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O atual limite de CCS do leite no Brasil está adequado?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 21/09/2011

6 MIN DE LEITURA

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A decisão do MAPA em prorrogar por seis meses a entrada em vigor dos novos limites máximos microbiológicos e de células somáticas do leite intensificou a discussão sobre os critérios para definição dos atuais limites utilizados na legislação. Além da prorrogação dos limites de CCS e CBT, por meio da Instrução Normativa 32/2011 (12/07/2011), o MAPA nomeou um Grupo de Trabalho com representantes do agronegócio do leite para "estabelecer novas diretrizes do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite, bem como definir competências e compromissos de cada elo envolvido na cadeia produtiva do leite, e apresentar proposta conclusiva dentro do prazo da presente prorrogação". Vale mencionar que este é o primeiro reconhecimento oficial da existência do PNMQL.

Dentro deste cenário de prorrogação, alguns representantes do setor produtivo e das indústrias têm questionado a viabilidade da adoção de um limite de 400.000 células/ml para o leite do Brasil. Os principais argumentos contrários são de que este limite é excessivamente rígido e, consequentemente, não seria atendido por uma grande parcela dos produtores. De acordo com dados compilados dos laboratórios da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL), cerca de 50% dos produtores avaliados em 2010 não atenderiam ao critério de produção de leite com < 400.000 células/ml, 30% estariam entre 400.000 e 750.000 células/ml, e 20% acima de 750.000 células/ml.

Um pouco de história

No Brasil, a adoção de limites máximos de CCS do leite foi definida pela IN 51/2002 (MAPA), a qual estabeleceu um período de adaptação inicial de 3 anos para entrada em vigor do limite de 1.000.000 células/ml, em 2005, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. Este legislação previa ainda que haveria reduções deste limite para 750.000 células/ml, em 2008 e, finalmente, para 400.000 células/ml, em 2011 (prorrogado para 01/2012). Para as demais regiões (Norte e Nordeste), os limites entrariam em vigor dois anos após as primeiras regiões. É importante lembrar que desde dezembro/1999, o assunto de mudança de legislação já era discutido, uma vez que pela Portaria MAPA 56/1999 foi submetida à consulta pública os regulamentos técnicos de qualidade do leite, que posteriormente foram adotados na legislação.

Com base cronograma proposto, a IN 51/2002 buscava, dentro de um período de 6 anos, sair de uma situação de ausência total de limites para um patamar similar ao padrão europeu de CCS do leite, o que indica um enorme desafio para a cadeia produtiva. A IN 51/2002 estabelece que a avaliação da CCS dos produtores seja feita com base na média geométrica dos últimos 3 meses. Como definição, a média geométrica de três amostras nada mais é do que a raiz cúbica da multiplicação dos três valores em questão. Para facilitar a compreensão deste conceito, exemplificaremos a média geométrica de 3 valores: 10, 100 e 1000. Aplicando-se o conceito acima, inicialmente é necessário calcular o produto (multiplicação) entre os valores (10 x 100 x 1000 = 1.000.000) e posteriormente calcular a raiz cúbica deste produto (1.000.0001/3 = 100). Desta forma, a média geométrica dos valores 10, 100 e 1000 é igual a 100.

Nos EUA, o primeiro limite legal de CCS foi de 1.500.000 células/ml, adotado em 1970. Esta legislação somente foi alterada em 1986, passando para 1.000.000 células/ml, e em 1991 foi estabelecido o limite atual de 750.000 células/ml. Os estados podem definir limites diferenciados de CCS, como a Califórnia que adota o 600.000 células/ml. Desde 1997, entidades como o National Mastitis Council (NMC, Conselho Nacional de Mastite dos EUA) vêm propondo a redução deste limite para 400.000 células/ml, sem obter sucesso. Contudo, é necessário destacar que a definição de limites de CCS nos EUA é decidida por votação dos representantes de serviços de inspeção dos estados e não por representantes da cadeia produtiva. Mesmo com o limite de 750.000 células/ml, a média de CCS dos rebanhos norte americanos em 2010 foi de 228.000 células/ml (97% dos rebanhos sob controle de CCS) e apenas dois estados apresentam média acima de 400.000 células/ml.

