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Fraudes na cadeia do leite: Como monitorá-las?

POR LAERTE DAGHER CASSOLI

ESPAÇO ABERTO

EM 04/10/2012

6 MIN DE LEITURA

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Recentemente fui convidado a fazer uma apresentação aqui na universidade para um grupo de pesquisadores e estatísticos para falar sobre fraudes na cadeia do leite. Havia um outro palestrante que apresentou como funciona o monitoramento de fraudes em cartão de crédito utilizando um poderoso sistema de informação (software). Após a apresentação, fiquei surpreso com a semelhança que existe entre este sistema e o que temos hoje disponível para monitoramento. O objetivo deste artigo é de apresentar algumas destes ferramentas de monitoramento de fraude/adulteração na cadeia de leite. Espero que o artigo seja útil, não somente para os profissionais que atuam diretamente nas indústrias e captação de leite, mas também para os produtores de leite.

Que tipo de adulteração e fraudes podemos monitorar ?

Iremos apresentar aqui duas fraudes que podem ocorrer em nossa área. A primeira delas, diz respeito a fraude no leite pela adição de qualquer substância estranha (por exemplo: água, açúcar, urina, ureia, citrato, etc), que pode ser praticada por vários agentes na cadeia (produtor, transportador, indústria). A segunda é a fraude que pode ocorrer no monitoramento da qualidade, praticada geralmente pelo agente de coleta, pessoa responsável pela coleta de amostras.

Em alguns casos, este agente de coleta imagina que todo leite é igual ("é tudo branco", como dizem alguns por aí) e resolve coletar as amostras de um único tanque mas para vários produtores. É o que denominamos "amostras clonadas". Como podem imaginar este é um problema muito sério visto que teremos resultados completamente erroneos e que pode afetar o pagamento por qualidade e o atendimento a IN-62.

A fraude por adição de substâncias estranhas

Se analisarmos os registros em jornais e na internet vamos notar que a fraude do leite é uma prática histórica e os primeiros registros são de 1.880 relatando a fraude por adição de água. Com o passar do tempo as fraudes foram ficando mais "modernas" com adição de inúmeros outros compostos ao leite. O último grande evento de impacto mundial foi a adição de melamina por produtores chineses, causando problemas de saúde em milhares de crianças, e a morte de algumas delas. A melamina é um composto que, quando adicionado ao leite, aumenta o teor de proteína do leite, o que, no caso da China, propiciava aos produtores o recebimento de bonificação, visto que recebiam por qualidade. Para cada fraude que foi descoberta ao longo dos anos sempre se desenvolveu uma análise capaz de identificá-la. Hoje, teríamos de realizar algumas dezenas de testes/análises no leite se quisermos de fato monitorar todos estes adulterantes. Além disso, observem que é um processo reativo, ou seja, a fraude precisa ocorrer e ser descoberta, para que depois possamos criar uma nova análise para monitorá-la.

Porém, com o avanço da tecnologia na área analítica, este cenário vem mudando. Exemplo disso é o equipamento que adota a metodologia chamada de FTIR (infravermelho com transformada de Fourier) e que é utilizada atualmente para realizar as análises de composição do leite (teor de gordura, proteína, lactose, sólidos totais, ureia e crioscopia). O grande diferencial deste equipamento é que podemos "ensiná-lo" a analisar outros compostos. Por exemplo, no caso da Clínica do Leite - ESALQ/USP, realizamos um estudo de 2 anos, em cooperação com pesquisadores da Dinamarca, com o objetivo de criar uma nova análise capaz de identificar fraudes no leite cru utilizando as amostras que já são enviadas para realização da determinação da composição e contagem de células somáticas (CCS).

O leite, ao ser analisado pelo equipamento FTIR, recebe um feixe de energia variável. Para esta energia emitida, medimos o quanto dela é absorvida pelo leite. Este processo de absorção de energia é muito característico e específico do produto que estamos analisando, no caso o leite. O resultado da análise é um gráfico conhecido como "espectro de absorção", como o exemplo na Figura 1.

Ao longo dos dois anos analisamos leite de mais de 800 fazendas provenientes de 3 estados e com isso criamos um "espectro referência" para leite cru bovino. A partir de então "ensinamos" ao equipamento que este seria o espectro esperado para um leite "normal", não adulterado. Com isso, cada amostra que é hoje analisada tem o seu espectro comparado com o espectro referência. Se houver uma diferença grande entre eles é sinal de que o leite desta amostra possui compostos que não são comuns ao leite, como ilustrado na Figura 2.

