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Manejando o conforto de vacas em free-stall - parte 2

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 12/04/2001

5 MIN DE LEITURA

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No artigo anterior, comentamos algumas dicas para monitoramento do comportamento de vacas em free-stall. No presente artigo, abordaremos o mesmo tema, com enfoque nas mudanças comportamentais mais comuns conseqüentes de possíveis erros de manejo e instalações. Para tal iremos sugerir algumas opções, como a planta ideal de uma cama.

Quando tratamos de instalações, mais precisamente free-stall, detalhes fazem a diferença e muitos deles passam despercebidos no dia a dia do produtor:

1) Vacas em pé na cama

Pare e observe uma vaca se aproximando de uma cama. Ao aborda-la (cama), a mesma não deve gastar mais do que 5 minutos para deitar. Em muitos casos, as vacas se aproximam e permanecem com os anteriores dentro da cama e os posteriores para fora, no corredor. Tal situação pode ser um indicador de problemas como:

* comprimento inadequado da cama

* posicionamento errado da barra para o pescoço (neck rail), ou seja, aquela que faz o animal se afastar no momento em que se levanta (defecando ou urinando fora da cama). Ela pode estar muito afastada do eixo principal da contenção ou muito próxima

* posicionamento inadequado do para-peito (brisket board). Também podendo estar muito afastado ou próximo do eixo principal.

Figura 1 - Vacas em pé na cama

Figura 1


A permanência do animal dentro da contenção com as 4 patas, ameaçando deitar, dentro dos 5 minutos pode ser um indicador de falta de areia (ou efeito amortecedor, no caso de outro tipo de material, como camas sintéticas) ou ainda inadequado espaço entre a cama em o que o animal está e a cama à sua frente (lunge space).

2) Presença de esterco nas camas

Quando vacas deitam muito para frente, o natural é que a mesma venha a defecar e/ou urinar dentro da cama. Caso isso esteja ocorrendo com freqüência, devemos observar o tamanho das vacas. Se isso estiver ocorrendo apenas com os animais menores, não há necessidade de alteração no projeto. De acordo com Dan MacFarland, Professor da Penn State University, em rebanhos, principalmente aqueles que estão em crescimento, comumente encontramos uma grande variedade de tamanhos de animais. Neste caso, devemos projetar o free-stall em função dos maiores animais.

É possível que venhamos a encontrar também animais de grande porte, deitados "bem para frente", sujando as camas da mesma forma que vacas menores. Caso isto esteja acontecendo, devemos atentar para dois detalhes: o posicionamento da barra para o pescoço (neck rail) e o para-peito (brisket board). Talvez um ou outro, ao até mesmo ambos não estejam posicionados corretamente, ou seja, ou muito para frente ou muito para trás. Não existem regras para definição da distância do neck rail ou do brisket board. O produtor deve realizar pequenas mudanças (alguns centímetros), gradualmente, e observar o comportamento dos animais, definindo a melhor posição.

3) Degrau

O degrau que limita a cama com o corredor é um importante detalhe, pois a sua altura inadequada promove desconforto ao animal, principalmente no momento em que a vaca resolve levantar-se. O momento de sua saída é lento e cauteloso. Degraus com mais de 30 cm causam insegurança ao animal que, naturalmente, como defesa, passa a evitar a cama.

4) Vacas deitadas em posições anormais

Devemos sempre atentar para a posição em que os animais encontram-se deitados. No último artigo desta coluna, publicamos fotos representando as posições de conforto mais comuns de vacas deitadas em free-stalls. Logo qualquer outra posição que venha a fugir do padrão indica que algo está errado. Em free-stalls mal projetados ou com ineficiente reposição de areia, é comum encontrarmos vacas deitadas "ao contrário", ou seja, com a cabeça voltada para o corredor. Mais uma vez, tal problema pode estar associado com a posição do neck rail. É comum também isso ocorrer devido à largura inadequada das contenções ou baixo nível da areia, permitindo a rotação da vaca dentro da cama.

