O presidente do Instituto Nacional do Leite do Uruguai (Inale), Juan Daniel Vago, confirmou que no país, quase 65 fazendas leiteiras fecham a cada ano devido à falta de substituição de gerações e aos problemas de escala que os produtores nacionais de leite têm de enfrentar.
Em um diálogo com a rádio Carve, o hierarca do setor lácteo explicou que cerca de 64 fazendas leiteiras têm que fechar suas portas em uma média anual, já que nos últimos três anos cerca de 192 fecharam mais do que o número de aberturas. Por outro lado, ele destacou que cerca de 2.068 fazendas leiteiras estão ativas atualmente, de acordo com os registros do Fundo de Garantia do Leite (Fogale).
"Há produtores que fecham e há produtores que abrem, de modo que a contagem líquida é de 64 produtores por ano", disse ele. "Há produtores de leite que chegam aos 60 anos de idade e não têm ninguém para acompanhá-los, e a única opção que têm é fechar as portas", disse ele, referindo-se ao problema da mudança de geração.
Ele também disse que "há problemas de escala" nas fazendas leiteiras familiares de 40 a 50 vacas, que "não veem que há uma maneira de se associar com vizinhos, entre dois, entre três, para melhorar a escala e distribuir as tarefas e ser mais eficiente. Há 1.000 fazendas leiteiras que estão trabalhando em terras de colonização, o que significa que a contribuição do (Instituto Nacional de) Colonização em termos de tecnologia, créditos e oportunidades para que possam funcionar e ser lucrativas é importante".
Vago comentou que no Inale eles estão cientes de que há fazendas leiteiras que continuarão fechando nos próximos anos, já que "é natural", mas que o importante é que haja mais fazendas que abram ou reabram do que essas.
"Os dados são lapidares e é uma das preocupações que temos". Para reverter a situação, Vago acredita que é essencial "ter uma visão de longo prazo, um guia de 15 anos com objetivos claros e uma visão da cadeia", sobretudo focada no setor primário e na indústria de laticínios, que "tem problemas de ineficiência no setor de queijos por falta de investimento".
As informações são do Ámbito, traduzidas pela Equipe MilkPoint.