A eficiência reprodutiva de uma vaca é considerada um dos fatos que predominantemente pode afetar a produtividade e lucratividade do sistema de criação.
Entender a importância de realizar um diagnóstico preciso de cio ainda não é considerado prioridade na maioria das propriedades produtoras de leite.
As vacas possuem um ciclo estral médio de 21 dias, porém pode variar de 17 a 24 dias, sendo influenciado principalmente pela fisiologia de cada vaca. Além disso, é importante ressaltar que novilhas possuem ciclos com duração menores quando comparada com vacas de mais idade.
O ciclo estral compreende 4 fases distintas:
- proestro,
- estro,
- metaestro
- diestro.
Proestro
É a fase que a vaca apresenta alterações comportamentais que são na maioria das vezes não percebidas pelo produtor, porém o touro ou rufião é capaz de identificar, principalmente devido à fêmea realizar a monta em outras companheiras, mas a mesma não aceita a monta.
Estro
É caracterizado como a fase de cio onde a vaca aceita a monta de outro animal. Essa fase pode durar aproximadamente entre 10 a 30 horas podendo variar de acordo com a idade, raça e influências ambientais sendo o clima por exemplo.
A observação do cio nas vacas normalmente é recomendada que seja realizada duas vezes ao dia, sendo uma observação no início da manhã e outra no final da tarde.
Outra curiosidade importante é que mais da metade das vacas apresentam cio de noite ou durante a madrugada, devido às condições de clima mais fresco. Por esse fator muitos animais repetem o cio durante a vida reprodutiva afetando consideravelmente a possibilidade de que seja produzido 1 bezerro ao ano.
Metaestro
É considerada a fase no qual o corpo lúteo se estabelece. O corpo lúteo conhecido como CL é um órgão temporário que possui produção de progesterona que faz a manutenção da gestação (caso o animal tenha emprenhado) ou é responsável também por influenciar a duração do ciclo estral e a ocorrência da ovulação.
Diestro
É quando o corpo lúteo começa sua atividade aumentando os níveis de progesterona.
De forma resumida, podemos observar o gráfico abaixo que representa o comportamento dos hormônios em cada fase do ciclo estral de uma vaca.
Figura 1. Comportamento hormonal durante o ciclo estral de vacas.
Fonte: Rangel, 2018.
Com base nas informações mencionadas, as vacas devem ser inseminadas durante a fase de estro, ou seja, quando o cio é manifestado.
Existem sinais que auxiliam nesse diagnóstico, sendo eles:
- Vulva inchada e lubrificada;
- Corrimento vaginal (o ideal é que esteja de uma cor próxima à clara de ovo)
- Inquietude e constância para urinar;
- Aceita ser montada.
Na Figura 2 é ilustrado os comportamentos mais frequentes.
Figura 2. Ilustração do comportamento das vacas no início, durante e pós cio.
Porém, alguns sinais podem evidenciar que não se deve realizar a inseminação, sendo eles:
- Cio com presença de muco não cristalino, evidenciando algum corrimento vaginal que precisa ser tratado;
- Cio apresentado durante o 4º ou 5º mês de gestação, conhecido como cio do encabelamento;
- Novilhas que não atingiram escore corporal adequado para a raça, porém manifestaram o cio.
Portanto, é importante acompanhar de perto todos os sinais comportamentais que as vacas podem manifestar para que seja alcançado o sucesso de um procedimento de inseminação eficaz.
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Referências:
BERGAMASCHI, M. A. C. M. et. al. Eficiência reprodutiva das vacas leiteiras. Circular Técnica cap. 64 – EMBRAPA, São Carlos – SP, 2010.
RANGEL, L. Ciclo estral. In. PORTA, L. R.; MEDRANO, J. H. H. Fisiología reproductiva de los animales domésticos. Cidade do México: FMVZ-UNAM, 2018.
SILVA, E. I. C da. Fisiologia clínica do ciclo estral de bovinos leiteiros. Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, 2020.