5) Ferimentos em animais

Muitos produtores encontram, diversas vezes animais feridos próximo ao boleto, canelas, dorso, costado, cauda e pescoço. Obviamente existe algo de errado nas contenções de modo a machucar animais. As causas mais comuns são: lascas de metal, parafusos, neck rail partido ou mal posicionado, etc. A recomendação é que o produtor realize vistorias e constante manutenção de suas contenções, a fim de evitar que alguma vaca venha se machucar. Tal detalhe é mais importante do que costuma parecer. Vale lembrar que um animal que venha se ferir ao se deitar ou levantar, por exemplo, pode adquirir trauma, preferindo o concreto do corredor em detrimento às camas.

6) Distribuição dos animais nas camas

Devemos atentar à distribuição dos animais nas camas. Caso haja um acúmulo de animais nas camas do lado do corredor de alimentação existem, possivelmente, erros no dimensionamento da passagem entre corredores (corredores laterais). A recomendação é que as vacas não devem percorrer mais que 15 metros para encontrar um bebedouro ou uma passagem entre corredores. Caso os animais estejam se agrupando ou evitando alguma região da instalação, certamente está ocorrendo algum problema de ventilação.

7) Vacas deitando diagonalmente

O fato de vacas deitarem na posição diagonal somente deve ser encarado como um problema se estiver havendo deposição de esterco sobre as camas ou inibindo que uma companheira deite-se na cama ao lado. Caso haja um índice superior a 15%-20% de animais deitados dessa forma, certamente o produtor deve realizar correções na manutenção (manejo de reposição de areia, por exemplo) ou no projeto da instalação. Geralmente, mudanças no manejo costumam resolver este tipo de problema. A seguir alguns erros comuns na construção de camas que promovem o descanso diagonal de vacas:

* neck rail posicionado muito distante do eixo principal das camas (com o objetivo de "forçar" as vacas a defecarem fora da cama)

* brisket board (para-peito) posicionado também muito para trás, ou seja, reduzindo o tamanho da cama

* presença de camas com mais de 4% de declividade

A seguir, uma planta (croqui) instrutiva, sugerindo as dimensões ideal de uma cama confortável para vacas:

Figura 2


As medidas acima estão em polegadas, para conversão em centímetros basta multiplicar os valores por 2,54.

Comentário do autor: assim como o primeiro artigo sobre conforto para animais em free-stall descrevemos mais uma série de detalhes que podem gerar mudanças significativas no quesito: comportamento animal. Destacamos que a vaca é um animal herbívoro, que em sua origem sempre teve o pastejo, em ambiente aberto, como hábito alimentar. Em outras palavras, a associação: confinamento X produtividade não se restringe somente ao fato do fornecimento de alimento em ambiente fechado. É necessário o cumprimento de todos os detalhes acima descritos, até mesmo como uma forma de respeito à própria vaca. O presente artigo tem como objetivo esperado, alertar, reforçar e esclarecer conceitos para aqueles que possuem, estão construindo ou almejam futuramente trabalhar com este tipo de sistema de produção de bovinos leiteiros.

fonte: Dairy Herd Management, junho 2000.

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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ROBSON MONTEIRO

EM 06/09/2016

Olá tenho 20 hectares

será que eu começar uma produção de leite no sistema free stall com toda a alimentacao tercerizada comprando de fora sem produzir nenhums alimentacao na fazenda. Teria um lucro consideravel?
HENRIQUE DIOGO ALVES

IBITINGA - SÃO PAULO

EM 03/08/2016

Quanto kg posso dar de silo para casa vaca em lactacao
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/07/2014

Prezado Franiel,



Foi construído um free-stall ou compost barn? Pelo que descreveu, se entendi, corretamente, tem metade dele ocupado por cama e outra metade seria concreto, corredor? Gostaria de compreender melhor?



Se for um "box" grande de serraria, como descreve, o material vai "fermentar", mesmo. Nesse caso, você teria que trabalhar com conceito aplicado ao manejo compost bedded pack e atentar para a relação C:N, ou seja, carbono (cama = substrato) xs N (fezes = lotação animal). Se a proposta for essa, precisaria atentar para a lotação e volume de material usado em suas camas.



Você poderia nos informar um pouco mais sobre esse manejo para que possamos responder de modo mais adequado?