Para facilitar a interpretação por parte dos usuários, criamos a análise de "Escore de autenticidade" (EA©), um número que indica a diferença entre o espectro da amostra e o espectro de referência. EA maior que 10 indica uma grande diferença entres eles e possibilidade da presença de substâncias estranhas na amostra.

Como podem notar, o EA não diz qual a substância e em qual concentração, sendo portanto uma análise de triagem/mapeamento.

Por outro lado, a partir de agora as indústrias possuem uma nova ferramenta que passa a trabalhar de forma pró-ativa, ou seja, podendo eventualmente identificar uma nova fraude assim que ela surgir.

Esta análise é realizada na mesma amostra já coletada para as demais análises de composição e CCS (com conservante bronopol) e já vem sendo adotada por mais de 10 indústrias na sua rotina de monitoramento como uma ferramenta adicional ao controle de qualidade. Ao longo dos últimos 12 meses já foi possível identificar casos de fraude em amostras provenientes de fazendas e também de leite "spot".

Fraude no processo de coleta de amostras - "Amostras clonadas"

Neste momento você pode estar se perguntando se realmente isso é possível. Será que um transportador seria capaz de coletar as amostras numa única fazenda ? Será que isto ocorre com frequência ? Como identificar ?

Se pensarmos que um transportador pode ter em média 15 fazendas na sua rota, e que no dia da coleta ele irá gastar pelo menos 10 min a mais em cada uma delas, a rota será extendida por, pelo menos, 2h30 nesse dia. Para fazer uma boa coleta, este profissional, obrigatoriamente, precisa ser treinado, estar comprometido com o negócio e ter as condições mínimas necessárias para executar o seu trabalho. Sem isso, criamos um ambiente favorável a este tipo de atitude.

Somente no ano de 2011 a Clínica do Leite realizou 95 treinamentos de capacitação de agentes de coleta com participação de 1.519 pessoas. Durante os treinamentos sempre mostramos aos transportadores a importância do trabalho deles e os prejuízos que um procedimento inadequado na coleta pode causar para produtor e/ou indústria. Como parte do treinamento, mostramos alguns exemplos de falha de coleta, como a "clonagem das amostras" e como podemos indentificá-la facilmente.

Apesar de "todo o leite ser branco" (nas palavras de muito deles) sabemos que cada fazenda possui um perfil de composição, CCS e Contagem Bacteriana Total (CBT). Dificilmente teremos duas fazendas com resultados muito próximos para gordura, proteína, lactose, sólidos totais, crioscopia, ureia, CCS e CBT. Ou seja, através do resultado da análise podemos identificar duas amostras com resultados "iguais". Até o momento esta avaliação era visual, ou seja, com o laudo em mãos o gestor da indústria fazia a leitura e eventualmente conseguia identificar a fraude. Recentemente desenvolvemos em nosso software (LeiteStat) um novo relatório que automatiza este análise através de uma avançada lógica matemática.

Como pode ser visto no exemplo abaixo (Figura 3), o relatório já exibe os resultados semelhantes com a mesma cor o que facilita a análise.

Figura 3. Relatório R302 para identificar amostras com resultados semelhantes

Vale ressaltar aqui que tanto as indústrias quanto os fiscais federais (SIF) possuem acesso aos resultados de análise e relatórios como estes. Desta forma, esperamos que a cada dia seja menos frequente fraudes como as mencionadas neste artigo, pois o que realmente interessa a toda a cadeia e consumidores finais é um leite genuinamente de qualidade.

Bibliografia
Cassoli et al. An assessment of Fourier Transform Infrared spectroscopy to identify adulterated raw milk in Brazil. International Journal of Dairy Technology, vol 64, 2011.
Escore de autenticidade (EA) de leite cru bonivo. Nota técnica no. 003, Clínica do Leite - ESALQ/USP, 2011.

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CLÍNICA DO LEITE

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/01/2015

Ola Carlos,



Bom dia,



Recomenda-se não agitar o leite no frasco, apenas tombar suavemente para homogeneizar o conservante.



Abc



Laerte
CARLOS

APORÉ - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/01/2015

eu queria saber si na hora de coletar o leite nos frasco  deve ser agitado rapido ou nao tenho esta duvida
NATHIELI

MEDIANEIRA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 19/04/2013

POR FAVOR, QUERIA INSTALAR ESSE TIPO DE PROCEDIMENTO, COMO EU FAÇO?
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/04/2013

Prezado Flávio Suguimoto: Em 2005, quando iniciei a produção confinada, tive graves problemas com análise do leite produzido. Como trabalho de forma profissional, com uso rígido de testes e de pré e pós "dip", com manejo sanitário impecável (meu coordenador de projeto, como já informei, em diversas ocasiões, é Médico Veterinário), não havia como as contagens serem verdadeiras, principalmente quando, em um mês, elas se nos apresentavam abaixo de cem mil, e, no outro, acima de um milhão e quinhentas mil unidades bacterianas por mililitro, retornando ao ritmo normal no mês subsequente, sem que houvesse uma radical modificação no manejo, o que jamais ocorreu.