Na União Europeia, foi adotado em 1985 o limite de 400.000 células/ml para o leite fluido de consumo humano, comercializado dentro da UE. Em 1992, este mesmo padrão foi estabelecido para todos os derivados lácteos, além do leite fluido (Council Directive 92/46/ECC). Considerando a grande influência dos padrões europeus sobre o mercado lácteo internacional, os principais países exportadores também adotaram padrão semelhante, entre os quais Nova Zelândia e Austrália.

Reduzir ou não o limite?

Os limites máximos de CCS são usados para definir se o leite está ou não adequado para o consumo humano. A definição de um limite legal máximo de CCS do leite tem como pressuposto a proteção da saúde do consumidor. No entanto, a maioria dos especialistas concorda que o limite de CCS não está associado com riscos a saúde pública, pois as células somáticas estão naturalmente presentes no leite. Deste modo, não se pode considerar que haja diferença de segurança quanto ao consumo de leite com 400.000 ou 750.000 células/ml. Por outro lado, pesquisas científicas indicam que fazendas leiteiras com alta CCS apresentam risco aumentado de ocorrência de resíduos de antibiótico no leite. Considerados estes dois aspectos, pode-se questionar quais as razões e potenciais benefícios da adoção de limites mais rígidos de CCS no Brasil.

A CCS do tanque é um indicativo da ocorrência de mastite subclínica no rebanho. Além disso, está ligada às condições higiênicas de produção de leite e a qualidade/rendimento industrial da fabricação dos derivados lácteos. Desta forma, ainda que não tenha relação com riscos à saúde pública, a CCS do leite está intimamente associada com a qualidade industrial do leite, com prejuízos aos produtores e indústria processadora, além de ter trazer restrições a entrada no mercado internacional. Além dos potenciais benefícios econômicos gerados pela redução da CCS do leite, pode-se citar algumas vantagens adicionais: a) aumento da confiança de consumidores no fornecimento de leite de alta qualidade para o consumo; b) harmonização de padrões internacionais de qualidade para o comércio de leite entre países; c) aumento da competividade dos produtos lácteos no mercado internacional; d) redução do risco de resíduos de antibióticos no leite; e) redução de custos de produção do leite em nível de rebanho.

Dentre todos os potenciais benefícios da redução do limite legal da CCS, um dos mais significativos para a cadeia produtiva é a harmonização do limite legal com aquele adotado por outros países exportadores, o que poderia aumentar a competividade do leite brasileiro. Contudo, se o mercado externo não for uma das metas a serem buscadas pelo agronegócio do leite, a adoção de limites mais rígidos de CCS não parece ser limitante do ponto de vista de segurança e saúde pública para consumo interno.

Para os produtores, independentemente dos limites legais máximos a serem adotados para o leite, os atuais programa de pagamento por qualidade bonificam aqueles que entregam leite com menos de 400.000 células/ml. Em algumas empresas os maiores valores de bonificação somente são atingidos quando o leite apresenta CCS 200.000 células/ml e ocorre forte penalização do preço quando este valor ultrapassa 400.000 células/ml. Estes dados sobre os sistemas de pagamento por qualidade, cada vez mais comuns, indicam que o mercado se antecipa e define padrões de excelência de qualidade muito mais rígidos do que a legislação estabelece. Contudo, a legislação além de proteger a saúde da população, deve também criar condições para maior competividade do setor.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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LOREN RENATA

GUARANTÃ DO NORTE - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/07/2012

OLá Prof. Doutor Marcos

Sou médica Veterinária e estou fazendo uma especialização em Gestão em Saúde e minha monografia será sobre Qualidade do leite, gostaria que se fosse possível, o senhor me enviasse via e-mail algum trabalho para que eu pudesse usar na confecção da mesma.

Meu e-mail é lorenrif@hotmail.com

Desde já agradeço.

Loren REnata
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 04/07/2012

Prezado Cristian, obrigado pelo comentário. Concordo que na questão de qualidade tem que haver um compromisso de todos os elos da cadeia. Eu acredito que o consumidor é o elo menos informado. Nesta situação, a ação da fiscalização tem que ser efetiva para permitir que o consumidor tenha a disponibildiade de um alimento de melhor qualidade.



