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Fazendas leiteiras e a mão de obra

POR GILSON GONÇALVES COSTA

ESPAÇO ABERTO

EM 17/04/2012

3 MIN DE LEITURA

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Há mais de cinquenta anos a população rural foi superior aos 15% hoje existentes. A mudança dessa grande parte da população para a cidade, chamado de êxodo rural, ocorreu devido a industrialização, a intensificação do comércio e a busca por uma melhor qualidade de vida.

As leis trabalhistas nunca consideraram que entre as relações informais patrão/empregado há um relacionamento afetivo que ocorre quando a convivência (inclusive familiar) é muito intensa. O reflexo disso aliado ao processo de busca por empregos nas grandes cidades acarretou no aparecimento e na evolução das favelas. Em consequência, o meio rural ficou com baixa disponibilidade de mão de obra e várias tarefas passaram a ser mecanizadas. Mas para que estas máquinas funcionem, ainda é necessário da mão do homem, no mínimo para ligá-las.

A produção leiteira é uma atividade milenar, muito tradicional e de baixa rentabilidade e ainda que tenha-se mecanizado algumas etapas do processo, ainda é bastante dependente da força do trabalho humano, aliás, é uma das maiores empregadoras no meio rural.

É sabido que a lida com gado de leite exige muito, é um trabalho duro, normalmente começando de madrugada e praticamente sem descansos. Sábados, domingos, feriados são dias em que o cidadão que trabalha com outras atividades gozam de folga, entretanto, para nós da produção de leite são dias de trabalho como qualquer outro. Mesmo usufruindo dos direitos da CLT a mão de obra para este serviço está cada dia mais difícil. A baixa escolaridade ou até nenhuma, dificulta encontrar funcionários com responsabilidade, fidelidade e compromissos com o empreendimento.

O país tem priorizado, com muita sabedoria, a educação dos trabalhadores e portanto, as pessoas que não se especializaram, se sentem discriminadas e até condenadas a trabalharem na atividade rural. É comum na cidade se a pessoa se sentir afrontada em um negócio usar a expressão "assim você fará eu voltar pra roça", referindo-se ao meio rural como o pior lugar para trabalhar, ignorando uma melhor forma de se viver e até a possibilidade de ter uma renda líquida mais atraente.

As dificuldades de encontrar empregados para trabalhar com gado leiteiro é muito grande, embora em alguns casos a remuneração seja bem maior que nos estabelecimentos urbanos, considerando postos de serviços para o mesmo nível cultural. Em algumas fazendas, os funcionários já participam dos resultados financeiros. Esses funcionários moram nas fazendas e usufruem de benefícios que em outras atividades não existem tais como: leite para o consumo familiar, cria animais para o consumo, moradia, energia elétrica, água e etc. O que é descontado no recibo de pagamento, normalmente é "pro forma", uma vez que esse costume vem da época em que eram "agregados". Antigamente os funcionários e suas famílias eram tão integrados à fazenda que eram tratados dessa forma. O pior é que esse costume pode vir contra os empregadores (se não constar o desconto nas folhas de pagamento), pois em uma contenda judicial estes benefícios serão incorporados aos salários. Na Indústria e no Comércio não existe o "direito" do funcionário levar alguma mercadoria produzida com o seu trabalho para sua despesa ou uso.

É muito difícil a profissionalização das relações com o funcionário rural, conforme prevê a CLT, uma vez que temos de considerar a proximidade enorme que existe; pelo fato dele morar na fazenda juntamente com toda a família o que cria um vinculo afetivo que as leis não enxergam. A relação paternal, advinda das melhores condições socioeconômicas dos patrões e piores dos empregados deveria ter sido extinta com a formalização das relações trabalhistas, no entanto essa é uma prerrogativa que os empregados não querem perder.

O relacionamento do empregador com o empregado evoluiu bastante, pressionado pela legislação e o reconhecimento dos direitos e deveres de ambas as partes. Empregadores e empregados já entenderam a importância do bom relacionamento para o sucesso do trabalho com gado de leite. É de extrema importância à capacitação dos funcionários, reuniões de serviços, troca de informações profissionais, ouvir, respeitar e levar a sério as opiniões dessas pessoas que são os verdadeiros parceiros.

