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Os novos e velhos desafios do produtor rural

ESPAÇO ABERTO

EM 31/07/2012

3 MIN DE LEITURA

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Por Rui Prado (Produtor rural e presidente do Sistema Famato)

"Sou brasileiro e não desisto nunca!". Nas últimas semanas pensei muito neste dito popular. Eu e o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, estivemos em Juína, Aripuanã, Alta Floresta e São José do Xingu para falar diretamente com os produtores rurais sobre alguns dos principais desafios do agronegócio brasileiro. Encontramos pessoas que, embora vivam em municípios distantes e ainda carentes de infraestrutura, têm uma surpreendente força de vontade para trabalhar. Coincidentemente, realizamos o primeiro Ciclo de Palestras com o ex-ministro num mês em que comemoramos duas datas importantes: o Dia do Produtor Rural (25 de julho) e o Dia do Agricultor (28 de julho).

Paolinelli é responsável pela implantação da Embrapa no Brasil e pela transformação do país, que passou de importador a exportador de alimentos. Até a década de 1970, por exemplo, importávamos 90% do trigo, 50% do leite e 30% da carne. Hoje, produzimos e consumimos nosso leite, carne, soja, milho, entre outros produtos agropecuários.

O Brasil sempre teve uma forte vocação agrícola e, como todos os brasileiros, os produtores rurais não tiveram medo de enfrentar esse "território desconhecido", com todas as suas adversidades como a malária, falta de energia elétrica, de estradas, de saúde, saneamento básico e de telefonia.

Neste ciclo de palestras detivemos nossa atenção em dois pontos. Um deles foi a busca por conhecimento, porque foi por meio da pesquisa científica e da informação que nós, produtores rurais, desenvolvemos a melhor agricultura tropical do mundo. Após muita dedicação, estudo e tecnologia, aprendemos a manejar o bioma cerrado para produzir alimentos com qualidade e sustentabilidade. Hoje, infelizmente, existe o risco de vivermos o apagão da mão de obra no campo, pois apenas 17% população brasileira vive e trabalha na zona rural.

Atualmente, produzimos soja e milho em grande escala neste clima tropical que ninguém apostava. Mato Grosso é líder na produção nacional de soja, milho segunda safra, algodão, boi e girassol. Alysson Paolinelli acredita que o Brasil terá o próximo grande "corn belt" (cinturão do milho) do mundo. Mato Grosso fará parte disso, assim como o leste do Pará, Maranhão, Piauí, noroeste da Bahia, Tocantins e Goiás. A notícia é ótima, mas ainda temos que superar alguns desafios.

Além do conhecimento, outro desafio muito discutido nas palestras foi a necessidade urgente de pavimentação das estradas e a implantação de outros modais para o escoamento da produção. As rodovias não asfaltadas atrasam a economia do estado, mas geram outro prejuízo maior: os acidentes. Estamos perdendo capital humano nessas estradas em péssimas condições de tráfego.

Para se ter uma ideia do quanto ainda temos de chão para evoluir, dos 100 mil km de estradas vicinais de Mato Grosso nenhuma é asfaltada. Dos 27 mil km de rodovias estaduais, apenas aproximadamente 7 mil km foram asfaltados. E dos 7,5 mil km de estradas federais, somente cerca de 3,5 mil km são pavimentados. Em uma região com nossa importância no cenário mundial de alimentos temos menos de 8% de estradas asfaltadas. É muito pouco!!! É um absurdo! Principalmente por que pagamos o Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) - imposto criado especialmente para este fim - que deveria trazer mais desenvolvimento econômico para Mato Grosso, mais dignidade para seus habitantes irem à escola, ao médico, ao trabalho e ao lazer.

Embora essas constatações nos deixem indignados, não podemos desanimar. Nos quatro municípios que visitamos vimos claramente este sentimento, mas reconhecemos também o brilho no olhar e a disposição de continuar trabalhando por este estado que é o celeiro do mundo. Parabéns Produtor Rural! Parabéns Agricultor! Parabenizo todos que, com muita garra e coragem, ajudaram a construir o Mato Grosso. Somos e continuaremos líderes na produção sustentável de alimentos, pois está em nossa essência agradecer ao final de cada jornada a vida presente e abundante nos campos.

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MÁRCIO F. TEIXEIRA

ITAPURANGA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2012

Sr Rui Prado,

em primeiro lugar gostaria de saber qual é a diferença entre produtor rural e agricultor??

Outra questão que gostaria que o Sr. informasse é quanto a sua afirmação de que o Brasil não importa alimentos. "Paolinelli é responsável pela implantação da Embrapa no Brasil e pela transformação do país, que passou de importador a exportador de alimentos. Até a década de 1970, por exemplo, importávamos 90% do trigo, 50% do leite e 30% da carne. Hoje, produzimos e consumimos nosso leite, carne, soja, milho, entre outros produtos agropecuários".

De acordo com Beduschi, comentado aqui no Milkipoint, e pelo próprio milkpoit em diversos artigos, nos primeiros sete meses deste ano, o volume já chegou a 50 mil toneladas. Segundo ele, as compras subiram muito este ano, um aumento de 68,87% em relação ao ano passado. E de acordo com ele, "o impacto da importação é equivalente à quinta maior produtora de leite do país. Segundo o ranking de 2010, a empresa na posição produziu 800 milhões de litros de leite", explicou.

Um dos fatores que estão desistimulando à produção de leite no Brasil, principalmente para os pequenos e médidos produtores, são as importações predatórias de leite que o Brasil vem permitindo já a muitos anos. Não vou entrar nessa questão, mas importamos arroz e outros alimentos também.

Dessa forma, uma informação apresentada dessa forma, por pessoas diretamente ligadas ao meio rural, não podem ser  afirmadas quando não retratam a realidade vivida, em especial, pelos produtores de leite brasileiros.

Márcio

Eng. Agrônomo e produtor de leite

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