Atenciosamente, Marcos Veiga dos Santos
CRISTIAN ARMENDARIS

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/07/2012

Prezado Marcos, Parabens pelo artigo.

Me pego pensando nas ultimas linhas de seu artigo "a legislação além de proteger a saúde da população, deve também criar condições para maior competividade do setor." e na sua resposta ao Jose Renato. A qualidade do leite vem melhorando sem duvidas, talvez  não na rapidez que nos tecnicos gostariamos. O produtor hoje sabe o que é ou já ouviu falar de CCS/CBT, Já temos propriedades que não perdem em nada para Europa em qualidade, mas me pergunto se o consumidor sabe o que é qualidade em lacteos (de fato) e fico com a nitida impressão  que enquanto a industria não for cobrada energicamente,  não vai fluir.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 10/04/2012

Prezado José Renato, eu entendo a sua preocupação, mas o fato é que as empresas talvez não tenham estrutura e logistíca para fazer uma coleta separada de leite em função da qualidade.

Minha opinião é de que o leite de alta qualidade acaba formando um pool com o leite de baixa qualidade, e o mix geral é o padrão da empresa.Acho que somente considerando esse efeito, o leite de melhor qualidade já traz benefícios para a empresa.

Atenciosamente, Marcos Veiga
JOSÉ RENATO DA SILVA

ALÉM PARAÍBA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/04/2012

Caros Marcos e Ronaldo, entendi perfeitamente que a coleta é antes de ser misturada no caminhão.

O que não me fiz entender, é saber o que adianta para a indústria o leite produzido por mim ser de qualidade excepcional se no final das contas será misturado com outros às vezes nem tão bons assim.

Sou produtor de leite a mais de 20 anos e prezo por qualidade a mais de 10. Será que não seria hora de começar a coleta seletiva, pra que as indústrias tirassem realmente proveito da qualidade de alguns produtores e com isso os remunerasse melhor???
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/04/2012

Prezado José Renato,

Obrigado pela sua participação e comentários. Concordo que ainda temos muito a avançar em termos de pagamento por qualidade e de melhoria da qualidade do leite.

Do ponto de vista do produtor, eu entendo que se o laticínio não faz a coleta separada do leite, o produtor não tem como influenciar nisso, pois todas as análises do leite em termos de qualidade do leite do produtor são feitas em amostras do tanque antes da coleta.  Sendo assim, quando é feito o pagamento por qualidade o leite analisado é somente do produtor. Obviamente, nesta situação o produtor não perde por ter o leite misturado aos demais produtores.

Atenciosamente, Marcos Veiga
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/04/2012

José Renato,

O fato da coleita ser coletiva em nada afeta o pagamento individual, as amostras são coletadas em frascos individuais e identificados na propria fazenda. Cada um recebe uma bonificação ou penalização de acordo com seu leite.
JOSÉ RENATO DA SILVA

ALÉM PARAÍBA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/04/2012

Como se paga qualidade individualmente se a coleta é coletiva??? Qual o critério de coleta??? Conhecem a realidade no campo??? Seria muito bom se pagassem realmente por qualidade, mas para isto seria necessário o balizamento de um determinado grupo de produtores com índices de qualidade semelhantes para uma coleta efetivamente eficaz.

Temos condições de ter este tipo de coleta???

MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 23/11/2011

Prezado Estevão, obrigado pela sua participação, atenciosamente, Marcos Veiga
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

