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Sudeste Asiático: mercado de lácteos ganha cada vez mais importância

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 08/10/2018

7 MIN DE LEITURA

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Recentemente, o Sudeste Asiático era um ‘deserto de laticínios’. Os supermercados tinham leite, queijo e iogurtes, porém, em uma quantia ínfima comparada ao varejo de outros países. Ao mesmo tempo, processadores de alimentos também procuravam outros segmentos para os seus ingredientes.  

Para muitas pessoas, o termo “leite” não se referia a nada além de soja, amêndoa ou coco. Sugerir que uma vaca estava envolvida em sua produção era algo incomum. No entanto, hoje a região é vista por muitos analistas como uma das mais vitais no mundo dos lácteos.

Em comparação com os mercados lácteos estabelecidos, o consumo permanece baixo no Sudeste Asiático, mas sua importância está aumentando cada vez mais. Calculou-se que região consome menos de 20 kg de lácteos per capita a cada ano, comparado a 300 kg em mercados desenvolvidos como a Austrália. Mas, de acordo com dados do Rabobank, o consumo no Sudeste Asiático deve crescer 3% a cada ano até 2020. Em comparação com o crescimento mínimo na Austrália e até com a queda do consumo em toda a Europa, a região é muito desejada pelos vendedores de lácteos.

"O Sudeste Asiático está se tornando a área mais importante para o comércio de produtos lácteos", como o analista da indústria CIAL colocou em um relatório de fim de ano para 2017.

Consumo de leite no Continente Asiático

Ritmo, não quantidade

Os mercados da Indonésia e do Vietnã devem ter o ritmo mais acelerado de crescimento, de 3,9% e 4,5% ao ano, respectivamente. Isso se deve ao rápido desenvolvimento de suas economias com base em crescimento rápido e em população mais jovem.

No sul da Malásia, com suas grandes populações étnicas chinesas - e associadas à intolerância à lactose - tem havido pouca tradição de incorporar laticínios nas cozinhas regionais, tanto caseiras quanto processadas. No entanto, com uma economia mais madura e uma perspectiva mais ocidental em comparação com seus vizinhos, o país tem testemunhado o crescimento da demanda ao ponto de estar sendo vista como uma das líderes no consumo de leite líquido.

A capital da Malásia, Kuala Lumpur, divulgou números no ano passado que estimam em quase 20 litros per capita por ano. Ao mesmo tempo, o ex-primeiro-ministro Najib Razak anunciou uma estratégia para promover o uso de laticínios mais difundido e um plano para aumentar a produção doméstica com a meta de produzir 2,25 bilhões de litros de leite até 2050 - embora muitos acreditem que esse número seja inatingível.

A demanda por leite também está aumentando em Cingapura. Segundo dados do Euromonitor,  a cidade-Estado presenciou um aumento de 12% no consumo de 2011-16, embora, curiosamente, alguns estudos tenham descoberto que metade da população do país não bebe leite. Isso significa que a outra metade dos moradores consome grandes quantidades de leite para produzir o maior consumo médio do Sudeste Asiático, com mais de 60 litros por ano.

A Tailândia tem sido ativa no uso de laticínios por décadas. Em 1992, as autoridades de Bangkok lançaram sua primeira iniciativa para estimular o consumo de leite nas escolas, e a Tailândia agora tem uma das indústrias de lácteos mais avançadas da região. Ela agora produz cerca de 45% dos lácteos consumidos no país, em comparação com uma estimativa coletiva de 3% em outros países do Sudeste Asiático, com exceção da Indonésia e do Vietnã, que registram 20% cada, segundo o Rabobank. As Filipinas dependem de importações para praticamente todo seu consumo (suprindo domesticamente apenas 1% do consumo).

A Organização das Nações Unidas ficou particularmente impressionada com o progresso da Tailândia. Seus dados sugerem que o programa de leite escolar ajudou o consumo per capita a aumentar mais de onze vezes até 2002, para 23 litros por ano. A FAO também credita o esquema para ajudar a reduzir as taxas de desnutrição infantil de 18% quando começou a menos de 5% em 2006.

"O Sudeste Asiático é provavelmente um dos mercados de lácteos mais dinâmicos do mundo", disse Tony Emms, que até recentemente era diretor regional do escritório do Sudeste Asiático do Conselho de Exportação de Laticínios dos EUA. "Esta região não produz muito leite e precisa de importações", complementou ele sobre o segundo maior mercado de exportação dos EUA, depois do México.

Em termos de valor, os fornecedores enviaram remessas de mais de US$ 690 milhões de leite em pó, queijo, manteiga, soro e lactose para o sudeste da Ásia em 2017, um aumento de 3% em relação ao ano anterior, de acordo com uma análise de dados do final do ano do Departamento de Agricultura dos EUA. Ao mesmo tempo, as exportações de queijo para a região cresceram em 6.000 toneladas no ano passado, um aumento de 52% em relação a 2016.

Os analistas identificaram vários fatores que explicam por que o Sudeste Asiático se tornou uma região isolada de crescimento de produtos lácteos, incluindo economias pujantes da região, populações em expansão e progresso na indústria de alimentos. 

Direcionadores de crescimento

O Fundo Monetário Internacional projeta um forte e estável crescimento de 5-6% ao ano até 2019 para as chamadas nações economicamente mais importantes do Sudeste Asiático, com baixas ou declinantes taxas de desemprego. Como resultado, as condições econômicas estão alimentando a expansão da classe média e as mudanças na dieta.

Com quase o dobro da população dos Estados Unidos, o Sudeste Asiático é vasto e cresce em aproximadamente três vezes o seu ritmo. Como muitas dessas nações se tornam mais urbanizadas, os estilos de vida estão se tornando mais rápidos, com mais pressões de tempo e mudanças nos hábitos sociais que exigem alimentos convenientes que contêm mais ingredientes lácteos.

Sessenta por cento da população vietnamita está agora abaixo de 35 anos - um segmento jovem e dinâmico que está impulsionando a demanda por novos produtos processados e de fast food. No outro extremo da escala, em cidades altamente urbanizadas e desenvolvidas, como Cingapura, que possuem hotéis cinco estrelas e restaurantes sofisticados, há uma oportunidade crescente de queijos de alta qualidade, por exemplo.

De acordo com o Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA, a implementação do bloco comercial da Asean, com uma redução nas barreiras comerciais juntamente com o aumento da demanda, provou ser extremamente atraente para as empresas de alimentos e bebidas. Para tirar proveito disso, segundo a USDEC, empresas locais e multinacionais estão investindo em países como Indonésia, Malásia e Cingapura para desenvolver capacidade de desenvolvimento de produtos não apenas para atender à demanda nacional, mas para exportar para a região mais ampla e até para lugares como a China, o Oriente Médio e a África. Isso criou um mercado significativo para ingredientes lácteos de alto valor, feitos com especificações rigorosas.

O food service está se tornando um fator no consumo de lácteos à medida que países do Sudeste Asiático se modernizam nesse sentido. Embora a penetração de restaurantes em cadeia varie por país, a região como um todo não está quase saturada. O Vietnã conseguiu a sua primeira loja da Starbucks cinco anos atrás e o McDonald's dois anos depois, e ambos os estabelecimentos foram um sucesso imediato.

Enquanto isso, os consumidores do Sudeste Asiático, muitas vezes apoiados por iniciativas do governo, têm crescido muito mais bem informados sobre o papel dos lácteos na saúde e na nutrição. Por exemplo, o Programa Nacional de Nutrição do Vietnã, programado para vigorar até 2020, estimula o consumo de cálcio para a resistência óssea, leite para a saúde infantil e laticínios em geral como parte de uma dieta saudável para elevar os níveis médios de altura.

A confiança nos lácteos está levando as pessoas a incorporarem leite, queijo e outros produtos que contêm laticínios em suas dietas tradicionais. Ao mesmo tempo, os alimentos funcionais estão se tornando mais prevalentes, especialmente nas economias mais desenvolvidas, como Cingapura, Malásia e Tailândia.

Desafios ainda enfrentados

Agora que muitas prateleiras de supermercados do Sudeste Asiático estão repletas de produtos lácteos, o futuro parece brilhante para os exportadores, mas ainda há desafios. As margens de exportação, por exemplo, aumentaram significativamente devido ao excesso de oferta de importações e à forte concorrência dos players locais.

As cadeias de fornecimento precisam ser melhoradas, especialmente para envios de produtos que não se saem bem no calor e na umidade do Sudeste Asiático, a menos que sejam tratados com cuidado. Além disso, o acesso às regiões do interior é muitas vezes lento e custoso.

Analistas, como os do Rabobank, recomendam o estabelecimento mais amplo de modelos de parceria com distribuidores que possam fornecer uma estratégia proeminente de entrada no mercado e da cadeia de fornecimento. “Isso pode ajudar a reduzir custos e auxiliar a navegação pelos riscos complexos e inerentes associados à regulamentação”, sugere, embora alertando que “envolver um importador ou distribuidor dedicado pode exigir investimentos complementares em atividades de marketing por trás das fronteiras”.

E enquanto as empresas estão equilibrando as necessidades das oportunidades do mercado local, o crescimento do volume e as margens locais estão bem abaixo daqueles oferecidos nos mercados de exportação.

A realidade comercial para os exportadores é que grande parte da capacidade será dedicada a negócios de menor margem e maior volume. Como resultado, é necessária uma seleção cuidadosa de contatos de marca própria e clientes de manufatura para garantir que os níveis apropriados de produção sejam mantidos sem prejudicar a lucratividade.

As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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