A pecuária leiteira é uma atividade movida a detalhes, portanto o empregador e o empregado têm de gostar e dedicar muito, caso contrário às chances de insucessos são grandes.


Gilson Gonçalves Costa é Produtor de Leite em Itaberaí-GO, Engenheiro Agrônomo e Presidente da Associação "Nata do Leite"

GILSON GONÇALVES COSTA

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ISAC DE SOUZA FREIRE

SANTA HELENA - PARANÁ

EM 12/10/2014

Dr na verdade o que falta na maioria das propriedades rurais realmente é a valorização da mão de obra, pois eu e minha família amamos morar no campo, mas infelizmente não tivemos a sorte de encontrar um patrão que pagasse os direitos a FGTS e ao PIS devido a isto estamos trabalhando na indústria. Parabéns ao senhor, um abraço. Pois se tivéssemos um patrão como o senhor certamente não teríamos saído.
MARIA DAS DORES DE SOUZA E SILVA

VINHEDO - SÃO PAULO

EM 10/01/2014

Procuro vaga nessa área, estou fazendo curso em Técnico em Agropecuária e me aperfeiçoando  com cursos com ênfase em gado leiteiro.....até agora não achei nada, o que é uma pena porque gosto e pretendo e muito trabalhar em uma fazenda.
OLÍMPIO GOMES AGUIAR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Obrigado Dr. Guilherme.

Abraço.



Olímpio
DJALMA SAMPAIO JUNIOR

CACHOEIRA PAULISTA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/10/2013

acho de grande valia esses depoimento isso mostra que nos ainda temos valor em algumas regioes moro na cidade de canas no vale do paraiba sou retireiro a mais de 20 anos tenho curso de bovinucultura de leite e corte trabalho nesta regiao a mais de 6 anos e meu salario as vezes nao chega a 800,00 por aqui nao somos valorizados isso e muito triste isso sem contar as condiçoes de trabalho sou casado tenho dois filhos e um neto que moram comigo sou evangelico tenho 47 anos  estou a procura de trabalho creio que temos que ter valor na nossa funçao porque faça sol ou chuva o retireiro sempre vai estar no curral que deus abençoe a todos   tel: (12)982723489 ou (12)31511411
CLAYTHON FERNANDES COSTA

ITAMARANDIBA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/05/2012

BOA TARDE A TODOS,

Bem, meu nome é Claython Fernandes Costa sou empresario no setor varejista de calçados e pecuarista. Foi de grande valia e aprendizado para min ler tais comentarios pois estou ingressando na pecuaria leiteira mesmo sabendo das dificuldades que com muita sabedoria voces abordaram aqui. Minha regiao é conhecida pela cultura do eucalipto aqui nao se planta outra coisa e posso garantir que essa arvore, digo bendita planta que trouxe o pogresso para nossa querida Itamarandiba Mg, Mas eu sou um apaixonado pela pecuria em especial a leiteira e muitos sao os amigos que me desanimam a entrar no setor leiteiro que hoje em nossa regiao é pago R$0,86 o litro

mas fator principal deste desanimo que eles me passam é justamente a mao de obra , mas na produçao de eucalipto também exige uma mao de obra muito mais cara e mais dificil e perigosa pois os equipamentos como moto serras, tratores nescessitam tambem de mao de obra muito qualificada e com muita experiencia resumindo o problema de mao de obra afeta todos os setores e o melhor caminho e a valorizaçao de profissionais creio eu que so assim e que conseguiremos obter sucessos em nossos empreedimentos. parabéns pelos comentarios sabios de todos cada um expos sua realidade de forma democratica. um abraço a todos.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/04/2012

Prezado Olímpio Gomes Aguiar: Vou cobrar pela consulta (rsrsrs). Salário Mínimo, Anotação de Carteira de Trabalho e Previdência Social, FGTS, jornada máxima de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, horas extraordinárias - caso ultrapasse esta jornada - repouso semanal remunerado (preferencialmente, aos domingos) e em dias feriados (ou pagamento em dobro, se houver trabalho nestes dias), contribuições previdenciárias, 13.º, Férias com 1/3 a mais, intervalo intrajornada para descanso e alimentação de, pelo menos, uma hora (ou de acordo com os usos e costumes da região) e, entrejornadas de, pelo menos onze horas, tudo tal qual os trabalhadores urbanos.

