O pesquisador da Embrapa Gado de Leite, unidade de Juiz de Fora (MG), José Luiz Bellini Leite, que esteve em Campo Grande esta semana, defende o estabelecimento do custo de produção para o aumento do poder de negociação dos produtores com a indústria. Na sua opinião, este é o caminho do equilíbrio da cadeia produtiva do leite.

Ele esteve quarta-feira (18) na Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e ontem (19) foi até a Secretaria de Produção para apresentar a metodologia de formação do custo de produção para a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite do Estado, onde destacou que falta de treinamento e experiência em negociar são os fatores que mais penalizam o produtor.

Ele afirmou que o chamado "safrista" estraga todo o processo da cadeia produtiva. Por não depender da atividade para sobreviver, ele avilta o mercado cobrando valores irrisórios pelo litro do produto. "O safrista não tem compromisso com a cadeia produtiva do leite. Para ele, tanto faz vender o litro por $0,20, R$0,10 ou R$ 0,02", declarou durante palestra na Famasul.

O pesquisador disse ainda que em 1990 o produtor precisava vender 296 litros de leite para pagar o trabalhador da sua propriedade. "Hoje tem de vender 600 litros, o que evidencia a desvalorização do deu produto", conclui.

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite em Mato Grosso do Sul volta a se reunir na terça-feira (24) na Famasul para avaliar como a metodologia apresentada por Bellini pode ser aplicada no estado.

Fonte: Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza), adaptado por Equipe MilkPoint