O estudo veio para fortalecer outras pesquisas que já sugeriam que a gordura presente no queijo não aumenta o colesterol ruim devido ao conjunto singular de ingredientes que ele contém. A gordura saturada pode aumentar o colesterol LDL, mas também o HDL, o colesterol considerado bom, de acordo com outra série de evidências.
Os cientistas estudaram o impacto de uma dieta rica em laticínios, ou seja, que incluíam alimentos como leite, queijo, iogurte, manteiga e requeijão, em 1.500 pessoas com faixa etária entre 18 e 90 anos. Eles descobriram que aqueles que consumiam diariamente grandes quantidades desses produtos apresentavam um IMC mais baixo, menores porcentagens de gordura, menor circunferência de cintura e menor pressão arterial.
Uma das explicações possíveis para o efeito benéfico do queijo é que as gorduras concentradas nesse alimento, como o ácido linoleico conjugado e o ácido vacênico e o oleico, têm efeito cardioprotetor — elas bloqueiam parte da formação de colesterol e triglicérides no fígado.
Colesterol ruim
Os resultados são polêmicos. Eles vão contra as atuais recomendações de saúde, que defendem a redução de gorduras saturadas — presentes no queijo — para manter os níveis de colesterol saudáveis. O colesterol é transportado no sangue ligado a lipoproteínas de baixa ou alta densidade. Quando há muita lipoproteína de baixa densidade (LDL) no sangue, ela adere às paredes das artérias e bloqueia o fluxo sanguíneo. Quanto maiores esses níveis, maiores os riscos de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).
A importância da atividade física
No entanto, para Daniel Magnoni, nutrólogo do Hospital do Coração, em São Paulo, essa questão vai muito além da alimentação. “Somente 20% do colesterol advém da alimentação, 80% é função hepática.” A prática de atividades físicas e outros fatores, como a ingestão de frutas e verduras, são peças essenciais para manter a produção de colesterol sob controle. “O colesterol ruim é a chave, enquanto o receptor do fígado é a fechadura. A gordura saturada ocupa essa fechadura, aumentando os riscos”, explica o médico.
As informações são da Veja.
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