Basicamente, isto.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/04/2012

Prezado Rogério Faria: Depoimentos como o seu é que nos animam a seguir em frente, sempre, mesmo que sejamos "sapos no bico da garça", como temos nos sentido, nos últimos anos, os que nos dedicamos a produzir leite neste Brasil.

Parabéns pela experiência de vida e afirmo, também, que a produção d leite própria tem sido, para mim, um verdadeiro curso de Medicina Veterinária, de Agronomia, de Engenharia  Civil, de Engenharia Genética... (rsrsrs).

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
OLÍMPIO GOMES AGUIAR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2012

Gostaria de saber do Dr. Guilherme, quais as minhas obrigações trabalhistas, haja vista ter apenas um funcionário trabalhando na minha propriedade (Produção de leite)?
ROGERIO FARIA

JATAÍ - GOIÁS

EM 23/04/2012

Meus camaradas, fiquei emocionado com os relatos a respeito do tratamento e valorização dos funcionários. Eu fui administrador da Fazenda Santa Luciana en Três Corações-MG e o primeiro produtor individual. Consegui isso com a valorização dos meus empregados, pois precisava ter 10 retireiros, mas nunca tinha os mesmos e acabam ficando somente 8 pessoas. Reuni os mesmos e disse que daquela data em diante eu não iria colocar mais ninguém, pois sabia que os mesmos dariam conta do serviço, mas eles teriam aumento de 25% cada um. A partir disto a minha produção de leite avançou e os gastos com medicamentos e outros desnecessários diminuiram. Uma outra coisa, foi ter um armazém na propriedade sem fins lucrativos para fornecer para os meus empregados e os da vizinhança e também escola para os filhos dos empregados da fazenda e adjacências. Reformei a casa de todos eles e coloquei instalações sanitárias e chuveiro para todos. No final do ano eu fazia uma festa para os meus empregados no dia de Natal, tinha de tudo, eu e minha familia, passavamos junto com eles. A unica coisa que não tinha era bebida alcoólica e com isso não havia discussões ou brigas. A minha criação de bezerras, não era qualquer olho que podia vê-las e com isso eu posso afirmar que ter deixado o Mestrado na UFV, Viçosa-Mg e ir tomar conta dessa fazenda, foi para mim mais que um Doutorado e hoje coisas que desenvolvi nessa fazendo utilizo para dar assistência a produtores de leite e também ensinar aos meus alunos, bem como pude deixar esses ensinamentos na Escola Agrotécnkca Federal de Araguatins-TO e em vários outros locais. Concordo com os meus antecessores e também com  vários outros técnicos que se quisermos produzir leite, temos que valorizar os nossos empregados bem como eles devem ter melhores condições de vida, ou seja comer bem, dormir bem e terem seus filhos estudando e isso não é favor do proprietário, do administrador ou do gerente e sim obrigação. Implantei Inseminação Artifical na propriedade e melhorei o rebanho.  Me recordo que para eu ter uma criação de bezerros(as) de dar inveja eu gastava em produtos para os animais muito mais do que as Lojas de revenda da cidade ou da região, a ponto de ter tido uma visita surpresa do Dr. Gouveia da Pfizer na fazenda (sem querer fazer propaganda), pois quis ver ao vivo e em loco o que corria na região a respeito da nossa produção de leite e da qualidade dos animais criados. Eu afirmo com orgulho, que para eu ter alcançado esse sucesso, uma coisa foi certa: se esta fazenda fosse minha eu não teria trabalhado tanto; mas eu queira ver funcionar o que tinha aprendido dentro da UFV, durante o período que fui bolsista de trabalho, e pude coroar de êxito minha formação zootécnica. Hoje tenho um filho que é Veterinário e Professor da UFLA; uma filha que é Engenheira de Alimentos e faz Doutorado na Unicamp e outra que esta cursando Engenharia Química na Unifesp. Mas ter sido produtor de leite me valeu muito como profissional e como ser humano.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2012

Prezado Gilson: Obrigado pelo reconhecimento de nosso trabalho. Mas, o mérito longe está de ser só meu. Por trás desta roupagem, encontramos o árduo trabalho de meu avô, José Moreira de Mello Franco, de meu pai, Walmério Pereira de Mello Franco e, desde 2005, do meu esforço próprio. São mais de cinquenta anos produzindo leite e, portanto, não é da noite para o dia que cheguei ao nível em que me encontro. Demandou muito estudo, muitas noites de contas, contas e mais contas, de enormes obras (elas não acabam nunca...), de evolução genética e pessoal. Não é realmente fácil, mas, o que na vida o é?