CAÇU - GOIÁS

EM 17/11/2011

Trabalho há 5 anos com consultoria a fazendas leiteiras e nesse período de tempo percebi que a qualidade do leite é algo fundamental para a indústria, consumidor, vacas e principalmente para os produtores de leite. É bem conhecido pela pesquisa o fato de que vacas que apresentam CCS acima de 300.000 /ml apresentam maior risco de mastite clínica, o que representa maior custo com tratamento e descarte de leite. Esse seria um fator que já seria suficiente para estimular os produtores a buscarem índices de CCS menores. A indústria está começando a remunerar por leites apresentando níveis de CCS mais baixos, o que também seria um estímulo adicional. Entretanto, o principal fator que julgo fundamental para que os produtores busquem reduzir ao máximo os níveis de CCS de seus rebanhos é que vacas com CCS acima de 300.000 apresentam redução na produção. Essa redução é maior quanto maior é o CCS. A pesquisa indica que para cada 100.000 unidades de células somáticas acima de 300.000 a vaca deixa de produzir 6% de sua capacidade. Em um rebanho com CCS de 500.000, por exemplo, podemos esperar algo em torno de 12% de redução na capacidade do rebanho. Se for uma produção de 2000 litros diários imagine o impacto no fim do mês. Temos disponíveis produtos e práticas de manejo que quando utilizados corretamente podem reduzir a CCS para níveis próximos de 200.000 com tranquilidade. É necessário que os técnicos, os produtores, a indústria e os consumidores atentem para esse fato.



Abraços a todos



Estêvão Domigos de Olivera - Médico Veterinário  - Caçu e Quirinópolis - GO
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 18/10/2011

Prezado Paulo Cesar, concordo totalmente que a coleta de amostras e o transporte do leite da fazenda para o laticínio ou cooperativa devem ser melhorados. Eu acho que somente com treinamento e procedimentos padronizados dos motoristas de caminhão e com equipamentos adequados todo o trabalho do produtor será recompensado.



Atenciosamente, Marcos Veiga
PAULO CESAR CENTENARO

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/10/2011

Acho correto realizarmos um bom trabalho para melhorar CCS, porem deveriamos ter uma adequaçao no recolhimento deste leite e nao colocar no mesmo tanque do caminhao um leite excelente e outro de baixa qualidade.
CARLOS EDUARDO DIAS

CÁCERES - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/10/2011

eu acho que os laticinios tem que estar preparados para esta normativa,para depois cobrar os produtores .
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/10/2011

Prezado Geraldo Honorato,



Caso o nível de CCS não esteja no padrão adequado quais serão  as providencias tomadas em relação ao produtor e laticínio ?



Infelizmente, ainda não foram deifnidos os critérios e penalidades para os produtores e laticínios que apresentarem não conformidades em relação a CCS. Essa é uma competência do Ministério da Agricultura.



Atenciosamente, Marcos Veiga
MURILO ROMULO CARVALHO

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/09/2011

Prezado Professor Marcos,


Primeiramente gostaria de parabeniza-lo pelo ótimo artigo. Creio que o futuro da cadeia produtiva do leite no Brasil, a médio e longo prazo, está sendo traçado/discutido atualmente. Cada vez está mais evidente que o Brasil tem um grande potencial de se tornar exportador de lácteos num futuro até próximo. E sem qualidade, isso não é possível.


Não acredito que seja necessário ficarmos reclamando vários aspectos deficientes na cadeira em nosso país, como a falta de auxílio, falta de mão-de-obra qualificada, entre outros aspectos. Devemos seguir exemplos que deram certo e tentar se aproximar disso. Tudo isso, de maneira bastante organizada, palavra chave quando se busca qualidade.


Antes de mais nada, o produtor precisa entender sobre qualidade do leite, pra definir metas e objetivos e querer melhorar. A partir disso, aparece a indústria, que precisa incentivar e querer um produto de qualidade superior, oferecendo auxílio aos produtores para que melhorem cada vez mais. Por fim, o Estado também precisa incentivar não só os produtores, mas também a indústria e o consumidor a procurarem um produto melhor.


Ainda assim, temos grande parte da produção em pequena escala, por produtores familiares e/ou com muito pouca instrução. Esse é outro ponto fundamental, visto que ou estarão excluídos da cadeira produtiva, ou sofrerão um "choque" muito grande.


Essa questão, de certo modo, cultural é um dos maiores entraves para que possamos atingir um padrão de qualidade de leite. Precisamos de mudanças sutis e constantes hoje que refletirão a curto, médio e longo.