Um abraço!
FRANIEL GIBOSKI

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/07/2014

gostaria de saber se a cama tem influência na infestação de mastite nos animais, pois construímos um free stall de 50 metros x 12 metros, dividido no meio 6 m x 50 m de cama e 6m x 50 m de cocho para alimentação a cama é de farelo de ceraria onde esta em estado de fermentação e pensamos que a cama não teria influência pois esta em fermentação ou estamos errados o que acham?
WELLS MARTINS

SÃO JOÃO BATISTA DO GLÓRIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/02/2014

Estou usando esterco seco ao invés de areia toda reposição coloco cal ou calcario esta dando  certo no manejo diario, a lavagem fica mais facil, e o esterco já temos não preçisa comprar
NICO

CARAMBEÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/02/2014

Oi, ao invés de uma cama de areia utilizasse palha de trigo ? Qual a sua opinião (vantagem e desvantagem) ?
WELLS MARTINS

SÃO JOÃO BATISTA DO GLÓRIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/01/2014

Estou usando esterco seco nas camas ao invés de areia.
GABRIEL NUNES

ITAPEMIRIM - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/01/2014

boa noite...

       gostaria de saber qual a separação frontal de uma cama e outra, e qual seria a aglomeração adequada em metros quadrados....obrigado



roma22_4@hotmail.com<br type="_moz" />
JAMILE PISSOLATO

PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/07/2013

Boa noite, sou do Rio Grande do Sul e gostaria de saber como conseguir as camas sintéticas? vc tem alguma sugestão ou contato de alguma empresa que trabalhe com esse material que possa nos atender.



Desde já agradeço



Jamile

e-mail: jamiderocco2hotmail.com



     
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/04/2013

Rodrigo, tudo bem?!



A publicação deste artigo é apenas uma formalidade.



Já debatemos bastante sobre o caso.



Um abraço!
RODRIGO CANEDO VINHAL

LAGOA FORMOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/03/2013

Boa tarde!



Estou planejando a implantação do sistema free stall em minha fazenda, gostaria de orientação com relação as empresas que realizam a contrução das instalações, desde a base até os ventiladores, etc. Gostaria também de saber qual o custo por animal para construção de um free-stall com bom custo benefício.



Abraços!



Rodrigo

rodrigo.cvinhal@gmail.com
AFRANIO

PAINEIRAS - MINAS GERAIS

EM 10/03/2013

Ola tem um sitio de 3 alqueires e meio gostaria de tirar muito leite nele. O que vc acha que devo fazer um free stall qual seria o projeto para pelo menos 100 vacas? AFRANIONETO1@HOTMAIL.COM
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/10/2012

Prezado Hélio Bino,



Você deve fazer reposição diária de areia das camas, removendo matéria orgânica (fezes e urina) daquelas que estiverem sujas.



Essa é a recomendação usual.



Um abraço!
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/08/2012

Prezado Guilherme,

Obrigado por interagir e comentar mais uma vez, compartilhando seu conhecimento e experiência com demais usuários do site.

Concordo com suas palavras e considerações. Em termos de conforto, inegavelmente, segundo experimentos, vacas preferem camas de areia (maior frequência de animais deitados). No entanto, alguns estudos apontam para o consumo de entre 15 a 20 kg de areia/vaca dia. Em outras palavras, esta seria a quantidade de areia a ser reposta, em cada cama, todo dia, pois "as danadas" gostam de "montar" cada qual a sua cama. Em períodos de maior calor, "cavocam" visando eventuais partes mais úmidas para obterem maior conforto. Como exemplo, num free-stall de 100 animais alojados, havendo o manejo correto, ou seja, repondo adequadamente areia nas camas, teremos um consumo de cerca de 2000 kg de areia/dia, gerando mão-de-obra e custos.

Apesar de menos confortáveis, eu também recomendo o uso de colchões de borracha. No balanço final acho positivo pelos aspectos acima mencionados e também por higiene e menor incidência de mastite ambiental.

Um abraço, até!
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2012

Prezado João Paulo V. Alves dos Santos: Parabéns pelo artigo. Muito instrutivo. Somente deixo meu entendimento de que as camas de borracha (tapetes) que atualmente se encontram no mercado já possuem maciez desejável ao conforto dos animais, que podem permancer nelas deitados por longo tempo. A cama de areia, na contramão, é muito propícia à sujeira e, com a mistura dos materiais dejectados à mesma, dificilmente conseguiremos isolar as colônias de bactérias e a consequência pode ser o adoecimento da população produtiva que delas se utiliza. Além do mais, a necessidade de troca constante do seu substrato inviabiliza, com o tempo, a manutenção deste material, já que grandes quantidades dele são necessárias para a mantença dos níveis de conforto perseguidos. As matérias orgânicas, como serragem e palha de arroz, reputo-as ainda piores, porque, naturalmente, já trazem em si devenvolvimento bacteriológico natural do produto, aumentando as populações patogênicas em maior espectro. Deixei de utilizar as camas de areia há mais de três anos e não tenho do que reclamar, pois a sanidade do rebanho, com as camas de borracha (tapetes) ficou muito mais fácil de ser mantida, bastando lavagem diária e desinfecção com produtos redutores de elementos microbianos, como a clorexidina, muito embora meu sistema de reclusão de bovinos de leite adote o "tie stall" e, não, o "free stall", como o que você descreve, pois a vantagem daquele sobre este está na não disputa dos animais por espaço, já que cada uma das vacas possui o seu privativo (baias individuais), evitando estresse e ferimentos desnecessários.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
HELIO BINO DE ABREU

NOVA VENÉCIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/08/2012

olá João Paulo.

gostaria de saber com que frequencia devo trocar a areia das camas?
sds.


Helio Bino.
DELIO

GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2012

Caro Joao Paulo,

Obrigado por responderem a minha pergunta e peco desculpas por nao ter explicado o sistema de cama sobreposta pois por dedução imaginei que seria do conhecimento dos senhores, entao va deixe-me refazer a pergunta:  O sistema de cama sobreposta usado comumente na criacao de suinos, trata-se de uma cama com uma profundidade bem maior que a usual a qual pode ser de palha de arroz, serragem de madeira ou outro material que sirva para tal. Em suinocultura essa cama sobreposta  deve ter uma altura de no minimo 60 cm o que faz com que a urina e as fezes ali depositadas se misturam com aquele grande volume da cama e pelo pisoteio os leva para um nivel nao superficial deixando a cama limpa pelo proprios animais sendo que a renovacao dessa cama so acontece quando da renovacao do lote que esta´ sendo criado. No caso da utilizacao desse sistema em bovinocultura de leite acredito que se a cama for de areia esse revolvimento expontaneo nao acontecera´ porem se for utilizado palha de arroz ou maravalha de madeira poderia ser tao eficiente quando o e´ na criacao de suinos.  Portanto nao se trata de piso vasado elevado e sim com uma profundidade maior,  no caso para bovinos teria que ser de 80 cm pelo menos  numa area comum sem corredor e tambem seu uso de agua na limpeza. Acredito que pelo andar dos animais nessa cama esses excrementos se submergiriam para um nivel onde nao causaria dano ao bem estar nem a sanidade dessas vacas.

Claro que para se ter certeza, experiencias teriam que ser feitas mas se funciona tao bem para suinos poderia ser uma economia muito grande de mao-de-obra e tambem de agua na limpeza e higienizacao de ambientes free satall.

Mais uma vez, grato pela atencao e um abraco a todos!

Delio Santos.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/05/2012

Prezado Delio,

Não compreendi exatamente o que quis dizer pois não trabalho com suinocultura. O que posso lhe adiantar é que existem sistemas confinados "alternativos" com produtores improvisando áreas sombreadas, áreas parcialmente concretadas, ou caixas de areia maiores (cama coletiva) para os animais.

Creio que esteja querendo dizer sobre a possibilidade de deixar as vacas num nível mais elevado com piso "vazado" para coleta de urina mais fezes...? Seria isso? Se for isso, posso lhe adiantar que não seria interessante e que seria inviável.

Para sistemas de free-stall, não recomendamos mais que 2% de queda, sendo bastante usual 1,5% de queda no sentido longitudinal do barracão ("de fora a fora"). Vacas de alta produção não suportam eventuais desníveis (problemas de casco/desgaste).

Sobre matéria orgânica, com certeza. Acúmulo = problemas. As camas mais confortáveis são as camas de areia. Segundo estudos a que mais "fazem a vaca deitar/descansar". Camas de areia são recomendadas pelo fato da mesma ser um material inerte, desde que seja removida sempre e com reposição. Isso apresenta custo e muita dificuldade operacional (mão-de-obra).  Por isso, muitos sistemas estão utilizando camas de colchão de raspa de pneu ou camas pré-fabricadas de borracha. Menor conforto mas melhores índices de mastite, menor custo de manutenção. Não é fácil escolher.