Meu pai não tinha nem o antigo primário, mas, com a pecuária de leite, formou seus quatro filhos (dois engenheiros, um economista e um advogado), tal como você, o que prova que, com trabalho, tudo é possível.

Engano seu: ser Advogado Trabalhista me tolhe muito as ações, porque a parte legal da coisa, muita vez, impede o arriscar, o alçar voos mais longos, o de sonhar mais além dos jardins.

Talvez, se eu fosse um Médico Veterinário, um Zootecnista, um Agrônomo, tivesse menos obstáculos na caminhada. Ser leigo em pecuária de leite muito me limita.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2012

Prezada conterrânea Sílvia Arbex: Talvez o que se encontra equivocado no seu sistema seja o tipo de criação adotada. Eu, como confinador, tenho obrigação de manter minhas despesas sempre controladas, para que meu ganho seja facilmente detectado. Não posso me expor a entraves judiciários, muito menos sendo um Advogado Trabalhista, um professor universitário. Seria uma vergonha. Por lado outro, não podemos comparar a região de Juiz de Fora, onde você está, altamente industrializada, com a de Olaria, que vive, ainda, do campo. Aqui as oportunidades são infinitamente maiores e a população pode escolher aonde quer dispensar sua força de trabalho. E, convenhamos, quem tem alguma condição cultural, não prefere trabalhar na pecuária. Lá, ou se vai para o campo, ou se vai para Juiz de Fora, ou não se tem o que fazer. Natural a fila descrita, ainda mais pagando mais que o comércio de nossa cidade, o que impede, de certa forma, a emigração.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=  
WALTER LOPES DE BRITO E SILVA

ITABERAÍ - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/04/2012

Gilson,

Cumprimentamos pela iniciativa de escrever sobre uma das dificuldades enfrentadas pelo setor leiteiro. Realmente encontrar mão-de-obra especializada no nosso setor é complicada. Por isso, temos que contribuir para que nossos colaboradores se qualifiquem e, ao mesmo tempo, fazer com que permaneçam conosco. Trata-se de tarefa difícil mas não impossível. Reiteramos os cumprimentos. Grande abraço.

Walter e Waldomiro - Membros da Associação "Nata do Leite" - Itaberaí/GO
GILSON GONÇALVES COSTA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/04/2012

Oi, Dr Guilherme

Que beleza a sua propriedade! Julgo ser a meta de todos nós produtores de leite atingir o seu nivel de eficiencia, da valorização, premiação e da formalidade com os funcionários.

Depois de 33 anos produzindo leite e tendo esta atividade como única fonte de renda com dificuldades para dar  estudos dignos aos filhos (o que consegui), quero ainda perseguir o que você ja alcançou, no entando como bom mineiro, sem querer ofender, desconfio que terei antes de me formar em Advogado Trabalhista.

Gde abç do Gilson

Em tempo, tenho bons amigos em Juiz de Fora, muitos colegas de turma, ai no Gado de Leite.
SILVIA ARBEX

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/04/2012

Guilherme, admiro sua capacidade de pagamento como produtor de leite. Procuro agir dentro da lei, dou dignidade de trabalho aos meus empregados, dou treinamento sempre que possível, pago satisfatoriamente, sou referencia na minha região, mas confesso que nao tenho fila de empregados em minha porta  e nao posso ir além do que faço pela baixa rentabilidade da atividade.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2012

Prezados Gilson  e Rogério Trevisoli: A questão da mão de obra rural brasileira passa, de forma inevitável, pela profissionalização do setor. O empregador rural não pode mais viver como no tempo de nossos avós em que tudo se acertava "no fio do bigode": tem que ser profissional, tratar sua fazenda como uma verdadeira empresa. Destarte, isto envolve medidas que causem interesse do trabalhador em continuar no campo, tais como, as participações nos lucros e nos resultados, os prêmios por produtividade e o respeito às normas trabalhistas básicas (anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social, pagamento das verbas previdenciárias, salários compatíveis, jornada legalizada, intervalo intrajornada para descanso e alimentação, descanso semanal remunerado, férias e gratificação natalina, além de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço em dia). Em paralelo, diálogo, respeito com o ser humano (meus colaboradores são, antes de tudo, meus amigos), administração de resultados.

Sou Advogado Trabalhista e Produtor de Leite, e, há sete anos, montei uma equipe para um trabalho árduo e técnico: confinamento integral de bovinos de leite de elite (Holandês e Jersey PO, de alta produção, registrados). A minha equipe é a mesma e nenhum deles pensa em sair. Tenho fila de espera para trabalhar em minha Fazenda. Treino meus funcionários para tarefas voltadas para o manejo do confinamento integral de gado de leite. Produzo, em média,  2000 quilogramas/dia de leite, com níveis internacionais de CCS e UFC. Meus funcionários receberam ensino específico que vai desde a detecção de cio até o toque para confirmação de prenhês, de casqueamento até tratamento de mastites clínicas e subclínicas, da criação de bezerras até a parição de novilhas, de direção de tratores até técnicas de ensilagem, de contenção de endo e ectoparasitas a inseminação artificial, de preparação de animais para pista e torneios leiteiros a tosquia, de nutrição a detecção de doenças metabólicas. Em contrapartida, recebem assistência médica, cestas básicas, cesta de natal, folga obrigatória no dia do aniversário, participação nos lucros, dois salários mínimos por mês, feriados laborados em dobro, ferias anuais, gratificação de natal, têm as parcelas fundiárias e previdenciárias respeitadas, recebem todo dia vinte de cada mês em curso, laboram em regime de turnos de revezamento de 12 X 36 horas, com pagamento de adicional noturno, para os que se agitam nestes horários.  Além disso, podem, se quiserem, laborar em sistema de empreitada, em suas folgas, realizando tarefas correlatas e que seriam deferidas a trabalhadores avulsos ou eventuais, recebendo o dia trabalhado como extraordinário e, assim, aumentado sua renda.

Meu nível de faltas e de problemas médicos é ínfimo e, até hoje, ninguém recebeu o "Troféu Morcego" (rsrsrs).

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
ROGÉRIO TREVISOLI

CAÇU - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2012

Bom dia a todos. Realmente a falta de mão de obra comprometida com a atividade é um fato. O que fazer? Gostaria de saber se alguém tem alguma experiência em bonificações destes funcionários. Precisamos desta troca de experiência para podermos "superar" mais este gargalo da atividade.

Abraços.
ELIZARIO PEDROZO

ENÉAS MARQUES - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2012

As dificuldade é cada vez maior, pela necessidade de qualificação, Profisionalização, comprometimento com a atividade, mais acima de tudo deve ser tratado uma verdadeira parceria, considera o grande gargalo da atividade a falta de mão de obra Especializada, e cada vez os mais novos querem saber menos de trabalho braçal, como vai ficar isso? Comparando com outras atividades é bem remunerado, considero como o fator limitador da atividade a mão de obra, e entendo que num breve espaço de tempo vamos ter que abandonar a atividade por falta de mão de Obra no setor.
SILVIA ARBEX

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2012

Assím como o retireiro ou qualquer outro empregado do meio rural temos também o empregado domestico que convive intimamente com nossas famílias, estreitando laços e na maioria das vezes indo muito além dos direitos e obrigações do CLT. Sao duas funções cada vez mais difícil de se encontrar no mercado. Sao de fato profissões desvalorizadas, sem status e por isto quase extintas.
JULIANA CAMPOS CARNEIRO

BOCAIÚVA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2012

Muito pertinente a sua colocação Gilson, realmente as maiores dificuldades que tenho encontrado  na atividade leiteira são referentes a mão de obra. Mesmo quando se paga bem, é difícil funcionários com responsabilidade, fidelidade e compromissos como você bem mencionou. Parabéns pelo conteúdo!
JULIANO LUCIO FERREIRA

PALMEIRAS DE GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2012

Concordo Gilson, sinto nos treinamentos que faço uma total falta decomprometimento  da mao de obra rural. Vejo que isso é o principal gargalo da atividade, e que a remuneraçao na cidade fica muitas vezes bem abaixo que no campo, mas a preferencia deles é de ir para a cidade.

Juliano Lucio Ferreira

Instrutor do SENAR/GO

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