Abraços!
GERALDO HONORATO

MUTUM - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/09/2011

Caso o nível de CCS não esteja no padrão adequado quais serão  as providencias tomadas em relação ao produtor e laticínio ?
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2011

Prezado Marcos: Parabéns pela dissertação. Como já externado, anteriormente, sou favorável ao estabelecimento de limites para CCS e UFC, de sorte que lidamos com produto alimentício e, portanto, que tem incidência direta sobre a saúde do cidadão. Por lado outro, não podemos mais admitir o transporte de leite em latões e em temperaturas agressivas à sua validade, como, atualmente, ainda ocorre com certa frequência. Não coadunamos, ainda, com o leite retirado manualmente, sob barro, chuva, calor intenso, que continua a ser comercializado, em diversos pontos do Brasil, sem qualquer limite de aceitação ou fiscalização pelos organismos competentes. De outro hemisfério, há que haver pagamento justo e sério com relação aos custos desta qualidade, aos produtores, para que seja possível a assunção destes parâmetros, além da efetivação de análises isentas e bem elaboradas do produto, que não sirvam, como agora vem acontecendo, para, apenas e tão somente, reduzir o pagamento que o laticínio tem que fazer ao produtor, através da máscara de penalidades descabidas. Finalmente,   há de haver, por parte do Governo Federal, a melhoria das estradas, para que o escoamento da produção seja possível e rápido, evitando-se, assiim, a perda da qualidade do leite, além de uma rigidez fiscal que promova uma constante devassa, tanto nas unidades produtoras quanto nos laticínios, para que se tenha a certeza desta qualidade, com punições severas aos infratores, que podem, até mesmo, atingir à interdição - temporária ou definitiva - dos estabelecimentos. Após verificadas todas estas fases, a qualidade é medida que se impõe naturalmente.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/09/2011

Prezado Paulo Correa,



Minha opinião é de que do ponto de vista de saúde pública, a CCS não é o problema principal de qualidade do leite. Isso pode ser confirmado pelos diferentes limites que existem entre os diferentes países e que não significam que o leite com menor limite de CCS seja mais seguro para o consumo. Isso não quer dizer que não seja um assunto importante, mas sim que não é uma questão de risco para a saúde pública de quem consume leite.



A CCS é uma questão econômica tanto do ponto de vista do produtor, que perde com a redução da produção de leite, quanto para a indústria que perde com a redução de qualidade, rendimento e composicão.



Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/09/2011

Prezado Mario Pinto Filho,



Obrigado pela mensagem. Seguem algumas considerações sobre a sua mensagem:

1)  Relação entre CCS do rebanho e condições higiênicas e produção: existe uma relação indireta entre fazendas que apresentam condições inadequadas de higiene e alta CCS. Basicamente, deficiências de higiene favorecem o aumento de novas infecções. Isso não quer dizer que a CCS avalia as condições de higiene (que deve ser avaliada pela CBT do Leite), mas pode ocorrer esse tipo de relação, ainda que indireta.

2) Concordo que o pagamento por qualidade ainda não é uma realidade disseminada, mas vem aumentando de forma gradativa. Esse é um tipo de relacionamento entre empresa e produtor e ocorre de forma livre. Escrevi sobre este assunto em um outro radar técnico.

3) Sobre a diferenciação de limites de CCS e CBT, concordo que poderiam ser diferentes e com cronogramas separados, pois são duas variáveis com diferença de velocidade de melhorias.



Atenciosamente, Marcos Veiga
ALUIZIO MARCHI

NOVA VENÉCIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2011

A nossa região produtora está desprovida de laboratório de análise. Isto faz-nos desacreditar nos resultados das análises. Remete-se amostras a uma distância  enorme. Como é que chegam estas amostras no laboratório? Estou emprenhado em reduzir CCS. Obtenho 570.000, mesmo com UFC baixíssima (não sei se tem correlação). Não posso concordar com essas análises à distancias de remessa de amostras de até 500/600 km daqui.


Também concordo que há falta de profissionalismo por parte das indústrias em coletar e até mesmo de dar transparência ao processo.  O mercado vende vacina para redução da CCS. A Embrapa gado de leite ainda não se manifestou sobre a eficiência dessas prevenções. Enfim, estamos num País sem  destinação de recursos para a pesquisa científica - infelizmente.

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