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Parmalat atrasa pagamentos em três Estados brasileiros; Justiça da Itália ordena mais prisões

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 31/12/2003

4 MIN DE LEITURA

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O pagamento das dívidas da Parmalat com produtores de leite está atrasado em três Estados do país. Fornecedores da empresa no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás foram informados pela companhia de que haverá demora nos pagamentos. Uma reunião entre o grupo e produtores do Rio foi marcada para o dia 7.

Em Minas Gerais, a Ocemg (Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais) informou hoje que algumas cooperativas de laticínios filiadas à entidade não receberam pelo leite vendido à Parmalat em novembro. O pagamento deveria ter sido feito no dia 15. Três dias antes, a direção da empresa informou que ocorreriam atrasos e o pagamento só seria feito no dia 29. Isso não aconteceu. A entidade ainda não calculou o montante da dívida da empresa com os cooperados.

"O mais sensato é sentar e negociar com eles e é isso que vamos tentar fazer. Até agora, a empresa só informou que pretende arcar com a dívida com a maior brevidade possível", disse Alberto Adhemar do Valle Júnior, vice-presidente da Ocemg, entidade que reúne 163 cooperativas do setor agropecuário.

Em Goiás, cooperativas de Quirinópolis, cidade no extremo sul do Estado, receberam uma proposta da Parmalat para o pagamento de dívidas em atraso. A empresa sugeriu entregar aos fornecedores latas de leite em pó como parte de pagamento. A proposta não foi aceita.

Os produtores de leite do Rio querem apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) para assumir o controle da unidade da Parmalat localizada em Itaperuna, no noroeste do Estado, caso a multinacional decida fechá-la.

Segundo o presidente da Faerj (Federação da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro), Rodolfo Tavares, os créditos vencidos e a vencer (a 5 de janeiro) das cooperativas com a Parmalat somam R$ 6 milhões. Ele disse que, caso as cooperativas assumam a fábrica, precisarão de "apoio" do BNDES na forma de crédito.

O BNDES informou que aguarda ser procurado pelos produtores de leite do Rio antes de se pronunciar sobre o assunto.

A Parmalat deixou de pagar ontem uma parcela de R$ 2,3 milhões referente ao fornecimento de novembro. O vencimento ocorreu a 15 de dezembro e foi prorrogado por 15 dias. Outra parcela vencerá no próximo dia 5.

Ontem, a Parmalat comunicou às 11 cooperativas da região que pagou 30% da parcela vencida (cerca de R$ 700 mil). O presidente da Faerj não confirmou o depósito até o começo da tarde.

Segundo Tavares, as cooperativas do norte e noroeste do Rio englobam 10 mil produtores, a maioria de pequeno porte, que fornecem à fábrica da Parmalat 300 mil litros de leite por dia. "Cerca de 80% são pequenos produtores que recebem de dois a três salários mínimos por mês e que dependem desse dinheiro", disse.

A Secretaria de Agricultura do Estado do Rio informou que poderá entrar na Justiça caso a Parmalat não pague suas dívidas.

Crise

O atraso no pagamento de fornecedores foi uma das medidas tomadas pela Parmalat Brasil após a eclosão da crise na Parmalat italiana.

Conforme a nota divulgada pela Parmalat Brasil, "as decisões de solicitar concordata, em 24 de dezembro, e a declaração de insolvência", concedida pela Justiça Italiana em 26 de dezembro, são previstas na recém-promulgada lei que regulamenta esse regime especial de gestão. Referem-se, no entanto, apenas à operação naquele país, ou seja, não têm efeito fora da Itália. Trata-se de medidas para evitar que uma cobrança judicial de credores durante um período de 120 dias inviabilize a continuidade das operações até que se tenha um resultado completo da situação. Com isso, isola-se a situação financeira do grupo da operação de suas indústrias, o que, de outra forma, poderia agravar o quadro".

Prisões

A Guarda Financeira de Bolonha e Milão, sob ordem dos magistrados de Parma, dá andamento a outras oito ordens de captura. As oito pessoas são Fausto Tonna, ex-diretor financeiro do grupo, considerado o mentor da operação; Luciano del Soldato, outro ex-diretor financeiro; Giampolo Zini, ex-consultor jurídico; Giovanni Bonici; Gianfranco Bocchi e Cláudio Pessina, contadores da Parmalat; Maurizio Bianchi e Lorenzo Penca, respectivamente, presidente e parceiro da sociedade de auditoria Grant Thornton S.p.A. Bianchi já foi preso, disse uma fonte.

Outra fonte confirmou a notícia de ordem de prisão e perseguição, dizendo que a operação está em curso. O advogado de Bocchi e Pessina disse que a Guarda Financeira está rondando suas residências e que têm um mandado de prisão.

A acusação para todos é associação criminosa e falsificação de balanço. Entre os destinatários de restrições está também Calisto Tanzi, fundador e ex-proprietário do colosso alimentar, detido em Milão, em San Vittore.

Hoje, desenvolve-se o interrogatório com o presidente do instituto bancário San Paolo, Imi Rainer Masera, na qualidade de cúmplice.

Estão em curso investigações da Procuradoria de Parma sobre a operação do Bank of América em relação à crise da Parmalat. A suspeita é que alguns funcionários do banco americano estavam cientes do que acontecia à Parmalat. Em especial, têm sido investigadas todas as eventuais contas e a correspondência entre a empresa de Collecchio e o instituto de crédito americano.

As dúvidas sobre o Bank of América nasceram da perseguição efetuada por agentes do núcleo da polícia tributária da Guarda Financeira de Bolonha até a Dpa de Collechio, sociedade afiliada do grupo Parmalat, a qual poderia ter os dados de toda a liquidez do grupo. Na Dpa, teria sido depositada a estrutura contábil de todas as empresas. Depois da perseguição, foram levados disquetes, CD-Rom e documentos.

Fonte: Folha de S. Paulo, Valor (por Alda do Amaral Rocha) e Corriere della Sera, adaptado por Equipe MilkPoint

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