Em 2022, a Rússia viu seu rebanho doméstico de vacas leiteiras encolher em 1,5% ou 119.000 animais. Até certo ponto, essa tendência pode estar associada a uma dependência significativa da genética importada.
Vladimir Mymrin, diretor da empresa russa Ural Embryonal Center, disse à publicação russa Agroinvestor: “Se o rebanho está caindo constantemente, devemos perceber que nem tudo está indo bem na indústria”. Ele disse também que se fosse rentável criar vacas, a dinâmica seria inversa.
A população de gado leiteiro na Rússia tem caído constantemente por quase uma década. “Até pouco tempo, considerávamos normal a troca de gado a cada 5 anos. Agora, na melhor das hipóteses, a troca ocorre uma vez a cada 2 anos”, disse Mymrin, alertando que todos os cálculos mostram que isso é muito pouco tempo para criar e manter uma vaca.
Criação de vacas leiteiras
No contexto da crescente pressão por sanções, pode ser difícil substituir as vacas nas fazendas nos próximos anos, alertou Mimrin. O problema é que a base de criação russa está quase arruinada.
“Praticamente não há raças russas no país — as raças Karavaev, Kostroma, Yaroslavl e Kholmogory, que correspondiam aos padrões mundiais, quase desapareceram”, admitiu Mymrin.
“Precisamos parar de procurar desculpas para a expansão de genes estrangeiros na Rússia. Precisamos desenvolver nossas próprias raças promissoras de gado leiteiro porque a dependência de material reprodutor importado traz grandes riscos para a indústria”, disse Mymrin.
O trabalho no desenvolvimento do "potencial genético russo" deve começar imediatamente, disse ele, explicando que o governo russo aloca ajuda estatal substancial para cobrir o custo da pecuária leiteira. Ainda assim, não há incentivos para que os produtores mudem para a genética doméstica.
As informações são do Dairy Global, traduzidas pela Equipe MilkPoint.