ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Chuvas no RS: atualizações dos impactos no leite

POR STEPHANIE ALVES GONSALES

E MARIA LUÍZA TERRA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 09/05/2024

5 MIN DE LEITURA

0
10

As tragédias provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul carregam, além dos impactos financeiros, um abalo emocional. Dos seus 497 municípios, 425 relatam algum problema relacionado às recentes chuvas. Segundo o último boletim da Defesa Civil, de 08/05, os desastres, até o momento, impactaram 1,476 milhão de pessoas.

Os efeitos são claramente notáveis para todos, e o agronegócio, principal setor econômico do Rio Grande do Sul, deverá sentir os impactos das enchentes históricas. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) estima, até o momento, um prejuízo de mais de R$500 milhões só para o agronegócio, sendo R$423 milhões relacionados à agricultura e R$83 milhões à pecuária.

enchente
Crédito: REUTERS/Diego Vara

Os impactos são sentidos também na pecuária leiteira. Com estradas e rodovias bloqueadas ou interrompidas, a captação do leite e circulação de insumos tem sido uma preocupação dos produtores locais. 

No início da semana, as estimativas da Gadolando e do Sindilat-RS indicavam que, naquele momento, cerca de 40% do leite não estava sendo entregue devido a propriedades alagadas e isoladas, impossibilitando o recolhimento do produto. Diante da situação extrema, a Câmara dos Deputados aprovou na segunda-feira (6) projeto de decreto legislativo (PDL) reconhecendo estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até 31 de dezembro de 2024, frente a isso, uma operação emergencial para a captação do leite foi decretada e determinou um acordo que permite a todo produtor de leite do estado a entrega de sua produção à indústria que conseguir acessar primeiro a propriedade, evitando assim o desperdício do produto.


Fonte/crédito: Reprodução das redes sociais. 

Hoje (9/5), o Diário Oficial da União publicou uma portaria que autoriza que a coleta de leite seja feita diretamente nas propriedades rurais dos municípios afetados pela situação de calamidade pela empresa sedeada mais próxima desses locais, inclusive de Santa Catarina, sem a necessidade de cadastro prévio dos produtores no Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF).

A publicação também autoriza a coleta de leite de produtores inscritos no cadastro dos Serviços de Inspeção Municipais (SIM) e dos Serviços de Inspeção Estaduais (SIE) bem como de novos produtores, sem a realização prévia das análises em laboratórios da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL).

O diretor de relações institucionais da APIL (Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, ), Wlademir Pedro Dall’Bosco, informou ao MilkPoint que o setor enfrenta uma situação delicada. “Estamos tendo perdas muito significativas. Já temos estimativa de que o RS não vá atingir mais os 11 milhões de litros/dia. Vai haver uma queda grande na produção anual de leite no estado”. 

Dall’Bosco ressaltou que os danos vão além do financeiro e do momento atual. “Parte dos produtores vão sair da atividade, é um processo natural que será antecipado. Os filhos, noras e esposas querem sair da onde estão, isso vai intensificar a dificuldade da mão-de-obra e gerar problemas para a sucessão. Produtores perderam casa, vaca, galpão, maquinário. E onde está localizada a propriedade, não vale o investimento de se reestruturar. Os produtores não vão querer fazer investimentos para reestruturar numa área mais alta, não tem nem dinheiro para isso”, destaca. Segundo ele, o que está se desenhando é que o RS deve perder 10% da produção de leite (anual), comparado a 2023.   

Outro profissional do setor, relatou ao MilkPoint que entre os dias 1 e 5 de maio, 15% do volume diário não foi captado devido às dificuldades locais, principalmente pelo bloqueio de estradas, destacando que estão tentando contornar a situação por desvios, que aumentam em 400 km a logística e impactam o custo. 

A falta de energia elétrica e água também são preocupação de toda a cadeia produtiva. A escassez de alimentos para o rebanho e as dificuldades de acesso repercutem na redução da produção e descarte do leite. Segundo informações captadas pelo MilkPoint Mercado, algumas indústrias nas regiões afetadas estão paradas por falta de energia, e, devido ao acesso precário, enfrentam dificuldades para a compra de combustível para geradores. 

O Rio Grande do Sul também é altamente competitivo na produção de grãos, como milho e soja, principais constituintes de rações. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas. A colheita do milho 1ª safra está praticamente paralisada, mas 83% da área já foi colhida, enquanto que para a soja ainda faltam colher 25% da área. 


Imagens cedida pela Jaqueline Ceretta, produtora de leite de Ijuí-RS .

 

As chuvas em excesso retardam ainda mais a colheita e, além das perdas, têm gerado preocupações sobre a qualidade das lavouras. Diversas áreas de pastagens também foram destruídas pelas enchentes, o que impactará ainda mais a já escassa alimentação dos rebanhos, gerando um aumento nos custos de produção que será sentido nos próximos meses. 

 

Como fica o preço do leite?

A produção de leite no Rio Grande do Sul tende a se elevar, sazonalmente, nos meses de abril a julho. Nesse período, normalmente, há um aumento da oferta devido às pastagens de inverno.

Considerando o cenário atual do estado, devemos ter uma redução da produção do leite em maio, que tende a causar um comportamento de alta do preço ao produtor. Segundo o MilkPoint Mercado o aumento do custo e dificuldades logísticas para a chegada de combustíveis e ração, e até mesmo diminuição no número de ordenhas por dia, devem afetar a oferta, fortalecendo a perspectiva de alta.

É importante ressaltar que uma tragédia dessas proporções, não permite uma estimativa assertiva quanto que se espera para frente, visto que nem todos os prejuízos foram calculados e que ainda há previsão para mais chuvas para os próximos dias na região

Caso você esteja na região e deseja compartilhar alguma informação, seja nos comentários no box abaixo ou em contato com nossa equipe, estamos à disposição. Estamos buscando manter os nossos leitores a par das notícias mais atualizadas e iremos trabalhar para trazer novas informações em breve. 

A equipe do MilkPoint se solidariza com as vítimas do ocorrido e estamos em campanha para ajudar a produção de leite no Rio Grande do Sul, saiba como ajudar aqui

#JUNTOSPELOLEITENORS 

pix alimento vaca

STEPHANIE ALVES GONSALES

Zootecnista formada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Gestão do Agronegócio. Integrante da Equipe de Conteúdo do MilkPoint.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures