Apesar de o complexo lácteo do Paraguai ter enfrentado um 2022 complicado devido às condições climáticas que afetaram o país, demonstrou que tem uma capacidade de produção considerável para elevar o consumo em nível nacional e conquistar novos mercados internacionais.
O presidente da Associação Paraguaia de Produtores de Leite e Produtores de Leite (Aprole), Hugo Kehler, disse que nesta primavera a produção de leite aumentou em algumas áreas do país que tiveram uma safra excepcional. No entanto, ele observou que, em outras regiões, a produção continua sendo um desafio, afetada por anos de calor intenso e problemas de alimentação do gado.
Apesar dessas dificuldades, ele ressaltou que a produção leiteira se mantém em nível nacional.
Kehler estimou que a produção permanecerá semelhante aos anos anteriores, embora não tenha descartado um possível aumento. "Há produtores importantes que estão deixando o setor, mas outros estão apresentando crescimento significativo. Estes últimos foram expandindo sua produção ano após ano, e em uma escala maior do que estávamos acostumados", explicou.
Em relação à rentabilidade do setor, Kehler indicou que ela varia de acordo com a fazenda. Enquanto alguns relatam retornos próximos a 10%, outros mal chegam entre 4% e 5%. "Esses números dependem da eficiência com que cada fazenda leiteira é manejada e de sua administração", disse.
Em relação ao consumo doméstico de leite, ele mencionou que se manteve estável, mas deve aumentar. "O consumo de leite é essencial para o desenvolvimento das crianças e para lactantes. O governo tem um papel crucial a desempenhar na promoção de mais consumo", disse.
Ele acrescentou que a meta deve ser atingir um consumo de 150 litros por pessoa por ano, superando os atuais 130 litros por ano, especialmente considerando que o país tem uma população jovem.
Quanto à produção nacional de leite, estimou que só no Campo 9 são produzidos mais de 1 milhão de litros, o que significaria que, a nível nacional, o valor poderia rondar os 2 milhões de litros por dia.
Em relação aos mercados de exportação, Kehler mencionou que, há cerca de dois meses, o preço do leite diminuiu devido à queda nos valores internacionais do leite em pó, o que afetou as exportações paraguaias. "Principalmente, os preços que o Brasil nos paga diminuíram consideravelmente, o que reduziu a rentabilidade. Estamos buscando outros mercados para exportar leite em pó", disse.
Por fim, o presidente se mostrou otimista com o fim de 2023 e espera que a produção se mantenha estável até o fim do ano. Além disso, prevê um possível aumento da produção em 2024 em determinadas áreas do país, dependendo das condições climáticas e da safra.
As informações são do Valor Agro, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.