Aqui, também, as análises mensais passaram a ser efetivadas, ambas (a do laticínio e a nossa) pela EMBRAPA GADO DE LEITE, em sua sede de Juiz de Fora, onde resido e eu faço - pessoalmente - a nossa coleta, dentro de todos os padrões necessários a tanto, o que é respeitado, também, no transporte.

Como nossos números passaram a ser incontestáveis, chegou-se à conclusão de que o erro estava ou na coleta ou no transporte da amostra feita pela indústria.

Hoje, somente a nossa análise é feita e, na contramão do normal, nós é que fornecemos o relatório mensal aos laticínios (rsrsrs).

Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/04/2013

Prezado Guilherme,

Os motoristas das terceirizadas são tão mal qualificados que a saida é essa mesma, analise  em paralelo, apesar que nas ultimas analises nossas em paralelo e do laticinio os indicadores deles estão ligeiramente mais baixos que os nossos exames.

Utilizamos aqui o LQL/UFG. O mais engraçado é que os dois exames tanto o nosso quanto os deles são feitos no mesmo laboratório.



abraços,

Flavio Suguimoto Leite
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/04/2013

Prezado Laerte Dagher Cassoli: Até hoje, vemos a culpa sempre ser colocada no produtor. Agora, sabemos que pode ser, também, da indústria que, através de seus prepostos, fraudam resultados de análises ou as realizam mal (principalmente  daqueles que têm maior produção) para pagar menos por qualidade.

Tenho conhecimento destes fatos há anos, mas artigos como o seu trazem à tona o grave problema, principalmente depois da implantação da IN 62.

A saída vai ser, como fizemos nós, da Fazenda Sesmaria, criar um sistema de análise em paralelo, enviando amostras pessoais aos organismos laboratoriais responsáveis, como a EMBRAPA GADO DE LEITE e confrontar os resultados, enquanto não chega aqui o caminhão que existe na Nova Zelândia, que analisa, "in loco", o leite recolhido, expendendo relatório imediato sobre o mesmo.

Quem dera a Clínica do Leite, da ESALQ/USP, tivesse atuação aqui na Zona da Mata/Sul de Minas Gerais para nos socorrer.

Parabéns pelo artigo e pelas descobertas.

Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
NATHIELI

MEDIANEIRA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 10/04/2013

Boa tarde Laerte. Por favor queria saber como poderia fazer para instalar aqui na industria esse tipo de análise.. estou muito interessada. Porque como você mesmo diz no artigo é dificil fazer tantas análises para tantos metodos de fraude que existem atualmente. Aguardo respostas.. meu e-mail é nathieli93@hotmail.com
JORGE LUIZ PINTO SOARES

TEUTÔNIA - RIO GRANDE DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 28/02/2013



Concordo com a colocação de que os órgãos públicos responsáveis deveriam ser mais eficientes. Mas pondero que todas as atitudes e idéias tomadas só terão exito, apartir do momento que nossas penalidades jurídicas forem mais rigidas.

Onde o infrator iria repensar duas vezes antes de arriscar a fraude.
LUIZ HENRIQUE THIELKE

TAPERA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/10/2012

Esse texto nos vem a despertar a o quanto devemos nos preocupar com todos os segmentos da cadeia do leite,como vos sabes a qualidade do leite parte apartir da propriedade passando por inumeros processos que tambem nao deveriam ser fraudulentos até chegar a alcançe do consumidor.Acredito que toda a tecnologia é bem vinda e nao foram gastos anos de pesquisas para que o dito avanço tecnologia chegasse sem beneficios,devemos no comprometer nos responsabilizar para ir busca sempre do ecxelente doa a quem doer embora quem acaba prejudicado é o consumidor.
LAERTE DAGHER CASSOLI

PIRACICABA - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 11/10/2012

Olá Fernando,

A análise de "Escore de autenticidade (EA)" foi desenvolvida a partir de um projeto de doutoramento realizado aqui na ESALQ/USP em parceria com pesquisadores na Dinamarca. Abaixo copio o link para acesso a tese original em que testamos alguns adulterantes em diferentes concentrações.

Saudações,



Laerte



https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20102010-165655/pt-br.php

RODRIGO ZAMBON

TEUTÔNIA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/10/2012

Condordo com o Dr. Hermenegildo, quem frauda o leite tem que ir para CADEIA mesmo.


HERMENEGILDO DE ASSIS VILLAÇA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 09/10/2012

 Sugestão para fraude no leite: CADEIA.
PEDRO GILBERTO SILVA DE MORAIS

ITUIUTABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/10/2012

    como toda fraude, temos quem a pratique, mas acho que principal meio para se evitar a fraude é a educação, treinamento e capacitação de todos os elos da cadeia do leite, pois se o tirador do leite for capacitado para avaliar as análise que recebe do laticínio verá que a analise do seu leite não representa o leite que tirou do peito da vaca, se o transportador for capaz ele saberá identificar e trabalhar com o tirador e com produtor e assim consequentemente, além de penas severas para os adulteradores.
HERMENEGILDO DE ASSIS VILLAÇA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/10/2012

   Muito bom o artigo.

   Mais uma vez repito, que sem QUALIDADE, não chegaremos  a nenhum lugar,tanto no consumo interno<o que é uma grande safadesa> quanto para se quisermos um dia entrarmos no mercado externo.

  Acho que devemos seguir o lema de que :Quem não tem competência, não se estabeleça.



  
MARNE PORTELA RÊGO

GARANHUNS - PERNAMBUCO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 08/10/2012

Dr. Cassoli, parabéns pelo artigo.

Fraude é caso de polícia e deve ser tratado com tal. Infelizmente existem falhas na fiscalização e atuação dos orgão competentes frente a produtores e laticínios. O que é constatado em minha região de atuação é que existem indústrias que exigem o cumprimento da IN 62, porém por existir queijeiras (fabricas informais de queijo coalho) e muitas indústrias que não priorizam a qualidade, os "produtores" conseguem escoar os volumes de leite. Vejo como um antiserviço ao profissionalismo da cadeia, esta sendo nivelado por baixo. Se houvesse uma ação firme principalmente do MAPA e agencias de defesas estaduais, teríamos uma evolução no segmento.
FERNANDO MELGAÇO

GOIÂNIA - GOIÁS - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 07/10/2012

Prezado Dr. Cassoli,

Gostei muito de seu artigo, sobre fraudes no leite. Como disse,  elas são tão antigas, que algumas datam do século XIX.

Achei espetacular o aparelho eletrônico infravermelho com transformação de Fourier. Confesso que não sabia da existência de tecnologias tão modernas.

Como Fiscal Federal Agropecuário, trabalhei por mais de 20 anos no LAPA  Goiânia, hoje LANAGRO. No entanto, já fazem  15 anos que me aposentei. Nele, especializei-me na área de leite (análises fiscais). Também sempre estive ligado à Universidade Federal de Goiás, onde em colaboração com professores, fizemos um grande trabalho de pesquisa com o leite da Bacia Leiteira de Goiânia e cidades próximas. Desse trabalho, surgiu um livro publicado pela gráfica da UFG, que se intitula: Qualidade do Leite do Centro - Oeste Brasileiro. Colhemos e analisamos 1500 (mil e quinhentas) amostras de leite a nível de fazendas, nas ordenhas matutinas e vespertinas.

Nas análises oficiais de laboratório, detectamos fraudes as mais diversas, sendo que a mais usada de todas era a adição de soro de queijo ao leite, além de  uma  série de outras, incluindo  antibióticos, peróxido de hidrogênio, hidróxido de sódio etc.

Posso afirmar que, a maioria dessas fraudes eram praticadas pelas indústrias.

Deixo aqui uma pergunta: qual a sensibilidade do FTIR, na fraude com  soro de queijo, por exemplo? Isto é, qual a percentagem mínima que ele é capaz de detectar? E no caso de hidróxido de sódio?  

Atenciosamente,

Fernando Melgaço
PAULO TADATOSHI HIROKI

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/10/2012

Muito bom...


Quem sabe, um dia, poderemos comemorar a vitória sobre os que pratiam lei do Gerson...


Quem sabe, um dia, poderemos dizer que os alimentos são aquilo que deveriam ser...


Quem sabe, um dia, os profissionais serão reconhecidos pelo que fazer de bom...


Quem sabe, um dia, as nossa instituições (serviços de inspeção e de fiscalização, vigilância sanitária) serão mais efetivas coibindo as fraudes...

Parece que há luz no fim do túnel...


FRANCISCO LIMA

QUIXERAMOBIM - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/10/2012

Parabéns pelo artigo.
DAVI PINZ EINHARDT

RIO GRANDE - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/10/2012

parabêns,foi muito util para mim.obrigado continuem assim.
EDSON LUIZ BIRCK

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/10/2012

Excelente matéria.



Importante também é, se houver melhor fiscalização, para que se identifique possíveis fraudes, tanto do SIF como de SIE.

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