A produção industrial no Brasil cresceu 13,1% em junho, na comparação com maio, na maior alta da série histórica, iniciada em 2002, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (2).
O crescimento, com ajuste sazonal, recupera em parte os reflexos da paralisação dos caminhoneiros no desempenho de maio, quando o setor teve sua pior queda desde 2008 –o instituto revisou levemente a taxa do mês passado, de 11% para 10,9%.
Na comparação com julho de 2017, o resultado segue positivo: uma alta de 3,5%. Em maio, a queda em relação ao ano passado havia sido de 6,6%, interrompendo uma série de 12 meses consecutivos de taxas positivas.
A alta registrada entre maio e junho foi percebida em 22 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE. Os setores que mais contribuíram para o aumento foram a indústria automotiva (47,1%) e de produtos alimentícios (19,4%) –justamente os mais afetados pela paralisação. Mesmo com a recuperação em junho, o resultado acumulado do ano é uma alta de 2,3%, bem abaixo da taxa de 4,5% registrada em abril, antes da paralisação.
O resultado ficou um pouco abaixo do esperado por analistas, que previam uma alta de 14,1% na variação mensal e de 4,55% na base anual. "A conjuntura continua a mesma, mas houve produção maior para repor o descompasso da greve", disse o economista André Macedo, gerente da pesquisa.
Os resultados, porém, não indicam uma nova tendência para o desempenho do setor de manufatura no Brasil, afirma. "Não se pode deixar levar pelo resultado de junho e achar que entramos numa nova era. Os níveis de confiança ainda estão baixos, e demanda doméstica ainda tem fragilidades, visto que há um enorme contingente de pessoas fora do mercado de trabalho."
As informações são do jornal Folha de São Paulo.