Bem, precisamos "fechar" melhor sua dúvida.

Agradeço sua participação.

Um abraço, até!
DELIO

GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/05/2012

Caro Joao Paulo A. Santos,

Minha pergunta e´ se existe alguma possibilidade de implantação do sistema de cama sobreposta em um free stall assim como e´ usado na criação de suinos? Certamente que nesse sistema nao haveria os corredores rebaixados em relacao as camas nem tampouco o uso de agua na limpeza dos dejectos o que seria feito naturalmente pelo revolvimento do material utilizado nas camas (palha de arroz, maravalha ou outro). Sei que o uso de materia orgânica aumenta a fermentação e logo aumenta tambem  o risco de contaminação por outro lado tambem o fato de essa cama estar sempre seca contribuiria para diminuir esse risco de contaminação. Enfim gostaria de ouvir uma opiniao conceituada como a sua sobre essa questão.  

Grato,

Delio Santos
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/07/2011

Prezado Adilso,





Para implantar um free-stall, muitos fatores devem ser avaliados antes de decidir pelo investimento, dentre os quais destacamos:





a-) padrão racial e potencial produtivos das suas vacas


b-) capacidade de produção de alimentos volumosos com qualidade ao longo do ano todo


c-) capacidade e dimensionamento da sual sala de ordenha








Seu projeto deve ser modulado de modo que o tamanho do seu barracão (free-stall) abrigue uma quantidade de vacas de acordo com seu fluxo de ordenha, ou seja, se você tem um equipamento de ordenha capaz de ordenhar até 60 vacas por hora, deve trabalhar com lotes ou galpões que abriguem 60 cabeças em cada instalação, de modo que a última vaca a ser ordenhada retorne para a instalação no máximo 1 hora após deixá-la. Este é um detalhe muito importante.





Sobre silagem, depende, obviamente da produtividade do seu milho. Quanto mais produtivo, menor a necessidade de área. Uma produtividade boa que possibilita um bom custo de produção deste volumoso é a partir de 40 ton de MO (matéria original)/ha. De uma maneira geral você pode fazer a conta com 21 kg de MS/cab/dia de ingestão total de alimento. Vacas em confinamento de alta produção consomem dietas densas com praticamente 40% de volumoso na MS da dieta. Contanto perdas e margem de segurança, pode fazer uma conta inicial com uma dieta com 50% de volumoso, desta forma, no caso acima você teria aproximadamente 10,5 kg de MS silagem de milho/cab/dia. Considerando uma silagem com 33% de MS, você teria que disponibilizar cerca de 32 kg de silagem de milho/vaca/dia. Este valor ofereceria uma boa margem. Como disse para dietas densas (alta energia e proteína, alta produção) este consumo pode cair, sendo um consumo médio anual de 25 kg de silagem de milho/cab/dia, um valor aceitável. Logo, com 40 ton MO/ha alimentaríamos uma vaca por mais de 4 anos! Logo esta não deve ser sua base de cálculo. Considerando um rebanho de 100 cabeças, temos 2,5 ton de demanda de silagem/dia ou 1 hectare de silagem sendo consumido a cada 16 dias (para 100 vacas em produção).





Ao dimensionar um sistema, não deve se esquecer de efetuar o cálculo levando em consideração todas as categorias do rebanho.





Você poderá fornecer somente silagem e ração mas, certamente, esta não será a melhor maneira de se arraçoar seus animais. Alguns problemas poderão surgir se trabalhar com vacas de alta produção, ingerindo maiores quantias de concentrado (ração). Certamente proporcionar alta taxa de passagem da digesta no rúmen, pela baixa efetividade de fibra. Sua dieta proporcionará um baixo índice de ruminação, com pouca produção de saliva e grande possibilidade de quadros de acidose ruminal e problemas metabólicos graves subsequentes como laminites (afecção podal).





Recomendo a contratação  e acompanhamento de um técnico especialista, com experiência prática e acadêmica, devidamente capacitado para elaboração e/ou acompanhamento de eventual projeto.





Um abraço, até!

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