Depois de cerca de 10 anos de espera, municípios da Serra Catarinense conseguirão vender seus produtos de origem animal para todo o Brasil. Até então, essa venda ocorria somente dentro da própria cidade, pois era o que a legislação permitia.
Os produtores e prefeitos da região festejam a mudança que incrementará a economia, através da comercialização maior e contratação de mão de obra para dar conta da demanda que tem expectativa de aumento. Produtos como mel, queijo, bolachas caseiras, frango caipira, salame, coalhada, são alguns que serão beneficiados com a medida.
O vice-presidente do Cisama e prefeito de Rio Rufino, Thiago Costa, frisa que a economia da Serra Catarinense será incrementada com investimentos de fora, devido a esse credenciamento. “Empresários de fora vão querer investir nessas produções regionais, porque, agora, há possibilidade de grande expansão.”
Costa destaca que esse credenciamento do Cisama só foi possível graças à união dos municípios. “Muitos querem vender em larga escala, mas, sozinhos, não conseguem. Bom destacar que, na prática, o produtor continua com o mesmo processo de fabricação, porque as regras sanitárias são as mesmas que o município exigia.”
O superintendente federal de agricultura em Santa Catarina, Túlio Tavares Santos, explica que esse processo de credenciamento foi demorado, porque é novo para o Ministério da Agricultura.
“Antigamente, existia somente o carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), depois a legislação foi se aperfeiçoamento e surgiu o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para o município; e o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) para o Estado. Era preciso que as regiões tivessem essa possibilidade de vender para o país, pois possuem grande potencial e todos têm a ganhar com essa conquista.”
Ele conta que o Ministério quer fomentar o programa, pois gera emprego e renda, por meio do incentivo aos produtores regionais.
Foto: Susana Küster
Queijo artesanal serrano também quer ganhar o Brasil
Um produto deverá procurar essa certificação é o Queijo Serrano, uma tradição da Serra Catarinense, feito a partir de leite cru, que faz parte da alimentação e da renda das famílias da serranas e dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, desde o final do século 17.
A região geográfica delimitada como produtora do queijo, denominada Campos de Cima da Serra, compreende 18 municípios da Serra Catarinense e 16 da região nordeste de altitude do Rio Grande do Sul, totalizando 34 mil km². São aproximadamente 3,5 mil pecuaristas familiares que produzem o queijo, utilizando somente leite da propriedade.
As informações são do Correio Lageano, adaptadas pela Equipe MilkPoint.