa no mercado europeu é que as exportações brasileiras para a UE vão agora declinar, a começar por uma razão simples: o preço europeu caiu e a cotação do produto brasileiro aumentou de forma expressiva. Ou seja, a competitividade brasileira diminuiu. O preço europeu baixou tanto que até no Canadá e nos EUA está maior, afirma um pecuarista em Bruxelas.

Nesse cenário "excepcional", Jean-Pierre Fleury cobra da Comissão Europeia "medidas de urgência". Primeiro, a introdução rápida de medidas de apoio para estabilizar o mercado, incluindo subsídios às exportações. "A Comissão deve fazer tudo para encontrar novos mercados para nossos produtos de qualidade".

O dirigente também defende que barreiras sanitárias sejam impostas a produtos bovinos de emergentes e mesmo de outros países desenvolvidos. Fleury argumenta que o segmento europeu da carne bovina tem papel "fundamental" na garantia de emprego e de crescimento econômico em regiões onde não há outras fontes alternativas de trabalho.

Fleury é pecuarista, tem uma fazenda de 290 hectares, 190 vacas leiteiras e preside a Federação Nacional de Pecuária Bovina da França. E toda a ação do dirigente também não deixa de ilustrar as dificuldades para que um acordo de livre comércio entre UE e Mercosul seja alcançado.

A notícia é do Valor Econômico.
 

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures