Os líderes do setor de lácteos dos Estados Unidos estão pedindo ao Congresso um auxílio de US$1,3 bilhão para procederem o sacrifício de cerca de 4% do rebanho leiteiro do país, para ajudar no controle da disseminação da Doença de Johnes (ou Paratuberculose).

A Federação Nacional dos Produtores de Leite do país (NMPF) desenvolveu um plano para pagar cerca de US$1500 para cada produtor, em decorrência do sacrifício de 330 mil animais. A NMPF disse que isso erradicaria a Mycobacterium paratuberculosis (bactéria causadora da enfermidade) do rebanho leiteiro dos EUA em 7 dias.

A Paratuberculose

A Paratuberculose ou Doença de Johnes é uma infecção bacteriana crônica e contagiosa. Cerca de 22% dos rebanhos norte-americanos apresentam uma prevalência maior que 10%. A doença é caracterizada por uma enterite degenerativa que causa diarréia intermitente, perda de peso progressiva e morte. Os sintomas surgem geralmente em momentos de estresse como, por exemplo, no peri-parto. (veja artigo relacionado)

Lesão clássica da Paratuberculose

Uma lesão inflamatória granulosa crônica na submucosa do intestino faz com que o íleo fique com sua função prejudicada, o que leva a uma perda de proteínas. Ao atingir esse estágio da doença, as vacas apresentam como sintomas diarréia e emagrecimento, embora geralmente sem o aparecimento de febre. O animal alimenta-se normalmente e aparenta sentir-se bem.

A M. paratuberculosis, além de causar a Doença de Johnes em bovinos, é relacionada com a doença de Crohns em humanos, embora os cientistas não tenham certeza de como as pessoas adquirem a enfermidade. Existe uma divergência sobre a fonte de infecção, se trata-se de alimentos de origem animal de bovinos infectados, como leite e carne, ou de vegetais e águas contaminados devido ao uso de fertilizantes igualmente contaminados no solo. Porém, a NMPF enfatizou que estão tentando controlar uma doença animal, e não humana.

A Doença de Johnes foi reportada em todos os continentes do mundo. A Suécia e alguns Estados da Austrália são as únicas regiões do mundo que se classificam como livres dessa enfermidade, com base em sistemas de relatórios da doença e extensivas pesquisas utilizando-se de testes de laboratório. Essa doença é mais comum em bovinos de leite do que em outros ruminantes, embora também os acometa.

A Associação Nacional dos Produtores de Gado de Corte dos EUA (NCBA) é contra esse pedido de auxílio feito ao governo pelo NMPF, argumentando que esse fundo deveria ser destinado ao controle da febre aftosa e da encefalopatia espongiforme bovina (EEB).


fonte: AgWeb e Johne´s Information Center, adaptado por Equipe MilkPoint